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Aranha-violinista mata jovem: quem é ela e por que é perigosa

Outras espécies do gênero Loxosceles, que causou acidente na Itália, também são encontradas no Brasil

Por Maurício Brum
20 ago 2024, 11h30
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Aranha-violinista é uma espécie de Loxosceles (Rosa Pineda/CC BY-SA 3.0/Reprodução)
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Um jovem de 23 anos morreu na Itália, no último final de semana, após sofrer uma picada de uma aranha-violinista. Morador de Bari, no sul do país, Giuseppe Russo teve uma evolução grave do quadro, que levou a uma falência dos órgãos após um choque séptico, cerca de um mês após o incidente original.

Segundo a imprensa local, esse não é o primeiro ataque fatal visto em 2024 de uma aranha-violinista, cujo nome científico é Loxosceles reclusa. Mais cedo no verão italiano, um homem de 52 anos também acabou vitimado pelo animal.

O episódio voltou a chamar atenção para o risco representado por algumas espécies de aracnídeos peçonhentos, que podem provocar sintomas graves que culminam com a morte.

+Leia também: Picada de aranha: quais os riscos e o que fazer

Essa aranha existe no Brasil?

Embora a Loxosceles reclusa não seja endêmica da nossa parte do mundo (ela é mais comum nos países do Mediterrâneo e nos Estados Unidos), outros aracnídeos do gênero Loxosceles são encontrados por aqui – e são igualmente perigosos.

No Brasil, há pelo menos 18 espécies identificadas de Loxosceles. Em geral, todas são conhecidas popularmente de forma genérica como aranha-marrom (o termo “aranha violino” também aparece algumas vezes, mesmo que se refira a espécies diferentes da que gerou o incidente na Itália).

Assim como ocorre com a espécie que levou à morte do jovem italiano, a mordida da aranha-marrom também pode provocar uma série de sintomas sistêmicos. Além da dor e inchaço locais, que pode inclusive causar uma necrose dos tecidos, o quadro pode levar a:

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  • Taquicardia
  • Fraqueza muscular
  • Tremores
  • Alterações na cor da urina

Pessoas com esse tipo de reação sistêmica podem ver o quadro progredir para a morte se não forem adequadamente tratadas.

Loxosceles não são os únicos focos de atenção

No Brasil, as Loxosceles são um de três gêneros considerados de importância médica – ou seja, que podem levar a complicações de saúde mais sérias.

Mordidas de aranhas Phoneutria (popularmente chamadas de macacas ou armadeiras) e Latrodectus (viúvas-negras) também são capazes de levar à morte em casos extremos.

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Aranha que causou morte na Itália não é endêmica do Brasil, mas país tem pelo menos 18 espécies do mesmo gênero identificadas. Todas são conhecidas como aranha-marrom. Na foto, uma da espécie Loxosceles gaucho (Philipe de Liz Pereira/CC-BY-SA-3.0/Reprodução)

É importante ter em mente que cada uma dessas aranhas tem hábitos diferentes. As Loxosceles não são consideradas agressivas — em geral, sua picada ocorre de forma acidental, quando ela é comprimida, geralmente ao pisar ou apertar algum lugar onde ela se esconde (como pilhas de madeira, telhas ou atrás de móveis).

Por outro lado, as armadeiras podem atacar, inclusive “pulando” a uma distância de quase meio metro sobre suas presas.

Todas essas espécies são consideradas peçonhentas, nome dado a um animal que tem condições de produzir uma substância tóxica e injetá-la em outros seres vivos, como os humanos. Em termos técnicos, quando um animal produz toxinas mas mas não é capaz de “atacar” (por exemplo, só causa problemas se for ingerido por outros), ele não é chamado de peçonhento, mas venenoso.

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Busque sempre ajuda médica caso você tenha sido picado por uma aranha. Quando não é possível ter certeza se o ataque ocorreu, procure uma emergência do mesmo modo ao identificar um sinal de mordida ou sentir algum sintoma diferente.

Como as picadas são tratadas?

As medidas de primeiros socorros incluem lavar o local da picada e utilizar compressas mornas na região atingida, para aliviar a dor. Após o ataque, procure imediatamente um serviço de saúde para receber o tratamento específico para a peçonha.

Evite algumas técnicas consagradas no conhecimento popular: fazer torniquetes ou “sugar” o local da ferida é contraindicado. Também não passe nenhuma substância além de água limpa no local da picada – qualquer sujeira pode provocar infecções na ferida aberta, causando complicações por vezes maiores do que as causadas pelo próprio veneno.

Quando for possível, como em casos no qual a aranha acabou morrendo após o encontro, é recomendado levar o animal para acelerar a identificação e definir o tratamento adequado. Outra opção é tentar tirar uma foto da aranha.

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O Ministério da Saúde disponibiliza uma lista de hospitais de referência para tratamento em caso de ataques de animais peçonhentos. Se você estiver próximo de algum deles, priorize essas instituições.

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