Qual a melhor hora do dia para praticar exercícios físicos?
Mesmo com estudos provando ganhos nos treinos matutinos e outros em atividades realizadas mais tarde, a resposta pode ser um aleatório “depende”
O melhor horário para a pessoa se exercitar depende de vários fatores, incluindo o objetivo do treino.
É ganhar massa muscular? Aprimorar o condicionamento físico? Dormir melhor? Emagrecer? Controlar a pressão arterial? Manter uma vida social frequentando uma academia? Aumentar a concentração ou a coordenação motora? Afastar riscos cardiovasculares de maneira geral?
Caso a resposta inclua os níveis de pressão, evidências demonstram resultados ligeiramente superiores quando o indivíduo treina no final da manhã. Oque pode ser, portanto, uma boa dica aos pacientes com hipertensão.
Outro ponto positivo da atividade matutina é que as benesses semeadas pelosos exercícios realizados chegam a ser colhidas ao longo do mesmo dia: alívio das tensões musculares e maior regulação metabólica são exemplos.
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É fato que a maioria destes resultados também serão conquistados com treinos noturnos. Porém, alguns praticantes referem dificuldade para dormir quando treinam pouco antes de ir para cama. O recomendável é encerrar as séries até duas horas antes desse momento.
Quando o assunto é força e desenvolvimento, há estudos que mostram que o pico de potência acontece à tarde/noite, devido a uma melhor temperatura corporal na região dos braços e pernas.
Já para quem pretende melhorar o condicionamento aeróbio, a situação se inverte e a conquista do esforço máximo é favorecida entre 8h e 9h.
Seguindo esta máxima, é recomendável investir nas primeiras horas da manhã em treinos de média intensidade – aqueles que nos deixam um pouco ofegantes, mas com tolerância.
Pessoas de meia idade e idosos estariam incluídos neste grupo como parte de um projeto para favorecer um envelhecimento saudável, associado ao fortalecimento muscular.
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Nem sempre é assim…
Apesar de as pesquisas apontarem vantagens e desvantagens de realizarmos as atividades físicas neste ou naquele horário, certas questões podem fazer mais diferença do que o ciclo circadiano em si.
Por exemplo, há hábitos de sono e alimentação que ajudam ou prejudicam o treino.
Também vale observar como o próprio corpo responde. Há aqueles que têm mais disposição matutina e outros vespertina.
E o mais relevante: nem sempre é possível eleger o melhor horário, mas sim o horário possível para encaixar os exercícios na rotina, considerando escola, trabalho e demais obrigações do dia a dia. Isso, sim, é o mais importante.
Quem treina deve se esforçar para manter a prática sempre no mesmo período, facilitando para que os processos metabólicos se regulem de acordo com os estímulos propostos.
Atividade física é necessidade
Quando o objetivo é longevidade com qualidade de vida, se exercitar é tão primordial quanto se alimentar.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda, no mínimo, 150 e, preferencialmente, 300 minutos por semana de atividades moderadas ou 75 a 150 minutos de vigorosas.
Estes são os parâmetros ideais para a conquista de benefícios para a saúde física e mental.
A prática melhora os padrões de sono e se relaciona com a liberação de melatonina.
Este hormônio, relacionado à indução de sono, contribui indiretamente para a reparação de diversos tecidos corporais, que ocorre enquanto dormimos, o que favorece o ganho de massa muscular.
Isso porque a musculatura que teve seus estoques de energia “esvaziados” durante o dia é restaurada. Também é consequência dos exercícios físicos a diminuição dos picos do hormônio cortisol, o que mantém o estresse e a ansiedade sob controle.
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Da mesma forma, as atividades são recomendáveis para domar a glicemia e o colesterol LDL – conhecido popularmente como “ruim” – o que, naturalmente, tende a levar ao emagrecimento saudável.
Por fim, um corpo em movimento aumenta a sensação de saciedade – o que diminui a compulsão alimentar.
Todos estes fatores são o saldo positivo – e merecido – de quem pratica atividade física assiduamente e com foco.
Lembrando que os profissionais de educação física e os fisioterapeutas devem ser consultados sem moderação para que o efeito dos treinos nunca traga problemas. Só soluções.
*Renato Pelaquim é diretor-executivo do Departamento de Educação Física da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp).