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De médica para paciente (e vice-versa). Neste espaço, a mastologista e cirurgiã oncológica Fabiana Makdissi, uma das maiores autoridades em câncer de mama no país, compartilha seus conhecimentos, vivências e reflexões sobre a saúde da mulher.
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Mamografia: menos de 30% das mulheres realizam o exame

Mesmo com campanhas e muitos monumentos sendo coloridos de rosa, rastreamento do tumor que mais mata mulheres patina no país

Por Fabiana Makdissi
25 out 2024, 10h07
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Segundo médico, estudos têm mostrado que as mulheres que mais se beneficiam do rastreamento com mamografia são aquelas a partir dos 40 anos, que têm tumores mais agressivos. (Ilustração: Freepik/Divulgação)
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A menos de uma semana para terminar mais um Outubro Rosa, continuamos a nossa luta para melhorar a saúde das mulheres Brasil afora. Ao menos por aqui, as leitoras da VEJA SAÚDE estão indo muito bem!

Rodamos um questionário simples sobre a mamografia, exame que detecta tumores nos seios, nas redes sociais e em alguns grupos de Whatsapp e tivemos 425 respondedoras. As perguntas eram simples:

  • Quantos anos você tem?
  • Você já fez alguma mamografia? (sim ou não)
  • Sua última mamografia foi: a) há mais de um ano ou b) há menos de 1 ano

Simples não é? E ficamos muito felizes em saber que 92% das respondedoras entre 40 e 50 anos já fizeram mamografia em algum momento da vida. E 99% das mulheres com mais de 50 também se submeteram ao exame.

Como nada é perfeito, e sabemos que conseguir o pedido médico e fazer o exame não é tarefa fácil, me surpreendeu, que neste seleto grupo, somente 7% das mulheres entre 40 e 50 estejam com seus exames “atrasados”, ou seja, não fizeram mamografia no ultimo ano. Ainda melhor, somente 1% das mulheres com mais de 50 anos o fizeram há mais de um ano.

Eu agradeço muito a todas as mulheres que se dedicaram a responder ao questionário, mas preciso alertar a você, que lê este texto que, esta não é a realidade do nosso país.

Sei disso porque tenho acesso a dados importantes e quero compartilhá-los com vocês. Eles foram produzidos pelo site Radar do Câncer, desenvolvido pelo Instituto Oncoguia. Ali, informações de diversas fontes públicas estão organizadas para fácil visualização, e é possível conhecer mais sobre a presença do câncer em diferentes regiões do país.

Foi deste local que retirei dados importantes para que a gente não acredite que o Brasil está assim bem na foto, como nós colunistas e leitores da VEJA SAÚDE estamos. Estou aqui falando do meu local de privilégio, já que sou médica e tenho acesso a exames usando meu plano de saúde.

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Há 10 anos, a meta do governo era de que pelo menos 70% das mulheres com 50 anos realizassem a mamografia todos os anos. Na realidade, segundo o Radar, esse número nunca passa de 30%, como você pode ver no gráfico abaixo:

cobertura-mamografias-brasil

Nesta figura podemos observar que durante a pandemia tivemos a redução mais drástica do acesso e da realização dos exames: apenas 13,9% das mulheres com mais de 50 anos o fizeram em 2020. Podemos ver também que o aumento esperado após o final da Pandemia não aconteceu.

Em 2023, a porcentagem continuou baixa, e, mesmo com campanhas e muitos monumentos sendo coloridos de rosa, não passa de meros 23%. Ou seja, mesmo para as mais de 77% das mulheres que usam o Sistema Único de Saúde (SUS) e que, portanto, teriam acesso à mamografia pelo governo, os dados não melhoram como gostaríamos.

+Leia tambémÉ urgente! Temos que reverter a queda nas mamografias no Brasil

Por isso, minha sensação é de frustração neste momento. A dualidade de estar feliz com as respostas das leitoras, mas triste por saber que, apesar de todos os nossos esforços, ainda estamos muito aquém do ideal.

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Em um momento em que a inteligência artificial é a vedete de todos os fóruns e conseguimos criar vacinas em tempo recorde, ainda vivemos a triste realidade de não conseguir oferecer às mulheres um exame antigo, capaz de reduzir a mortalidade de câncer de mama.

Sim, tumores nos seios são os que mais matam as brasileiras, mas isso acontece só porque falhamos no rastreamento e, com muita frequência, se faz o diagnóstico quando o câncer já não é mais tão inicial.

Não vou discutir aqui com vocês o motivo de nós mulheres deixarmos de fazer nossos exames. São tantas as camadas que um texto só não seria suficiente. Mas deixo a seguinte mensagem:

A mamografia é somente um filme em preto e branco, mas pode salvar sua vida e devolver o colorido a ela. Sendo assim, gostaria que neste Outubro Rosa, o exame “preto e branco” fosse mais usado por todas as mulheres. E aí? Já fez sua mamografia?

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