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Campanha de vacinação contra o sarampo é prorrogada até 31 de agosto

Ministério da Saúde adia fim da campanha devido à baixa adesão. Apenas 4,2% do público-alvo da quarta fase, focada em adultos de 20 a 49 anos, foi imunizado

Por Maria Tereza Santos
22 jul 2020, 16h36
vacina sarampo 2020
Campanha de vacinação contra o sarampo para quem tem entre 20 e 49 anos é prorrogada  (Foto: Dulla/SAÚDE é Vital)
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A quarta fase da Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo foi prorrogada até 31 de agosto de 2020. O Ministério da Saúde tomou essa decisão porque, até a última quarta-feira (15 de julho), apenas 4,2% do público-alvo dessa etapa, que é focada em pessoas de 20 a 49 anos, recebeu a imunização.

Esse número corresponde a 3,7 milhões de indivíduos, sendo que a população-alvo totaliza mais de 90 milhões de brasileiros. “É um dado muito preocupante. O sarampo é uma doença que pode ser bastante grave e estamos com um número crescente de infectados no país”, alerta o pediatra Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

A campanha começou em 2019, quando irrompeu um surto do vírus no país. As duas primeiras etapas ocorreram no ano passado, com o objetivo de vacinar crianças de 6 meses a menores de 5 anos de idade e, depois, jovens de 20 a 29 anos.

O terceiro estágio teve como público-alvo as pessoas de 5 a 19 anos e ocorreu entre 10 de fevereiro a 13 de março de 2020. Agora, a ideia é proteger os brasileiros de 20 a 49 anos.

O presidente da SBIm explica que os jovens de 20 a 29 anos foram novamente englobados na ação devido ao alto número de infectados dessa faixa etária e também por causa da baixa adesão na campanha do ano passado.

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“Em 2019, nós tivemos quase 21 mil casos de sarampo, sendo que 31% deles eram de indivíduos desse grupo da população”, acrescenta o médico.

Já me vacinei quando criança ou nas fases anteriores da campanha. Preciso ir de novo?

“Essa é uma vacina de rotina, que normalmente é aplicada na infância. Atualmente, temos a dose zero, que é injetada entre 6 meses e 1 ano, a dose um, oferecida com 1 ano de vida e, por último, a dose dois, com 1 ano e 3 meses”, explica Cunha.

Na atual etapa, indivíduos de 20 a 29 anos que não tenham recebido alguma dessas vacinas devem ir a qualquer posto de saúde com a caderneta para serem protegidos com as que estão em falta, seja uma ou duas – a dose zero não entra na conta. “Apenas as que foram aplicadas depois de 1 ano de idade”, avisa o pediatra.

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Já na turma de 30 a 49 anos, mesmo quem nunca foi imunizado receberá apenas uma picada. Agora, para quem tomou as três doses até completar 1 ano e 3 meses, não há a necessidade de se vacinar novamente.

Como se vacinar com segurança na pandemia

O baixo índice de vacinação é explicado, em parte, pelo medo de sair na rua e se infectar com o novo coronavírus, causador da Covid-19. Apesar de a possibilidade ser real, Cunha reforça a importância de prevenir o sarampo, já que ele também traz prejuízos à saúde.

De acordo com o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, do início de 2020 até 27 de junho, foram confirmados 5 642 casos no Brasil. O país vive um surto de sarampo nas cinco regiões, sendo que há circulação ativa do vírus em 11 estados.

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Nesse período, foram registrados cinco óbitos pela doença: três no Pará, um no Rio de Janeiro e um em São Paulo.

“Infelizmente, ainda não existe vacina para a Covid-19. Mas, se esse é o sonho de consumo de todo mundo, por que não se vacinar contra outras infecções para as quais esse recurso já existe?”, questiona o especialista.

A SBIm, junto com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), até criaram uma cartilha com orientações para se imunizar com segurança na pandemia. Clique aqui para conhecer as principais recomendações do documento.

Cunha aponta que, com o afrouxamento das medidas de isolamento social e a volta às aulas, tanto o sarampo como demais doenças contagiosas vão retornar com força. “Nossa rede de saúde já está muito comprometida com a Covid-19. Não podemos correr o perigo de afetá-la ainda mais com outras enfermidades”, conclui o médico.

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