O primeiro guia brasileiro de exercícios físicos
Junto a especialistas, Ministério da Saúde lança diretrizes inéditas e adaptadas a públicos e realidades diferentes
Imagine ter à mão um manual que, além de informar a duração e o tipo de atividade física mais adequados a cada faixa etária, ainda dá dicas sobre onde e como suar a camisa gratuitamente… Pois essa é a proposta do Guia de Atividade Física para a População Brasileira. Além das sugestões de aplicação prática na rotina, o documento publicado pelo governo preza pelo didatismo nas recomendações.
“Uma crítica que temos aos guias estrangeiros é que são muito técnicos, parecem artigos científicos. O nosso é simples e pragmático”, explica o epidemiologista Pedro Hallal, professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e coordenador da iniciativa.
Essas são as primeiras diretrizes públicas focadas em exercícios da história do Brasil, e elas foram elaboradas por experts da UFPel junto a um comitê de mais de 70 pesquisadores, técnicos do ministério e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).
Recomendações para todos
Um resumo das orientações para você já inserir no dia a dia
Crianças de 3 a 5 anos
• Duração: três horas por dia de atividades livres.
• Tipo de exercício: jogos e brincadeiras, isto é, atividades alegres, seguras e supervisionadas, ou programas mais estruturados.
Crianças e jovens de 6 a 17 anos
• Duração: 60 minutos ou mais por dia.
• Tipo de exercício: os que trabalham condicionamento cardiorrespiratório. E fortalecimento muscular três vezes na semana.
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Adultos
• Duração: 150 minutos de atividade moderada ou 75 de vigorosa na semana.
• Tipo de exercício: aquele que promove bastante gasto energético, mais treinos de resistência duas vezes na semana.
Idosos
• Duração: 150 minutos de atividade moderada ou 75 de vigorosa na semana.
• Tipo de exercício: aquele que trabalha os músculos e o equilíbrio, para ganhar ou preservar a independência.
Gestantes e mulheres no pós-parto
• Duração: 150 minutos de atividade moderada ou 75 de vigorosa na semana.
• Tipo de exercício: aquele que fortifica o assoalho pélvico, mais os aeróbicos e os de resistência tradicionais.
Pessoas com deficiência
• Duração: as mesmas das pessoas sem deficiência, seguindo a faixa etária.
• Tipo de exercício: todos, mas adaptados para oferecer conforto e segurança caso a caso.
Inatividade Física vs. Comportamento sedentário
Os dois conceitos estão relacionados e são prejudiciais à saúde, mas são diferentes. Inatividade física diz respeito à carência de exercícios programados na rotina, enquanto o comportamento sedentário fala sobre o estilo de vida como um todo — há pouquíssimo gasto calórico tanto no trabalho como no lazer.
“Esse comportamento é muito perigoso e aumenta o risco de diabetes, doenças cardiovasculares e mortalidade por múltiplas causas”, explica o educador físico Bruno Gualano, da Universidade de São Paulo (USP). O novo guia também se presta a enfrentá-lo.