Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Nutrindo futuros

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Com o olhar lá na frente, a nutricionista e expert em tendências Cynthia Antonaccio aborda neste espaço os movimentos de lifestyle que impactam a vida dos consumidores, a rotina dos profissionais e o mercado de saúde
Continua após publicidade

Fazer dieta será coisa do passado

Nossa colunista examina por que as dietas nunca se sustentam e por que o caminho do sucesso passa por autênticas mudanças de comportamento

Por Cynthia Antonaccio
Atualizado em 17 jun 2024, 13h50 - Publicado em 14 jun 2024, 08h53
mindful eating
Atenção plena ao comer: um dos preceitos para ressignificar relação com a alimentação  (Ilustração: Thiago Lyra/SAÚDE é Vital)
Continua após publicidade

Se você é ligado em saúde e nutrição, é bem provável que acredite que o sinônimo de se cuidar seja começar uma dieta, restringir alguns alimentos e rotular o que é “certo” ou “errado”. Quem nunca, aliás… Mas isso tudo ficou no passado. Se a meta é evoluir, vamos refletir sobre a “mentalidade de dieta”.

Proponho um exercício: visualize em um gráfico seus anos de vida versus seu peso corporal.

Como essa imagem será? Linear ou cheia de altos e baixos? E o mais importante: quais memórias e reflexões você espera encontrar nela? Você consegue se lembrar das dietas que fez e como elas influenciaram sua vida, sua autoestima, sua felicidade?

Muitas pessoas ficam perplexas ao constatar que, ao fazer um regime, perderam, na verdade, tempo, dinheiro e alegria. E mais, muito provavelmente também…

  • … mudaram a composição corporal, perdendo o maior investimento que poderiam ter feito no futuro: o patrimônio da massa muscular. Isso porque, ao fazer dieta, você perde peso composto por água, gordura e proteínas dos músculos, que são usados como fonte de energia. Ao recuperá-lo, voltam só água e a gordura; o músculo não volta.
  • … se estressaram: a restrição de nutrientes, como carboidratos, ou até mesmo o ato de se distanciar repentinamente da sua cultura alimentar, promovem efeitos hormonais no corpo. Esse processo eleva os níveis de cortisol, o hormônio do estresse. Embora os motivos ainda estejam sendo estudados, já está claro que vale precaução com as dietas ditas “milagrosas”.
  • … reduziram a taxa de metabolismo basal, porque, ao impor ao corpo constantes restrições calóricas, ele adquire habilidades para realizar atividades vitais com menos energia.

Mas, se serve de consolo, não é só com você que isso não está funcionando. É com o mundo todo. Uma pesquisa publicada no The Lancet, com dados de 200 países, indica que, desde 1990, a obesidade em adultos dobrou, e entre crianças e adolescentes, quadruplicou. Portanto, como até aqui não se descobriu uma dieta que funciona, o futuro precisa de novas soluções.

Continua após a publicidade

+ LEIA TAMBÉM: O futuro da comida está no passado?

Se não é dieta, o que será?

Assim como o mundo, a nutrição está em constante transformação: ela já foi mais focada no alimento ou dedicada ao organismo, mas agora é uma abordagem comportamental acerca do ato biopsicossociocultural que é o comer. Por isso, o termo nutrição comportamental seja talvez o que temos de mais próximo do futuro quando o assunto é “dieta”.

O termo, aliás, foi cunhado no Brasil a partir do lançamento do Instituto Nutrição Comportamental, em 2014. Aliás, vale dizer que, em comemoração a uma década de história, o Instituto e suas idealizadoras realizaram um congresso em São Paulo reunindo especialistas de todo o país.

Pois bem, para a Nutrição Comportamental, comer envolve ter autoconhecimento, entender suas emoções e sentimentos (medo, ansiedade, memórias afetivas…) e, ao fazê-lo, ter estratégias e metas para lidar com elas, assim como desenvolver competências e autonomia.

+ LEIA TAMBÉM: Você sabe mesmo o que é fome?

Mas como aplico essa tal de nutrição comportamental no meu dia a dia?

Pode parecer trabalhoso amadurecer a relação com a comida e parar de acreditar em alimento bandido ou nas dietas mocinhas. Mas é bem mais simples do que isso, basta seguir alguns passos.

Continua após a publicidade

Podemos começar comparando a nutrição do passado e aquilo que propomos, percebendo a nítida diferença entre os dois modelos.

A nutrição do passado é aquela que:

  • Rotula alimentos como proibidos e permitidos
  • Me diz o que devo comer e que horas comer: geralmente de 3 em 3 horas
  • Ensina que culpa ajuda
  • Normaliza começar uma dieta toda semana
  • Induz a uma relação de poder e obediência com o nutricionista
  • Traz frustração quando não consigo ser perfeito, como o doutor mandou
  • Aprisiona

Já a nutrição do futuro é aquela que:

Continua após a publicidade
  • Me dá autonomia de escolha
  • Me ensina a respeitar os sinais de fome e saciedade dentro das metas que desenhei
  • Me traz flexibilidade e me liberta da culpa
  • Normaliza a busca pelo equilíbrio entre o prazer de comer e o prazer de cuidar da minha saúde
  • Dimensiona minha relação com meu nutricionista como um processo de autoconhecimento e metas para mudança de comportamento
  • Me acolhe e permite adaptações quando não consigo cumprir a meta com a qual me comprometi
  • Me liberta e me faz mais feliz

Ainda que o futuro seja cercado de novas tecnologias, com o perfil genético, do microbioma e até do sistema imunológico podendo interferir nas prescrições do que comemos, talvez de nada adiante tanto conhecimento e técnica se descuidarmos do nosso comportamento, cuja base é ancestral.

E é por isso que investir nos hábitos alimentares focados justamente no comportamento e na plena atenção tendem a ter mais sucesso no hoje e no amanhã. Afinal, eles ajudam não apenas cada indivíduo em sua busca por um estilo de vida mais saudável – e sem tantas guerras com a balança e com o espelho -, mas também representam uma pequena mudança que queremos trazer para o mundo.

Compartilhe essa matéria via:
Clique aqui para entrar em nosso canal no WhatsApp
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.