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Sextou com a doutora

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De médica para paciente (e vice-versa). Neste espaço, a mastologista e cirurgiã oncológica Fabiana Makdissi, uma das maiores autoridades em câncer de mama no país, compartilha seus conhecimentos, vivências e reflexões sobre a saúde da mulher.

Que médico cuida do câncer de mama?

A jornada do tratamento do câncer inclui diversas especialidades médicas. E qual delas, afinal, fica de referência?

Por Fabiana Makdissi
6 jun 2025, 11h28
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Paciente com câncer precisa passar com diversos especialistas (Freepik/Freepik)
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Todo paciente que quer cuidar de sua saúde, hoje em dia, elege seus médicos por especialidades. Há quem diga que a medicina se especializou demais e que perdemos qualidade em não ter mais o tal “médico de família”. No entanto, com a quantidade de conhecimento exigida, é humanamente impossível uma só pessoa saber de tudo.

Por este motivo, o que tem acontecido é que: quem precisa de cuidados para doenças do coração escolhe um cardiologista; quem tem doença no pulmão é acompanhado por um pneumologista, ou um cirurgião torácico se houver necessidade de cirurgia; quem tem alterações nos exames da tireoide, como um hipotireoidismo, é acompanhado com endocrinologista e assim vai.

Existe até uma divisão considerada genérica e parcialmente adequada, que é a ginecologia para o acompanhamento de mulheres e a urologia para o acompanhamento de homens. No entanto, até essa divisão única e exclusivamente por gênero não contempla todas as pessoas e tampouco é a mais apropriada. E se essa pessoa, mulher ou homem, cis ou trans tem um câncer de mama ou de próstata, quem é o médico que cuida dessa pessoa?

+Leia também: 13 perguntas que toda pessoa deve fazer ao seu médico

No A.C.Camargo, onde sou a líder do Centro de Referência de Tumores da Mama, a forma de classificar e agrupar os médicos começa a esclarecer a vocês quem pode ser o profissional que vai cuidar de cada pessoa.

Lá, estamos agrupados por sítios tumorais, ou seja, pelo tipo de tumor que cada pessoa pode apresentar. No meu caso, cuido de pessoas que desejam saber se têm ou não câncer de mama e, quando necessário, também realizo a cirurgia.

Não atendo apenas mulheres, cuido de qualquer pessoa que tenha mamas e, eventualmente, desenvolva um câncer nessa região. Apesar de parecer que todo o atendimento recai somente sobre mim, na verdade, fazemos parte de um grande time que acompanha o paciente em todas as etapas!

Quando falamos sobre tratamento oncológico, envolvemos vários profissionais, cada um com funções e responsabilidades distintas ao longo do processo. Acompanhe comigo como isso acontece quando o câncer é de mama.

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Médicos envolvidos no tratamento do câncer de mama

Vou listar aqui todos os seus possíveis médicos e o papel de cada um em sua jornada de tratamento:

Mastologista (essa sou eu)

Geralmente é quem recebe a pessoa com a queixa na mama, examina e inicia a pesquisa para ver se existe algum risco para câncer, e se houver a necessidade de uma cirurgia, é quem vai operar a paciente.

Eu sei que o dia da cirurgia é um momento de muita ansiedade e medo, mas sempre digo para as minhas pacientes que este dia é um dia de festa! Um dia para celebrar a vida e honrá-la.

+Leia também: Médica desvenda a mastalgia: o que significa a dor nas mamas?

Médico radiologista

Médico responsável por cuidar dos seus exames de imagem: interpreta a mamografia, realiza o ultrassom, analisa o laudo da ressonância e qualquer outro exame de imagem que você fizer.

Geralmente são pessoas que trabalham nas salinhas escuras, com um olhar atento, observando cada pequenina alteração nos resultados. E algo muito importante: é o profissional que fará a biópsia, que vai ser encaminhada para outro médico que terá papel decisivo neste processo.

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Médico patologista

Embora você talvez nunca o conheça pessoalmente, esse profissional também é seu médico. É ele quem te “enxerga” através de um microscópio e assume uma das maiores responsabilidades com o seu cuidado: identificar exatamente o que você tem.

Analisa o material retirado na biópsia e emite o resultado anátomo-patológico – aquele papel que você recebe com termos técnicos que contém todas as informações para que todos nós possamos cuidar adequadamente de quem tem um câncer de mama. Costumamos dizer que esse laudo dá “nome e sobrenome” ao câncer.

Sabemos o quanto pode ser doloroso abrir um exame e ler nele um resultado de câncer, mas é graças a este resultado que todo o seu tratamento será iniciado. É seu passaporte para o início do cuidado.

Médico oncologista clínico

Esse profissional será seu parceiro e cuidador por longos anos… É ele quem será responsável pelo tratamento medicamentoso, seja por meio de comprimidos ou pela quimioterapia.

Mas não apenas pela prescrição, mas também para te conduzir a fazer escolhas certas, e ajudar nas orientações para reduzir os efeitos colaterais dos medicamentos.

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Médico radio-oncologista

Ou como muitos chamam: médico radioterapeuta. Será seu parceiro num período mais curto da jornada (e cada vez mais tecnológico). É o responsável por cuidar da radioterapia, aquele tratamento que usa uma máquina que, à primeira vista, lembra um aparelho de raio-X (pelo menos na minha cabeça é o que mais se parece com ela).

Este médico pode atuar em fases diferentes do cuidado: tanto em casos iniciais, quanto em casos de cânceres mais avançados.

Médico oncogeneticista

Esse profissional não entra na jornada de todas as mulheres com câncer de mama, mas tem se tornado cada vez mais presente à medida que a medicina avança.

É para ele que pedimos ajuda para orientar famílias com casos de câncer, mulheres com diagnóstico em idade jovem e, é esse profissional que pede o tal teste genético (sobre o qual posso falar num próximo texto).

Médicos paliativistas

Eles ajudam os pacientes que precisam paliar ou aliviar uma dor, ou mesmo para que quando num momento onde tratamentos não podem mais curar, o paliativista tem inúmeras formas de melhorar qualidade de vida.

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+Leia também: Cuidados paliativos: sem mitos e sem tabus

Além desses médicos, há outros que podem estar junto no cuidado. E, para além da equipe médica, existe toda uma rede de suporte ao cuidado: enfermagem, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas e inclusive grupos de apoio.

Por tudo isso, é tão difícil afirmar quem é “O médico” da paciente com câncer de mama.

Eu adoro dizer que eu sou eu a médica das minhas pacientes, mas, falando bem a verdade, o cuidado é integrado, multidisciplinar e colaborativo. Somos todos necessários para que um cuidado de excelência aconteça.

E aí? Você sabia que havia tanta gente assim cuidando de você?

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