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Guenta, Coração

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Médicos, nutricionistas e outros profissionais da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) explicam as novas (e clássicas) medidas para resguardar o peito

Doenças do coração matam mais mulheres do que o câncer, alertam médicos

No Outubro Rosa, especialistas lembram da principal causa de morte entre mulheres e de sua forte relação com o estresse cotidiano

Por Salete Nacif e Nina Azevedo, cardiologistas, e Patricia Perniciotti, psicóloga*
8 out 2025, 14h21
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Mulheres também estão em risco de sofrer com doenças cardíacas  (Freepik/Reprodução)
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Estamos no Outubro Rosa, mês de alerta e prevenção do câncer de mama. Porém, a principal causa de mortalidade feminina segue sendo o coração, tendo o estresse como importante fator de risco.

Elas são mais vulneráveis às doenças cardiovasculares (DCVs). Estatísticas comprovam que a principal causa de mortes femininas no Brasil são as DCVs, superando em mais de duas vezes o número de óbitos por todos os tipos de câncer juntos. A cada 12 minutos, uma mulher morre por infarto e a cada 10 minutos por acidente vascular cerebral (AVC).

Entidades e associações de cardiologia, como a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), apoiam o Outubro Rosa, iniciativa anual de conscientização sobre o câncer de mama.

Mas, por conta da supremacia das patologias cardíacas entre mulheres, a SOCESP lança a campanha “Outubro Rosa é também do coração”. O objetivo é alertar para a necessidade de entender os riscos, sintomas, tratamentos e, especialmente, maneiras de prevenir DCVs em mulheres.

+Leia também: Precisamos cuidar (ainda mais) do coração das mulheres

Por que as mulheres são mais suscetíveis?

A explicação para esta suscetibilidade é multifatorial, mas abarca condições especificamente femininas, que interferem direta ou indiretamente no desenvolvimento de DCVs:

Outra questão relevante é que mulheres têm artérias coronárias menores e de menor calibre, o que contribui para doenças obstrutivas coronarianas. Devido ao estresse e aos níveis hormonais, elas tendem a desenvolver erosões de placas coronarianas, ruptura, embolização distal, espasmo e dissecção coronariana espontânea mais frequentemente do que homens.

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Soma-se a este ranking hábitos que até anos atrás eram mais masculinos, como consumo de álcool e tabagismo, e outros comuns a ambos os sexos, como alimentação inadequada, sedentarismo, diabetes, obesidade e hipertensão. Já distúrbios emocionais, como depressão, ansiedade e estresse mental agudo, impactam mais fortemente as mulheres.

Mulheres e o estresse

Mulheres estão mais sujeitas ao estresse, ansiedade e depressão por conta de fatores biológicos, como flutuações hormonais, e sociais: dupla jornada, que inclui trabalhar fora e responsabilidade com a gestão da casa e menor acesso a tratamentos de saúde, muitas vezes, por não priorizar os autocuidados.

Por conciliarem múltiplas tarefas e privilegiarem o cuidado do outro, como filhos e demais familiares, as mulheres podem não olhar para as próprias necessidades e apresentarem dificuldade para identificar suas emoções, como, por exemplo, se estão vivenciando níveis altos de estresse.

O estresse é um verdadeiro “veneno” para o coração. Ele promove mais liberação de hormônios, como adrenalina e cortisol, cooperando para o aumento da hipertensão arterial, do colesterol e da frequência cardíaca. Além disso, quando vivenciado por muito tempo, tende a induzir processos inflamatórios, favorecendo a formação de placas ateroscleróticas e aumentando o risco de infarto e AVC.

+Leia também: Sobrecarga mental ajuda a explicar por que mulheres adoecem mais

Como reduzir os impactos do estresse

O combate a todas as consequências danosas que o estresse acarreta ao sistema cardiovascular passa, obrigatoriamente, pela promoção de um estilo de vida saudável, com exercícios físicos regulares, alimentação equilibrada e sono adequado.

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Ao falarmos de controle do estresse, entram ainda em campo técnicas de relaxamento como meditação, ioga e mindfulness.

Mindfulness – que pode ser traduzido por “atenção plena” – é uma técnica de relaxamento derivada de práticas budistas, que data dos anos 1970 e surgiu nos Estados Unidos. É definida como um conjunto de meditações cujo objetivo é treinar a mente a estar no momento presente, sem se deixar levar por pensamentos ansiosos, pelo estresse já vivenciado no dia ou preocupações excessivas sobre o futuro.

O método tem ganhado destaque como uma intervenção complementar na prevenção e manejo das doenças cardiovasculares.

Isso porque, ao atuar na regulação emocional, a prática regular do mindfulness contribui para diminuir os marcadores inflamatórios, todos associados à proteção cardiovascular. Também reduz a atividade do sistema nervoso simpático e melhora o controle do nervo vago, crucial para a desaceleração do ritmo cardíaco e para a resposta de relaxamento do corpo.

Estudos comprovam os benefícios do mindfulness

Vários estudos já comprovaram os benefícios do programa. Em trabalhos sobre as consequências de mindfulness para ansiedade em adultos e jovens**, evidenciou-se melhora dos sintomas.

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Entre os adultos, houve menos barreiras para a aplicação da técnica na comparação a outros tratamentos não farmacológicos. Para os jovens, a meta-análise evidenciou que a eficácia é ainda superior.

Já o estudo Terapia de mindfulness para pacientes com doença cardíaca coronária: uma revisão sistemática e meta-análise apurou a redução significativa da ansiedade, depressão, estresse e pressão arterial sistólica, além de mais qualidade do sono.

Pesquisadores também buscaram entender os efeitos de intervenções baseadas em mindfulness em pessoas com pré-hipertensão ou hipertensão, e aqui os resultados clareiam evidências sobre o papel positivo do mindfulness: independentemente do gênero e da pressão arterial basal, há um fator redutivo superior observado em participantes com PA mais elevada antes do mindfulness.

Na prática

Sem contraindicações, o mindfulness exige pouco dos adeptos. Não é necessário nenhum equipamento ou espaço específicos. Basta escolher um ambiente tranquilo e se acomodar de maneira confortável, focando atenção ao corpo e aos pensamentos.

Em seguida, deve-se controlar o ritmo da respiração e deixar as distrações passarem, sem julgá-las. Se você perder a concentração, não tem problema: volte ao estado de atenção calmamente até conseguir mantê-la por, pelo menos, cinco minutos. Aplicativos e vídeos disponíveis na web ajudam no passo a passo do mindfulness.

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Perante rotinas com tantos elementos para nos adoecer, temos que fazer uso das ferramentas que ajudem nessa reconexão com nós mesmos. Aquietar as emoções não cura apenas a alma, mas cura males físicos, doenças que abreviam a vida ou trazem sequelas, como as cardiovasculares.

Salete Nacif e Nina Azevedo são cardiologistas e integrantes do Socesp Mulher, da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp). Patricia Perniciotti é coordenadora do Departamento de Psicologia da Socesp.

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