Investir em reeducação alimentar e atividade física regular deve fazer parte da prescrição médica depois da recuperação de uma cirurgia de redução do estômago.
E existem razões fisiológicas para tanto, como demonstra um estudo recém-concluído pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). O exercício repercute no hipotálamo, área do cérebro que, entre outras coisas, modula o apetite.
“Mapeamos a atividade cerebral e vimos que a comunicação de algumas regiões se modificou, diminuindo os sinais de fome e elevando os de saciedade”, resume o fisiologista Bruno Gualano, líder do trabalho.
E isso pode ser decisivo no longo prazo. “Sem o exercício, os benefícios da bariátrica podem se perder”, diz o professor da USP.
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Fome versus saciedade
Muito se fala nesses conceitos. Mas há alguns erros por aí
Fome
É a sensação fisiológica que denuncia a falta de nutrientes no organismo, como glicose, proteína ou gordura.
E o corpo é prevenido: ao notar diminuições mínimas, ele já sinaliza e pede por mais alimentos. Mas, na correria, nem sempre captamos essas pistas, e deixamos de comer na hora adequada.
Saciedade
Conjunto de sinais que indicam que o organismo não precisa mais de comida.
Uma série de hormônios liberados e até a distenção abdominal avisam o cérebro a respeito. O apelo de certos alimentos e o contexto social também podem nos fazer comer bem mais do que necessitávamos naquele momento.