PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana
Continua após publicidade

Enchente aumenta risco de várias doenças. Como se proteger?

Não importa se em São Paulo, Belo Horizonte ou onde for. Os alagamentos favorecem leptospirose, hepatite A, diarreias bacterianas e outros problemas

Por Theo Ruprecht
Atualizado em 20 fev 2020, 19h16 - Publicado em 12 fev 2020, 18h10
enchente causa doenças: leptospirose hepatite febre tifoide
A leptospirose é só uma das doenças que se disseminam quando há enchentes. (Foto: Krashkraft Vincent/Getty Images)
Continua após publicidade

As enchentes, resultado de fortes chuvas e falta de planejamento nas cidades, ajudam a transmitir doenças pra lá de perigosas. A mais mencionada é a leptospirose, mas hepatite A, febre tifoide, diarreias bacterianas e outras infecções também se beneficiam dos alagamentos.

Para solucionar dúvidas sobre enfermidades que podem afetar quem entra em contato com a água das enchentes, buscamos documentos oficiais e conversamos com o infectologista Luiz Fernando Aranha, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Confira:

Leptospirose

Apelidada de doença do rato, é transmitida pela urina dos roedores infectados que se espalha pelas enchentes. Feridas aumentam o risco da doença, mas mesmo uma pele intacta pode ser invadida pela bactéria Leptospira — se você estiver em contato com água contaminada.

“A maioria dos casos tem sintomas leves, como febre e dor de cabeça”, diz Aranha. “Mas há quadros graves que podem até matar”. O tratamento envolve repouso, hidratação, uso de antibióticos e, eventualmente, internação na UTI para lidar com as complicações, a exemplo de insuficiência renal e sangramento no pulmão.

Clique aqui para saber mais sobre essa enfermidade e como evitá-la.

Hepatite A

Diferentemente da leptospirose, é causada por um vírus. Ele acessa o corpo principalmente pela ingestão de líquidos e alimentos com fezes contaminadas.

Ou seja, descarte comida ou líquidos que entraram em contato com a água da enchente, mesmo se estiverem embalados. É o caso dos vegetais que foram comprometidos pelo alagamento que afetou a Ceagesp, em São Paulo.

Continua após a publicidade

Também é importante verificar se a enchente afetou caixas d’água ou outros reservatórios na casa. “Nesse cenário, até tomar banho poderia disseminar a doença, porque a água encosta na boca e nas mucosas”, informa Aranha.

A boa nova: na maioria dos casos, o próprio corpo se livra da hepatite A após um ou dois meses. Alguns episódios se prolongam por seis meses.

Não há tratamento específico para o vírus, porém existe uma vacina, administrada gratuitamente a crianças menores de 5 anos e a indivíduos com alguma doença no fígado.

Os sintomas incluem febre, mal-estar, náusea, vômito, dor abdominal e olhos amarelados. Em situações raríssimas, o vírus ocasiona uma hepatite fulminante, em que os danos ao fígado são severos, súbitos e podem levar a óbito.

Por outro lado, vários indivíduos com hepatite A não manifestam sinais da enfermidade. Ainda assim, podem espalhar o vírus enquanto o organismo não se livra dele.

Continua após a publicidade

Diarreias bacterianas

De novo, o problema é ingerir água contaminada com fezes repletas de micro-organismos nocivos. “Inúmeras bactérias podem causar o problema”, afirma Aranha.

Em geral, a diarreia e a febre tendem a sumir em dois ou três dias, mas às vezes a infecção se arrasta por mais tempo e exige antibióticos. No mais, casos intensos de diarreia geram uma desidratação preocupante.

Se, após entrar em contato com a água da enchente, você manifestar diarreia e febre, busque apoio de um profissional de saúde.

Febre tifoide

Ela até poderia ser enquadrada dentro das diarreias, mas merece um capítulo à parte por sua gravidade. Se não tratada, a doença — deflagrada pela bactéria Salmonella Typhi — pode matar.

Seus sintomas incluem febre alta, dores de cabeça, mal-estar, falta de apetite, manchas rosadas no tronco, diarreia ou constipação e tosse seca. Em situações mais graves, podem ocorrer sangramentos e até perfurações no intestino. Pneumonia e colecistite (uma inflamação na vesícula biliar) são outras complicações.

Continua após a publicidade

O tempo de eliminação da bactéria em geral varia de uma a três semanas, mas pode chegar até três meses. Aliás, entre 2 a 5% dos pacientes transformam-se em portadores crônicos, transmitindo a febre tifoide através das fezes por até um ano, segundo informativo do Ministério da Saúde.

Há uma vacina contra esse agente infeccioso, que confere proteção por três anos. Mas a Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim) reitera que ela é indicada para pessoas que vão a locais com alta incidência da doença, após uma análise médica criteriosa.

Para o resto da população, saneamento básico e cuidado com a ingestão de alimentos ou líquidos de proveniência duvidosa são as medidas mais eficazes de prevenção.

Tétano

A Clostridium tetani, bactéria que causa essa doença, em geral penetra o organismo por meio de cortes provocados com um objeto contaminado. E o que isso tem a ver com enchentes?

“Não conseguimos ver o que há dentro da água suja. Uma pessoa pode pisar em um prego ou em outra coisa e se machucar”, exemplifica Aranha.

Continua após a publicidade

Os sintomas mais conhecidos são os espasmos musculares, embora o tétano também provoque rigidez do pescoço, dificuldade para engolir… Nas situações mais perigosas, o diafragma (músculo responsável pela respiração) pode parar de contrair adequadamente, o que compromete a respiração. Cerca de 10% das pessoas morrem.

Entretanto, há uma vacina que protege contra o tétano, distribuída gratuitamente no SUS. Essa é a melhor forma de prevenção.

Dengue

A questão, aqui, são as poças d’água que persistem após um alagamento. Principalmente no verão, elas servem de criadouro para o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.

Essa encrenca conhecida dos brasileiros provoca, entre outras coisas, uma inflamação nos vasos sanguíneos. Em decorrência disso, os sinais de sua presença são:

• Febre acima de 38,5˚ C
• Dor de cabeça, nas articulações e muscular intensas
• Dor ao movimentar os olhos
• Mal-estar
• Falta de apetite
• Enjoo e vômitos
• Manchas vermelhas no corpo

Continua após a publicidade

Dor intensa na barriga, vômitos persistentes, acúmulo de líquidos nas cavidades do corpo (abdômen, coração e pulmão), sangramentos, pressão baixa e aumento do fígado são sinais de que há risco de se agravar, o que costuma acontecer após melhora da febre. Essa é a dengue hemorrágica, hoje chamada de dengue grave.

Saiba mais sobre a dengue clicando aqui.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.