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E se não fosse na África? Reflexões sobre mpox e equidade em saúde

A resposta desigual ao vírus revela uma falha sistêmica em nossa abordagem à saúde global

Por Adriana Mallet e Sabine Bolonhini
17 ago 2024, 07h00
monkeypox
Vírus monkeypox tem tempo de incubação longo e é transmitido por contato físico próximo.  (Wikipedia Commons / NIAID (Governo dos Estados Unidos)/Divulgação)
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Trabalhando com equidade de saúde há mais de uma década, aprendemos rápido que uma das formas de detectar os índices de pobreza de uma região, é avaliar quais doenças mais atingem sua população.

Um exemplo que já citamos aqui, é o câncer de colo de útero, que é o tumor que mais mata mulheres nas regiões norte e nordeste do Brasil.

Quanto mais carente a região, mais afetadas as pessoas são as pessoas que vivem ali. O mesmo é verdade para a recente crise de mpox, anteriormente chamada de varíola dos macacos. É uma doença endêmica em alguns países da África há muitos anos. Surgiu na década de 70, com a transmissão entre animais e humanos.

Desde então, a doença continua assolando a população destas nações. Ela foi erroneamente associada à contaminação exclusiva a partir da relação sexual entre homens, estigmatizando ainda mais os pacientes, e prejudicando ações efetivas de vacinação e educação.

Em 2022, já houve um surto global, com a doença se espalhando para outros lugares onde não era endêmica, chegando a mais de 100 países e causando 1400 mortes. Agora, uma nova cepa do vírus elevou o nível de preocupação da OMS, que decretou uma emergência global. Já são mais de 15.600 casos e 537 mortes, só este ano.

A declaração da OMS escancara uma realidade desconfortável: crises que afetam regiões marginalizadas, como a África, continuam a ser tratadas com menos urgência e recursos.

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+ Leia também: Acabar com as desigualdades para superar a aids e futuras pandemias

Desigualdade não é só questão financeira

A resposta desigual à mpox, com países ricos com acesso rápido a vacinas enquanto nações africanas enfrentavam escassez, revela uma falha sistêmica em nossa abordagem à saúde global.

E não se trata apenas de recursos financeiros, mas também de acesso à educação e informação. A falta de uma educação em saúde robusta e de recursos adequados em muitos países contribui para que essas crises sejam enfrentadas de forma menos eficaz, perpetuando o ciclo de desigualdade.

Educação e acesso são fundamentais para garantir que qualquer população possa reagir prontamente a crises de saúde. Quando as comunidades têm acesso a informações precisas e a recursos de prevenção e de tratamento, são capazes de proteger a si mesmas e de exigir uma resposta justa e equitativa.

A sociedade não pode selecionar apenas as doenças que também afetam os países e populações mais ricas para atuar efetivamente.
A crise de mpox nos força a refletir sobre como a iniquidade impacta não apenas os países ditos mais pobres, mas todo o planeta.

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Até que essas questões sejam abordadas, continuaremos a ver vidas sendo perdidas e negligenciadas, simplesmente pelo fato de essas pessoas terem nascido nos lugares “errados”.

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