Diretriz traz 7 mudanças importantes no tratamento da hipertensão
Sociedade médica norte-americana atualizou documento de 2017, com orientações que também podem ser incorporadas por profissionais brasileiros
De tempos e tempos, especialistas em saúde cardiovascular revisam as melhores práticas para nos ajudar a viver mais e melhor. As Diretrizes Americanas de 2025 para Prevenção, Detecção, Avaliação e Manejo da Pressão Arterial Alta em Adultos chegaram, trazendo atualizações importantes sobre como encaramos a pressão alta.
Essas orientações substituem as de 2017 e foram criadas para ajudar médicos e profissionais de saúde a otimizar o tratamento da hipertensão. Para você, significa novas formas de proteger seu coração, rins e cérebro.
Veja a seguir os destaques:
1. O “novo normal” para a pressão arterial
A classificação da pressão arterial ficou assim:
Normal: Menos de 120 mm Hg sistólica e menos de 80 mm Hg diastólica.
Elevada: Sistólica maior ou igual a 120 até 129 mm Hg e Diastólica menor que 80 mm Hg.
Hipertensão Estágio 1: Sistólica entre 130 e 139 mm Hg ou Diastólica entre 80 e 89 mm Hg.
Hipertensão Estágio 2: Sistólica igual ou maior que 140 mm Hg ou Diastólica igual ou maior que 90 mm Hg.
Ou seja, uma medida de 125 por 75 já é considerada pressão elevada. A classificação mais rigorosa reflete um entendimento profundo de que mesmo níveis que antes eram considerados “normais” ainda representam risco para doenças cardiovasculares, como ataques cardíacos, derrames, insuficiência cardíaca e doença renal crônica.
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2. Quando se deve iniciar o uso de medicamentos
Não é apenas sobre os números da pressão arterial, mas também sobre o seu risco geral de saúde cardiovascular.
Neste ponto, todo paciente deve ter seu risco cardiovascular calculado pela equação PREVENT.
A importância fundamental do uso da calculadora PREVENT para o médico reside na sua capacidade de guiar decisões clínicas cruciais na prevenção e manejo da hipertensão.
Se a pressão for ≥140/90 mm Hg (estágio 2), a medicação é recomendada para todos os adultos.
Se a pressão estiver entre 130/80 mm Hg e 139/89 mm Hg (estágio 1), o tratamento medicamentoso é recomendado se você tiver:
- Doença cardiovascular clínica;
- Histórico de derrame;
- Diabetes;
- Doença renal crônica;
- Risco previsto de 10 anos para doenças cardiovasculares de ≥7,5% (calculado pela equação PREVENT)
Para quem tem pressão no estágio 1, mas com risco menor (<7,5% no PREVENT), a diretriz recomenda primeiro tentar mudanças de estilo de vida por 3 a 6 meses.
3. Estilo de vida é pilar do tratamento
As mudanças no estilo de vida continuam sendo a pedra angular da prevenção e do tratamento da hipertensão para todos os adultos. Elas incluem:
- Manter um peso saudável: Buscar uma redução de pelo menos 5% do peso corporal é recomendado para prevenir ou tratar a pressão alta;
- Alimentação saudável para o coração: Adotar padrões alimentares como o DASH, rico em frutas, vegetais, grãos integrais e laticínios desnatados, com baixo teor de gordura saturada e total;
- Reduzir o sódio: O ideal é consumir não mais que 1500 mg de sódio por dia, embora o limite máximo seja 2300 mg;
- Aumentar o potássio na dieta: Ingerir de 3500 a 5000 mg por dia;
- Exercícios físicos regulares: Pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana e exercícios de resistência em 2 ou mais dias por semana;
- Manejo do estresse e álcool: Reduzir ou eliminar o consumo de álcool e gerenciar o estresse.
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4. Combinar medicamentos
A maioria das pessoas precisará de mais de um remédio para controlar a pressão arterial.
Para adultos com hipertensão estágio 2, a diretriz agora recomenda iniciar o tratamento com dois medicamentos de primeira linha de classes diferentes, idealmente em uma combinação de pílula única.
5. Foco no diabetes
Se você tem diabetes tipo 2 e hipertensão, as recomendações são mais rigorosas devido ao risco cardiovascular elevado. Ou seja, quem tem as duas doenças precisa seguir à risca o tratamento e as mudanças no estilo de vida.
+Leia também: Qual a relação entre hipertensão e diabetes?
6. Monitoramento e suporte digital
O monitoramento residencial da pressão arterial, combinado com cointervenções como educação do paciente e teleconsultas, é uma ferramenta importante para melhorar o controle da pressão arterial e a adesão ao tratamento.
7. Cuidado multidisciplinar
A diretriz enfatiza a importância de uma equipe de saúde multidisciplinar (que pode incluir médicos, farmacêuticos, enfermeiros, nutricionistas e assistentes sociais) para avaliar e superar barreiras que possam dificultar o controle da hipertensão.
Em suma, as novas diretrizes de 2025 reforçam a importância de uma abordagem proativa e personalizada para o manejo da hipertensão.
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