Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Saúde é pop

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Tá na internet, tá na TV, tá nos livros... tá no nosso dia a dia. O jornalista André Bernardo mostra como fenômenos culturais e sociais mexem com a saúde — e vice-versa.
Continua após publicidade

Sobre Essa Pele: tatuadoras transformam cicatrizes em esperança

Raquel Gauthier e Margarita Sultanova atendem vítimas de incêndio, violência e cirurgia

Por André Bernardo
Atualizado em 31 out 2024, 14h58 - Publicado em 31 out 2024, 11h30
Raquel Gauthier tatua uma de suas clientes  (Divulgação/Reprodução)
Continua após publicidade

Dia desses, Larissa Albuquerque, de 33 anos, pegou um vestido no armário, se olhou no espelho e, num misto de brincadeira e admiração, soltou: “Nossa, que mulherão, hein?”. O sentimento de autoestima elevado é compartilhado pela irmã, Daiene, de 37 anos. “Hoje em dia, acordo bem mais feliz”, resume. “Estou na melhor fase da minha vida!”.

Faz muito pouco tempo não era assim. Sair de casa com short? Nem pensar! Ir à praia com os filhos? De jeito nenhum! Com vergonha do próprio corpo, as duas se trancavam em casa.

Quando elas tinham 15 e 19 anos, respectivamente, escaparam por pouco de um incêndio em um depósito de tintas e solventes, de propriedade de um tio delas, na cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo (SP). Na tragédia, Larissa teve 55% do corpo queimado e Daiene, 25%.

“Houve um tempo em que a gente praticamente morou em hospital”, recorda Larissa.

Continua após a publicidade

Foram tantas as cirurgias plásticas, estéticas e reparadoras, que as irmãs Albuquerque até perderam as contas. “Já tínhamos prometido que nunca mais faríamos um procedimento do gênero”, explica Daiene.

No começo do ano, Larissa conheceu o trabalho desenvolvido pelo casal de tatuadoras Raquel Gauthier e Margarita Sultanova no estúdio Sobre Essa Pele, em São Paulo. Conheceu e se apaixonou.

Raquel e Margarita transformam cicatrizes em tatuagens.

Continua após a publicidade

Tudo começou em 2020 quando elas participaram de um projeto durante o Setembro Amarelo, mês dedicado à conscientização e à prevenção do suicídio. “Vários tatuadores trabalharam com pessoas que tinham cicatrizes de automutilação”, conta a brasileira Raquel.

+ Leia também: Como cuidar da tatuagem: o que fazer nos primeiros dias (e depois também)

Pouco tempo depois, uma cliente apareceu no estúdio pedindo uma tatuagem para cobrir uma queimadura no pé. “Naquele momento, entendemos que aquilo era um chamado e que estávamos no caminho certo”, completa a russa Margarita.

Continua após a publicidade

Desde então, já atenderam mais de 350 mulheres: desde vítimas de acidentes até sobreviventes de violência, passando por pacientes de mastectomia, entre outras. “Esse número cresce à medida que as pessoas descobrem o impacto positivo que a tatuagem pode ter na autoestima delas”, explicam as duas.

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por Primeiro estúdio de tatuagem sobre cicatrizes (@sobre.essapele)

Daiene conta que, a princípio, estava relutante em fazer a tattoo. “Se Larissa gostasse, faria também”, pensou.

Mas, no último minuto, acabou não resistindo aos argumentos da irmã. “Tinha vergonha da vida que levava. Até para jogar lixo na rua, precisava vestir calça. Os vizinhos podiam fazer perguntas ou tecer julgamentos”, lamenta.

Continua após a publicidade

Larissa compara o incêndio a um sequestro. Por 18 anos, elas viveram como prisioneiras. Quem pagou o resgate, dizem, e as tirou do cativeiro foram Raquel e Margarita. “A impressão que eu tinha é que eu continuava presa em 2006. A tatuagem me libertou. Meu passado ficou para trás. Agora, eu posso viver a minha vida”, emociona-se Larissa.

“Viramos duas obras de arte ambulantes”, brinca Larissa. “Nossa autoestima está nas alturas”, diverte-se Daiene.

sobre-essa-pele
Margarita Sultanova (à esquerda) tatuou Daiene Albuquerque (Divulgação/Reprodução)

“Queremos que as pessoas vejam a tatuagem como uma ferramenta de autocuidado e transformação”, sublinha Raquel Gauthier.

Depois de virar curso e palestra, o trabalho desenvolvido por Raquel Gauthier e Margarita Sultanova acaba de ganhar uma série documental de TV, Sobre Essa Pele, que estreou no dia 24. Quatro dos dez episódios já estão disponíveis na plataforma de streaming Max.

A partir do episódio 5, os novos serão lançados semanalmente no Max e no canal Discovery Home & Health, onde serão veiculados às quintas-feiras, sempre às 20h30.

Continua após a publicidade
Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.