Prestar atenção é algo trivial para a maioria das pessoas, mas isso envolve um processo cognitivo complexo que muitas vezes é comprometido entre quem tem transtorno do espectro autista.
Para minimizar as dificuldades, um estudo da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, atesta que exercitar o foco das crianças com a condição traz ganhos em leitura, escrita, aprendizado das palavras e atenção no geral.
Na pesquisa, metade dos pequenos passou pelo CPAT, sigla em inglês para treinamento computadorizado progressivo da atenção, baseado em jogos que recrutam essa habilidade; o restante ficou só com jogos normais de computador. Conclusão: o grupo do CPAT teve melhora em todos os índices avaliados.
“É bárbaro poder utilizar games para a criança interagir com o ambiente e superar dificuldades como essas”, comenta a neuropsicóloga Carla Guth, de São Paulo.
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As características do espectro autista
Desatenção e dificuldade para se comunicar e socializar estão entre elas
Olhar disperso
Evitar o contato olho no olho e manter uma expressão mais evasiva são comportamentos comuns nessas crianças, o que repercute na vida familiar e social.
Pouca interação
O pequeno não atende pelo nome e sofre para iniciar ou responder as interações. Dependendo do grau de autismo, tem aversão a muitos estímulos externos.
Isolamento
Há menos interesse por atividades coletivas e uma preferência clara por ações repetitivas e mais individuais, que fazem sentido dentro do seu próprio universo.
Atenção seletiva
A criança fica prolongadamente concentrada numa mesma atividade, que pode até ser agitada. É diferente, portanto, de um quadro de TDAH.
Emoções turvas
Há uma dificuldade de expressar emoções e desejos específicos. Mas, com a terapia adequada, os autistas podem melhorar nesse e nos demais aspectos.