seus filhos vão aproveitar o período. Por que não usar esse tempo para incentivar a prática de atividade física e ainda estreitar a convivência familiar?
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Todos sabemos das vantagens de se manter ativo ao longo da vida visando ao bem-estar e à prevenção de doenças. O que muitas vezes não lembramos é que esse hábito deve começar cedo, ainda na infância. Da mesma forma que zelamos pelas escolhas alimentares, os exercícios têm de ser incorporados precocemente ao estilo de vida.
Para ser considerada ativa, a criança deve praticar diariamente pelo menos 60 minutos de atividade física, mesmo que isso seja dividido em períodos mais curtos — aqui entram tanto modalidades aeróbicas quanto de resistência. Além disso, se indica que, dentro desses 60 minutos, haja espaço para atividades ligadas ao fortalecimento dos ossos e dos músculos pelo menos três vezes por semana.
O que faz parte dessa recomendação? Exercícios que exijam força e produzam impacto ósseo, como aqueles que se valem de saltos. Sua importância reside no fato de que a densidade mineral óssea atinge 90% do seu pico até o final da segunda década de vida e um quarto da massa óssea adulta é acumulada durante os dois anos do estirão do crescimento (o início da puberdade).
Parece difícil atingir essa meta, mas não é. Basta a criança brincar — sim, brincar! Vale dançar, escalar brinquedos, jogar bola (mesmo em um espaço pequeno), correr e, para os maiores, nadar, andar de bicicleta ou skate.
Também é interessante aproveitar para ir ao parque nos finais de semana e se revezar com outros pais, familiares ou vizinhos para reunir a criançada e brincar no prédio ou no quintal da casa. Além disso, é possível criar circuitos com diferentes atividades para o grupo, e elas podem envolver bola, corda, agachamentos… Dá para ser muito divertido.
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Lembre-se de que, quanto menor a criança, mais divertida e variada e menos competitiva deve ser a atividade proposta. Para os maiores de 10 anos, a integração com o grupo torna-se fundamental: amigos acompanhados dos pais podem fazer caminhadas, andar de bike, nadar e jogar bola no parque, no prédio ou em casa.
Outra opção disponível em alguns lugares hoje são as escolinhas de esporte dos clubes — que adaptam o programa às diferentes faixas etárias e estimulam exercícios e o contato social.
Diante dessas possibilidades, está lançado o desafio: vamos tornar este período de férias mais ativo e saudável? E um último lembrete: quando praticar atividades ao ar livre, não se esqueça de levar água, boné ou viseira e o protetor solar.
*Dra. Liane Hulle Catani é cardiologista pediátrica, médica do esporte e membro do Departamento Científico de Cardiologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo