Sintomas respiratórios comuns como a coriza e febre baixa às vezes são subestimados, mas, entre crianças e idosos, devem servir como alerta para a possibilidade de alguma doença mais séria. Uma das infecções que mais provocam internações de recém-nascidos e crianças pequenas é a bronquiolite, cujos sinais se assemelham ao de outras patologias respiratórias.
Transmitida principalmente pelo vírus sincicial respiratório (VSR), cuja sazonalidade normalmente tem início em maio e se estende até o mês de setembro, a bronquiolite é comum em bebês de 2 a 6 meses de idade e idosos com idade elevada.
Ela é uma resposta inflamatória nos brônquios geralmente precedida por um resfriado comum. As grandes vias aéreas dos pulmões se ramificam a partir da traqueia em partes menores e vão se desenvolvendo até a menor estrutura, os bronquíolos.
Na bronquiolite, o bronquíolo responsável pela troca gasosa e pela oxigenação fica inflamado, aumentando o tamanho da parede muscular que reveste este canal respiratório e obstruindo as vias aéreas. Por isso, quanto menor for a criança enferma, mais grave pode ser o caso, já que o sistema respiratório pode ficar rapidamente comprometido.
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Saiba a seguir alguns sintomas que permitem prevenir e identificar a doença rapidamente:
1. Secreção nasal
Esse é um dos sintomas iniciais da bronquiolite, que aliás, no começo, se parece muito com um resfriado.
O nariz escorrendo por si só não deve motivar uma ida ao pronto-socorro, mas merece observação. A doença pode começar com um quadro leve e se agravar depois de alguns dias.
2. Tosse persistente
A tosse também é um sintoma comum a outras doenças respiratórias.
Aqui, o que deve chamar a atenção é aquela tosse persistente, que não passa, e gera crises intensas, que causam desconforto para o bebê. Essa tosse pode durar mais de duas semanas.
3. Dor de garganta
Difícil de identificar nos menores, enquanto as crianças que já falam podem dizer que estão com incômodos no local.
Para os bebês, um jeito de suspeitar de dor de garganta é a recusa em comer, que aponta para a dificuldade de engolir causada pela inflamação.
4. Dificuldade para respirar
A falta de ar nas crianças pequenas se manifesta de algumas maneiras. Entre elas:
- Respiração rápida e ofegante
- Respiração com pausas longas
- Cansaço
- Costelas aparentes no momento da inspiração (elas “afundam” e isso fica visível)
- As narinas se alargam muito durante a respiração
- Dificuldade para mamar
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5. Chiado no peito
Ele pode ser um indício de que o pulmão está acometido por diversos quadros infecciosos, em especial a bronquiolite.
O chiado é audível na respiração do bebê, e pode também ser detectado pela ausculta do médico no consultório.
6. Febre
A febre da bronquiolite pode ser baixa e surgir depois dos primeiros sintomas.
7. Prostração
Com a dificuldade para respirar, o bebê pode ficar com muita fadiga e amuado, com um comportamento diferente do normal.
Esse é um sinal de atenção, que exige avaliação médica.
8. Pele azulada
O quadro chamado de cianose faz com que a pele do bebê fique azulada ou roxa ao redor dos lábios e na ponta dos dedos.
Isso acontece por conta de uma queda importante na oxigenação do corpo e é uma emergência. Caso aconteça, vá imediatamente ao pronto-socorro.
O que causa a bronquiolite?
A causa predominante da bronquiolite é o vírus sincicial respiratório (VSR), que também é o principal vírus causador de outras doenças respiratórias agudas em crianças, como a pneumonia.
Além do VSR, a doença também pode surgir como consequência de infecções por adenovírus, o vírus influenza, rinovírus, bocavírus e metapneumovírus.
Qual o tratamento para a bronquiolite?
Crianças com sistema imunológico comprometido e doenças cardíacas ou pulmonares congênitas devem ser hospitalizadas assim que possível, pois estão suscetíveis a uma piora no quadro.
Diante da internação hospitalar, o tratamento pode ser feito com oxigenação e hidratação por via intravenosa. O protocolo medicamentoso será determinado pelo médico de acordo com as condições e necessidades do paciente.
O que pode ser feito no caso de crianças sem fatores de risco é assegurar o conforto e estabilidade nutricional do paciente enquanto ele passa pela doença. É importante manter repouso, hidratação e o monitoramento dos padrões respiratórios.
Como prevenir a bronquiolite?
Os vírus responsáveis pela bronquiolite são transmitidos pelo contato direto com gotículas respiratórias emitidas ao falar, espirrar ou tossir. O uso de vacinas contra esses patógenos, como VSR e influenza, ajudam a proteger de agravamentos em caso de contágio.
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Os quadros mais graves acontecem em crianças menores de 2 anos, idade na qual a amamentação serve como um importante reforço imunológico. Bebês prematuros podem receber medicação de reforço com anticorpos monoclonais, dependendo da avaliação dos médicos.
Também é recomendado manter as crianças fora de locais fechados com muitas pessoas, especialmente nas épocas de pico de doenças respiratórias.
O hábito de lavar as mãos com água e sabão, bem como a limpeza de objetos que possam estar contaminados, é essencial para evitar a propagação dos vírus mencionados. Ao notar quaisquer sintomas, busque atendimento médico.