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A ciência se mobiliza para minimizar os efeitos climáticos na saúde

Compreender os riscos do aquecimento global e outros fatores ambientais é fundamental para conter o avanço de doenças

Por Goretti Tenorio
Atualizado em 28 Maio 2024, 14h16 - Publicado em 28 Maio 2024, 10h08

Se ainda resta dúvida sobre o impacto das mudanças climáticas e dos desequilíbrios ambientais na saúde, o relatório de 2023 The Lancet Countdown, colaboração internacional que monitora essas alterações, aponta: são alarmantes os riscos das ondas de calor e volumes de chuva sem precedentes que passaram a afligir o planeta.

De acordo com o documento, esse cenário tem tudo para fomentar a propagação de doenças infecciosas a exemplo das arboviroses dengue, zika, chikungunya e febre amarela. O perigo é maior sobretudo para grupos vulneráveis, como idosos e crianças.

Em março de 2024, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) soltou comunicado alertando sobre o aumento recorde dos casos de dengue nas Américas, atribuindo parte do problema a temperaturas e eventos climáticos extremos, além do aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico característico do fenômeno El Niño.

No Brasil, a explosão dos diagnósticos da doença vem exigindo novas estratégias de saúde pública. Já em 2021, pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) publicaram os resultados de uma investigação sobre o elo entre mudanças climáticas e o aumento de arboviroses no estado.

+ Leia também: Com mudanças climáticas, doenças causadas por mosquitos avançam pelo mundo

Usando ferramentas computacionais capazes de projetar os casos de dengue até o ano de 2070, os cientistas sinalizaram a probabilidade da expansão das áreas de ação do Aedes aegypti, responsável pela transmissão do vírus. A previsão inclui ainda mudanças sazonais – a tendência é de que as arboviroses não fiquem mais restritas aos meses de verão e outono, perdurando como ameaça o ano todo.

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Na busca por intervenções capazes de conter o problema, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vem trabalhando desde 2011 em um projeto que introduz no ambiente mosquitos infectados com uma bactéria retirada da mosca-da-fruta, a Wolbachia. O micro-organismo impede que os vírus causadores das arboviroses se desenvolvam nos insetos.

Inicialmente, as liberações desses mosquitos aconteceram no Rio de Janeiro e Niterói (RJ), avançando a partir de 2020 para Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS) e Petrolina (PE).

Enquanto ensaios clínicos seguem avaliando a eficácia do método, uma parceria firmada em 2024  entre World Mosquito Program, Fiocruz e Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) anunciou a construção de uma biofábrica, considerada a maior do mundo, para a produção de Aedes aegypti com a Wolbachia.

Novas vacinas

Na frente de investimento em imunização, por sua vez, desde 2009 pesquisadores do Instituto Butantan estudam o desenvolvimento de uma vacina contra dengue 100% nacional, que deverá se juntar às duas já aprovadas para uso no país – Dengvaxia e Qdenga.

Feito com o vírus atenuado, o imunizante do Butantan obteve resultados preliminares animadores em estudo de fase 3, que envolveu mais de 10 mil pessoas. O índice de eficácia geral chegou a 79,6%.

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O Butantan trabalha ainda em um imunizante contra a chikungunya, que também obteve resultados positivos em testes.

Conhecer o trabalho de pesquisadores brasileiros com foco em prevenção e manejo de doenças impulsionadas por mudanças climáticas é um dos focos do Prêmio VEJA SAÚDE Oncoclínicas de Inovação Médica.

Na edição de 2024, a premiação conta com um júri formado por nomes de destaque da ciência no país, que avaliarão trabalhos indicados em oito categorias. Saiba mais sobre os profissionais envolvidos nas análises e veja o regulamento completo no site
site https://premiodeinovacaomedica.com.br/.

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