Malhar o corpo protege a memória e o raciocínio
Pesquisa indica que a musculação ajuda a melhorar habilidades mentais
Não é de hoje que trazemos notícias sobre os benefícios dos exercícios para o cérebro. Mas, vira e mexe, surgem novas pesquisas sobre o tema — e olhe que não estamos falando de palavras cruzadas, mas de exercício físico mesmo. Desta vez, os dados vêm da Austrália, onde pesquisadores da Universidade de Sydney acabam de publicar resultados surpreendentes no periódico acadêmico Journal of the American Geriatrics Society.
Em resumo, eles mostraram que a musculação é capaz de preservar as funções cognitivas — atributo que antes estava mais associado às atividades aeróbicas, como caminhada e ciclismo. “Percebemos que, quanto mais fortes as pessoas se tornavam, maior o benefício para o cérebro”, explica o fisiologista Yorgi Mavros, um dos autores da investigação.
Para chegar a essa conclusão, eles observaram o desempenho de 100 idosos que viviam com comprometimento cognitivo leve — ou seja, com déficits perceptíveis, mas que não interferiam muito em sua rotina diária — durante algumas atividades específicas. Os participantes foram divididos em quatro grupos: dois receberam tratamentos placebo e os outros dois de fato passaram por uma intervenção efetiva, sendo que um participou de treinamento cognitivo em computadores e o outro realizou uma série de exercícios de resistência.
Como você já sabe, ao final do experimento a turma que levantou peso foi a que exibiu melhores resultados em avaliações de memória, raciocínio e outras habilidades mentais. “A chave, no entanto, é se certificar de que isso seja feito pelo menos duas vezes por semana e em alta intensidade. Assim, os ganhos de força serão maximizados e os benefícios para o cérebro também”, esclarece Mavros. O que ainda não está claro é como a malhação é capaz de promover benefícios à massa cinzenta.