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6 a cada 10 mulheres não sabem que HPV causa câncer de colo de útero

A infecção pelo vírus HPV está por trás de 99% dos casos da doença que afeta 17 mil brasileiras por ano. Saiba como evitar

Por Larissa Beani Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 ago 2025, 15h09 - Publicado em 27 ago 2025, 12h35
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Existem mais de 200 tipos de HPV  (KATERYNA KON/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)
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O papilomavírus humano, mais conhecido como HPV, é a principal causa de câncer de colo de útero, doença que afeta mais de 17 mil mulheres no Brasil todos os anos. A maioria delas, porém, desconhece essa relação.

Segundo pesquisa inédita, 57% das brasileiras não sabem que o HPV é o principal agente causador deste câncer ginecológico. E pior: 82% não sabem ao menos uma informação essencial sobre o vírus.

O que é o HPV?

O papilomavírus humano é um vírus que provoca infecções sexualmente transmissíveis (IST). Há mais de 200 tipos de HPV, sendo a maioria causadora de incômodos como verrugas, coceira, ardência e manchas na genitália, no ânus ou na boca. São problemas benignos, mas que exigem tratamento e atenção.

Entre os subtipos, porém, existem 14 que são oncogênicos, ou seja, têm um alto risco de provocar câncer. A infecção pelo HPV pode gerar tumores no colo do útero, vagina, vulva, pênis, ânus, boca e garganta.

+ Leia também: HPV de alto risco: quando devo me preocupar com a doença?

Cerca de 5% de todos os cânceres no mundo são causados pelo vírus. “Só perde para o tabaco como principal agente oncogênico”, afirma o ginecologista Agnaldo Lopes, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e diretor científico da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

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Falta informação

A falta de conhecimento sobre o vírus é um empecilho para o enfrentamento do câncer de colo de útero, que é um dos mais prevalentes entre as brasileiras.

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De acordo com o estudo, quatro a cada dez mulheres não sabem que há como prevenir a doença e metade têm dúvidas ou descobriram que tinham informações falsas sobre HPV e câncer de colo de útero.

A pesquisa foi feita pelo Grupo Eva — Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos, em parceria com o Instituto Locomotiva e com apoio da farmacêutica MSD.

Foram ouvidas 831 brasileiras de 18 a 45 anos; das classes A,B, C e D; de todas as regiões do Brasil.

+ Leia também: HPV atinge mais da metade dos jovens brasileiros

Vacinar para prevenir

O desenvolvimento de lesões decorrentes da infecção pelo HPV pode ser prevenido pela vacinação contra o vírus e pela realização de exames que diagnosticam sinais precoces da doença.

No Brasil, existem dois tipos de vacina disponíveis: a quadrivalente, distribuída na rede pública, e a nonavalente, mais nova, oferecida na rede privada.

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“Ambas são muitos eficazes na prevenção do câncer de colo de útero e outros tipos de tumores associados ao vírus. A diferença é que a quadrivalente protege contra quatro subtipos carcinogênicos, e a nonavalente, contra nove”, explica Andréa Gadêlha, presidente do Grupo EVA e oncologista do A.C.Camargo Cancer Center (SP).

Todos os homens e as mulheres de 9 a 45 anos devem se imunizar contra o vírus — inclusive aqueles que já iniciaram a vida sexual, já foram infectados e até quem já teve um câncer relacionado ao HPV.

No Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina está disponível apenas para alguns grupos de maior risco:

  • Crianças e adolescentes de 9 a 19 anos;
  • Pessoas com HIV;
  • Transplantados de órgãos sólidos ou de medula óssea;
  • Pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 45 anos;
  • Vítimas de abuso sexual;
  • Imunossuprimidos de até 45 anos que não foram imunizados ainda;
  • Usuários de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) de HIV, com idade de 15 a 45 anos;
  • Pacientes com papilomatose respiratória recorrente a partir de 2 anos de idade.

Segundo a pesquisa do Grupo EVA, feita com mulheres de 18 a 45 anos, 42% não tomaram ou não se lembram de ter tomado o imunizante. Mesmo assim, 87% concordam que é importante se vacinar contra o HPV.

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+ Leia também: Vacina do HPV: “a melhor cura para o câncer é não ter o câncer”

Testes diagnósticos

Outra forma de prevenir o câncer de colo do útero é realizando os exames de rastreamento da doença: papanicolau e teste de DNA-HPV.

O papanicolau é um exame tradicional de coleta de células do colo do útero para avaliar se há indícios de lesões precursoras de malignidade. Ele deve ser feito anualmente em mulheres com vida sexual ativa dos 25 aos 64 anos.

Se não houver alterações no exame, ele deve ser repetido em um ano. Caso a mulher tenha resultados negativos por dois anos seguidos, ela deve repeti-lo em três anos.

Há ainda um exame mais sofisticado, que identifica a presença do próprio HPV. É o teste de DNA-HPV. “A coleta é feita da mesma forma que o papanicolau e o público é o mesmo também. A diferença é que, em laboratório, a forma como o material é processado revela se há alguma das 14 formas oncogênicas do vírus”, explica Agnaldo Lopes.

A indicação é que ele seja realizado a cada cinco anos, caso o resultado seja negativo. O intervalo é maior do que o papanicolau porque o teste de DNA-HPV é mais sensível e preciso. Segundo estudo brasileiro, ele pode flagrar alterações 10 anos antes do aparecimento de um câncer.

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O teste de DNA-HPV está sendo implementado no SUS gradualmente. A meta é que ele esteja disponível no sistema público de todo o país até o fim de 2026. Também pode ser encontrado na rede privada.

+ Leia também: Tchau, papanicolau: por que é preciso ampliar o uso do teste de DNA do HPV

Força-tarefa

Em 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou uma Estratégia Global para Acelerar a Eliminação do Câncer de Colo do Útero.

Para a erradicar a doença, a entidade propõe que 90% das meninas estejam vacinadas contra o HPV até os 15 anos de idade, que 70% das mulheres sejam examinadas até os 45 anos com testes de alta precisão e que 90% das pacientes com lesões pré-cancerosas ou com câncer recebam tratamento.

Anualmente, estima-se que 570 mil mulheres sejam diagnosticadas com a malignidade e 311 mil morram pela doença no mundo. Caso as medidas de prevenção e tratamento não seja adotadas, em 2030, serão registrados 700 mil casos e 400 mil óbitos anuais.

No Brasil, 17 mil mulheres recebem o diagnóstico e 7 mil falecem todos os anos.

+ Leia também: Mais de 2,5 bilhões de exames foram feitos no Brasil em 2024. Podemos comemorar?

Setembro em Flor

Para conscientizar a população sobre este e outros tumores ginecológicos, o Grupo EVA criou a campanha Setembro em Flor.

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Ao longo do mês, são realizadas ações nas redes sociais, palestras, workshops e lançamentos de materiais informativos sobre como identificar os sinais dos cânceres de colo do útero, corpo uterino, vagina e vulva.

No dia 16 de setembro, em Brasília, será realizado um fórum sobre as condições de diagnóstico e tratamento dessas doenças no Brasil e que defenderá a criação de um campanha nacional oficial de enfrentamento desse problema.

 

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