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Médicos, nutricionistas e outros profissionais da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) explicam as novas (e clássicas) medidas para resguardar o peito
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Alimentação reduz risco cardiovascular da hipercolesterolemia familiar

Essa doença marcada por um índice elevadíssimo de colesterol pode ser amenizada com mudanças no estilo de vida, inclusive na dieta

Por Maria Cristina Izar e Juliana Kato*
16 jun 2022, 10h38

Adotar uma alimentação saudável é parte fundamental de todo plano bem sucedido de mudança de estilo de vida. Em pessoas com comorbidades ou doenças crônicas, esses ajustes na dieta inclusive integram o protocolo de tratamento.

Com base nesta máxima, o Departamento de Nutrição da SOCESP iniciou o projeto “Diálogos com a Nutrição”, uma série de e-books que trata dos impactos da alimentação na saúde cardiovascular. O segundo livro traz as influências da dieta para indivíduos com hipercolesterolemia familiar (HF), uma alteração genética transmitida pelo pai ou pela mãe (ou por ambos) que promove um aumento extremo dos níveis de LDL (colesterol ruim). Sem cuidados adequados, esse problema favorece o depósito de gordura nas artérias, um verdadeiro gatilho para doenças cardiovasculares.

A iniciativa teve como base a atualização da Diretriz Brasileira de Hipercolesterolemia Familiar, documento científico que norteia a conduta de profissionais de saúde sobre a HF, visando o controle do colesterol ruim elevado. O e-book apresenta recomendações nutricionais moderando, incentivando ou restringindo o consumo de grupos alimentares para os pacientes.

As dietas do Mediterrâneo e DASH têm maior grau de evidências benéficas: incentivam o consumo de grãos integrais, frutas, hortaliças, carnes magras, produtos lácteos com menor teor de gorduras e oleaginosas.

Há ainda várias orientações quanto à ingestão de gorduras. O ovo, fonte de colesterol, pode ser consumido sem excessos. Já fontes de gordura saturada – carne, laticínios, óleo de coco, palma e cacau – devem ser substituídas pelas de gordura monoinsaturada (como óleos de canola e azeite e castanha de caju) e poli-insaturada (peixes e óleos de soja, milho e girassol), porque estas não elevam o colesterol total e o LDL.

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Por sua vez, a gordura trans, presente nos industrializados, tem papel comprovadamente nocivo para a formação de placas de gordura. Ela deve ser excluída da dieta para HF e mesmo para quem quer comer de maneira mais saudável.

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O consumo de fibras é altamente recomendável, uma vez que diminuem o colesterol total. Entre elas, as solúveis são as mais eficazes, com destaque para a β-glucana, presente na aveia.

Apesar de a soja ser indicada em um plano alimentar devido à baixa concentração de gorduras saturadas e por ser rica em fibras, vitaminas e minerais, as isoflavonas, muito presentes neste grão, tem efeito neutro para o tratamento da hipercolesterolemia ou reduz modestamente os índices. Mas não deixaríamos de recomendar sua inclusão como fonte de proteína vegetal, já que, diferentemente dos alimentos de origem animal, não afeta as concentrações plasmáticas de colesterol.

+Leia também: A importância de medir o colesterol também em crianças

Os fitosteróis dos alimentos naturais – como nozes, amendoins, castanhas, sementes de gergelim, legumes, frutas e grãos –, quando consumidos em quantidades habituais, não possuem uma concentração suficiente para reduzir os níveis de colesterol e LDL-colesterol.

Porém, existem suplementos contendo fitosterol em concentrações maiores e que podem reduzir em cerca de 10% o LDL. Esta talvez seja uma opção interessante para crianças com HF, que ainda não têm idade suficiente para receber medicamentos redutores de colesterol ou mesmo para gestantes – os medicamentos são contraindicados para elas.

Ainda de acordo com o material publicado pelo Departamento de Nutrição da SOCESP, o consumo de leite desnatado está associado à menor mortalidade por doenças cardiovasculares. A boa notícia para os chocólatras é que a versão amarga entra na lista do “este pode”. Mas claro: em sua versão rica em cacau (escuro), que não eleva o colesterol, e consumido com moderação, porque pode ser fonte de açúcar simples e calorias, além de apresentar outras gorduras na composição.

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Patologia rara, mas não incomum

Estima-se que uma a cada 311 pessoas no mundo sofram com a hipercolesterolemia familiar. Normalmente não há sintomas e só se toma conhecimento do problema quando o infarto ocorre, ainda na juventude. Cerca de 200 mil indivíduos morrem mundialmente a cada ano por eventos cardíacos secundários à HF. No Brasil, o Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA) revela que a HF atinge 800 mil brasileiros, ou um a cada 263 indivíduos.

A dosagem do colesterol, um exame clínico de sangue de baixo custo, pode dar pistas de HF. Mas a falta de cultura em medir o colesterol em crianças e jovens gera um problema: entre a população com HF no mundo, menos de 10% tem conhecimento da condição. No Brasil, os valores são ainda mais alarmantes: menos de 1% são diagnosticados.

Quando a hipercolesterolemia familiar é identificada e tratada precocemente, há uma redução comprovada de risco cardiovascular. E não dá para deixarmos a alimentação fora dessa discussão.

* Maria Cristina Izar é diretora da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP) e professora livre-docente de Cardiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Juliana Kato é nutricionista e diretora executiva do Departamento de Nutrição da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP).

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