Quando falamos em acne, logo pensamos em um rosto dominado por aqueles folículos obstruídos. Mas uma porção de gente sofre mesmo é com as espinhas nas costas, situação que também compromete a qualidade de vida – ora, isso muitas vezes deixa a pessoa insegura para vestir determinados tipos de roupa ou ir à praia, por exemplo.
Causas
Essa chatice pode surgir por diversas razões, independentemente da região do corpo. Fatores genéticos contam bastante. “Filhos de pais que tiveram acne muito grave têm tendência a apresentar o quadro”, reforça a dermatologista Ana Carolina Sumam, do Rio de Janeiro.
De acordo com a dermatologista Thais Pepe, de São Paulo, existe a acne da adolescência, que surge por questões hormonais lá pelos 11 anos de idade. Os hormônios ainda podem incitar o incômodo em mulheres na fase adulta.
“Oleosidade natural da pele, obesidade, tabagismo, estresse, alimentação e doenças endócrinas também contribuem para o surgimento do problema”, acrescenta a dermatologista Fabiane Kumagai, assessora do Departamento de Cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Nesses casos, rosto, ombros, peito e costas (olha ela aí!) podem pagar o pato, porque, segundo Fabiane, são áreas que apresentam grande atividade das glândulas sebáceas, produtoras de gordura.
Cuidados específicos
Mudanças simples no dia a dia são capazes de diminuir a probabilidade de ver o dorso dominado pela acne. Thais sugere, para começo de conversa, priorizar roupas mais larguinhas e confortáveis. “Para quem possui tendência à acne nas costas, peças justas podem desencadear o quadro, porque obstruem a glândula sudorípara, que produz o suor”, esclarece.
Na academia, a dica é preferir camisetas brancas e 100% algodão. De acordo com a médica, esse tipo de tecido absorve todo o suor e óleo das costas. E a cor branca? Ela reduz o risco de irritação decorrente dos corantes artificiais.
Ao terminar a malhação, tem que tomar banho o mais rapidamente possível – se a academia tiver chuveiro, aproveite. Thais nota que o suor acumulado, digamos, desperta as bactérias ligadas à acne. Não espere chegar em casa.
E por falar em banho… Evite deixar a água muito quente, já que temperaturas altas incitam a produção de glândulas sebáceas. Consequentemente, o risco de acne dispara.
Se usar condicionador, vale jogar o cabelo pra frente na hora de enxaguá-lo. “Mas o recomendado mesmo é utilizar um sabonete anti-acne após retirar o produto”, frisa Ana.
Hidratantes e óleos são outros itens que deixam a pele mais oleosa e, portanto, precisam ser evitados. “Peça para o dermatologista de confiança receitar soluções comedogênicas, isto é, que não favoreçam a produção de cravos e espinhas”, ensina Ana.
Ainda que a esfoliação ajude na renovação da pele e na desobstrução dos poros, não vá exagerar. “Se ela for feita de forma excessiva, há o risco de termos uma resposta contrária, ou seja, um aumento na produção de oleosidade”, relata Thais. De uma a duas vezes por semana está de bom tamanho.
Vale lembrar que, frequentemente, esses cuidados são coadjuvantes. O tratamento das espinhas pode envolver medicações tópicas e antibióticos orais, por exemplo.
“Anticoncepcionais e outros medicamentos às vezes beneficiam pacientes com acne relacionadas a alterações hormonais”, completa Fabiane, expert da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Ai, que vontade de espremer!
Pois segure os dedinhos. Ana Carolina lembra que a acne, por si só, já é capaz de deixar a pele manchada – no linguajar médico, trata-se da hipercromia pós-inflamatória. “Se espremer, o risco de isso acontecer é muito maior”, ressalta a médica.
Para quem não aguentou e cutucou o folículo – ou deixou o(a) namorado(a) apertá-lo – e já sofre com as marcas no corpo, ainda há solução. “Existem lasers que clareiam as manchas. Os resultados são excelentes”, garante Thais.