Brasil tem aumento de casos graves de Covid; falta de vacinação é um risco
Publicação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) destaca elevação das infecções, especialmente entre idosos no país
O Brasil registra um aumento de casos graves de Covid-19, de acordo com novo levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O boletim InfoGripe destaca o crescimento de episódios de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), quadro que requer internação.
O documento, divulgado nesta quinta-feira, 5, revela que a infecção no geral também está em ascensão no país, especialmente entre idosos, mas também na faixa etária entre 15 e 64 anos. Os índices são puxados principalmente pelos estados de São Paulo e Goiás.
O médico infectologista Moacyr Silva, do Hospital Israelita Albert Einstein, destaca a importância do isolamento e do uso de máscara para reduzir o espalhamento do vírus.
“A disponibilização de álcool gel de forma ampla nos ambientes, a higienização das mãos e a etiqueta respiratória, ou seja, cobrir o nariz com lenço evitando a disseminação de gotículas, são medidas universais e fundamentais”, enfatiza Silva.
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Vale destacar que tanto a falta de vacinação quanto a imunização parcial podem levar ao desenvolvimento de quadros mais severos, como explica o infectologista Álvaro Furtado, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) e diretor da Sociedade Paulista de Infectologia (SPI).
“Pessoas que não têm o esquema completo apresentam um fator de risco para o agravamento da doença, principalmente agora que há no Brasil a vacina da Moderna, atualizada para a variante Ômicron XBB. Completar as doses indicadas, especialmente com esse novo imunizante, é importante para impedir complicações”, frisa Furtado.
Entenda o esquema vacinal da Covid-19
A vacina da Moderna contra a Covid-19 começou a ser disponibilizada em maio, quando o país recebeu 9,5 milhões de doses.
O Ministério da Saúde informa que, atualmente, os esquemas primários de vacinação não são mais recomendados rotineiramente para pessoas com 5 anos de idade ou mais que não façam parte dos grupos prioritários. Contudo, se a pessoa não tiver se vacinado anteriormente, poderá receber uma dose do imunizante da Moderna.
Para crianças de 6 meses a menores de 5 anos, o imunizante integra o calendário de vacinação de rotina. Crianças completamente vacinadas, que já receberam três doses de outras vacinas, podem receber mais uma da Moderna.
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Para os grupos prioritários, a dose pode ser anual ou semestral, independentemente do número de aplicações anteriores. Confira a relação abaixo:
- Crianças de 6 meses a menores de 5 anos
- Pessoas com 60 anos ou mais
- Indivíduos com deficiências permanentes
- Pessoas vivendo em instituições de longa permanência
- Imunocomprometidos
- Indígenas, ribeirinhos e quilombolas
- Gestantes e puérperas
- Trabalhadores de saúde
- Pessoas com comorbidades
- Privados de liberdade
- Funcionários do sistema de prisional
- Adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas
- Pessoas em situação de rua