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Boa parte das mulheres não sabe qual é seu tipo de câncer de mama

Pesquisa feita para o Outubro Rosa revela que brasileiras com tumor de mama em estágio avançado desconhecem particularidades importantes da sua doença

Por Maria Tereza Santos
Atualizado em 10 out 2019, 18h57 - Publicado em 4 out 2018, 15h06
Outubro Rosa 2018 e câncer de mama
Pesquisa revela que boa parte das mulheres não sabem qual tipo de câncer de mama estão enfrentando (Ilustração: Lucas Kazakevicius/SAÚDE é Vital)
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Em pleno Outubro Rosa, um levantamento do Instituto Oncoguia traçou o perfil das pacientes com câncer de mama metastático – um estágio avançado da doença, marcado pela disseminação do tumor para outras partes do corpo. Dentre as principais descobertas, há o dado alarmante de que parte dessas mulheres não sabe qual subtipo de câncer de mama está enfrentando.

Foram realizadas 250 entrevistas pela internet. A partir dos questionários, notou-se que 20% das portadoras não fazem ideia de qual é seu subtipo de tumor de mama.

Presidente do Oncoguia, a psicóloga Luciana Holtz explica que, graças aos avanços da ciência, descobriu-se que há várias categorias de câncer de mama, cada uma com mutações e características moleculares distintas. Mas qual a importância de ter essas informações? “É por meio delas que sabemos qual o melhor tratamento, que vai dar mais qualidade de vida”, justifica Luciana.

De acordo com a presidente do Oncoguia, a falta de conhecimento é mais frequente nas mulheres atendidas no Sistema Único de Saúde (SUS), em comparação com as que recorrem à saúde privada. “O que chega até elas é muito limitado. Todas precisam saber qual remédio estão tomando”, afirma.

Luciana afirma que, além dos oncologistas não passarem informações detalhadas, o medo as impede de questionar mais sobre sua doença no consultório. Ainda segundo a pesquisa, metade das entrevistadas tira dúvidas sobre o tratamento em sites especializados.

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“A internet pode ser perigosa, mas é um instrumento útil. Ainda assim, o parecer completo tem que vir do oncologista”, analisa Luciana.

A psicóloga acredita que, para mudar esse cenário, é importante redefinir o cuidado com quem está doente. “Temos que resgatar a humanização e a consulta ‘olho no olho’. A história das pacientes precisa ser ouvida e levada em consideração na escolha do tratamento”, relata.

Dados do Tribunal de Contas da União (TCU) tornam a situação ainda mais preocupante. Eles apontam que cerca de 50% dos diagnósticos de câncer de mama realizados no SUS em 2010 já se encontravam nos estágios avançados. Ou seja, tem muita mulher que poderia detectar a doença antes, quando as chances de cura são consideravelmente mais altas.

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Outubro Rosa para quem tem câncer avançado

Apesar da divulgação sobre o tumor de mama ter se difundido nos últimos anos, principalmente por causa do Outubro Rosa, Luciana ressalta que as portadoras do câncer metastático não se sentem incluídas na campanha.

“O Outubro Rosa conversa com quem está saudável. E isso é necessário, já que a doença continua sendo descoberta nas fases avançadas. Mas existe o outro desafio de se comunicar com quem já recebeu o diagnóstico”, aponta a especialista.

E ela conclui: “Precisamos garantir que a mulher tenha acesso à informação de qualidade e que a população geral saiba que ela também existe”.

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