Transtorno opositor desafiador: o que é o TOD
Distúrbio se manifesta principalmente na infância e adolescência e é caracterizado por comportamento irritadiço e hostil
Crianças podem ser teimosas, desrepeitar autoridades e se recusar a obedecer regras, mas quando isso passa de um comportamento normal para ser considerado algo mais sério? Essa questão é a principal dúvida na hora de identificar o transtorno opositor desafiador, ou TOD.
Embora transtornos de ansiedade e depressão causem sintomas similares aos do TOD, os jovens com este transtorno costumam agir impulsivamente, às vezes com comportamentos vingativos e respostas agressivas quando contrariados.
Além da dificuldade em lidar com situações frustrantes, esses pacientes questionam adultos ou figuras de autoridade, desafiando regras e deliberadamente entrando em conflito para aborrecer pessoas mais velhas. No entanto, devido à semelhança com outros transtornos que aparecem nessa fase da vida e até com o desenvolvimento normal da criança, o diagnóstico correto pode levar anos.
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Como é o diagnóstico do TOD
Para identificar corretamente um quadro de TOD, a atenção de familiares e professores é fundamental. É preciso observar cuidadosamente os comportamentos das crianças para diferenciar os sintomas de outras atitudes comuns. Se há algo errado, é importante recorrer a um psicólogo, psiquiatra ou neurologista infantil.
A avaliação deve incluir informações sobre as circunstâncias em que os arroubos de impulsividade ocorrem e, principalmente, a frequência deles, já que o comportamento desafiador é persistente.
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Considerado uma forma mais branda do transtorno de conduta, o TOD pode ser diagnosticado quando os comportamentos de irritação e desobediência são repetitivos e acontecem por mais de seis meses, interferindo na integração social e no desempenho escolar.
Embora as causas do transtorno sejam desconhecidas, estudos indicam que ele é mais comum em crianças do sexo masculino, com idades entre 8 e 16 anos e que venham de famílias com conflitos internos. No entanto, ele pode afetar qualquer pessoa, especialmente no período que vai da infância ao final da adolescência.
Como é o tratamento do TOD
Os atingidos pelo transtorno exibem comportamento desafiador em diversas situações sociais, especialmente em casa e na escola.
Estudos indicam que o ambiente de aprendizagem é chave tanto para detectar o transtorno quanto para tratá-lo, pois os professores podem notá-lo em alunos que apresentam desmotivação, desinteresse e agressividade.
Após o diagnóstico de transtorno opositor desafiador ser confirmado por um profissional de saúde mental, é importante traçar um plano de tratamento multidisciplinar. As intervenções podem incluir terapia comportamental para o paciente e a família, junto a psicoterapia direcionada ao paciente com TOD.
Quando estimuladas por recompensas, as crianças com TOD se tornam mais sensíveis aos estímulos terapêuticos.
Em alguns casos, especialmente se há outros transtornos envolvidos, podem ser indicados medicamentos, que são empregados em conjunto com as outras abordagens terapêuticas.
Quanto mais cedo o problema é identificado e tratado, maiores as chances de controlar os sintomas sem que haja impactos de longo prazo ou que o TOD progrida para um transtorno de conduta mais sério na idade adulta.
Recentemente, a Câmara de Deputados aprovou um projeto que inclui o transtorno opositor desafiador na lista de transtornos de aprendizagem que podem requerer acompanhamento integral e treinamento para profissionais nas escolas.