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Linfoma: depois de perder a esperança, uma nova chance de viver

Portadora da doença faz relato emocionante sobre seu câncer de difícil tratamento e as possibilidades trazidas por novas terapias

Por Ana Carolina Gil Tunussi, enfermeira*
Atualizado em 18 set 2024, 14h36 - Publicado em 18 set 2024, 10h30
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Ana Carolina Gil Tunussi está há 11 meses em remissão do câncer  (Arquivo pessoal/Reprodução)
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Fui diagnosticada com linfoma não-Hodgkin aos 30 anos de idade de uma maneira inesperada. Primeiro, senti uma forte dor de estômago que irradiava para o dorso das costas, em agosto de 2021. Também apresentei um quadro de icterícia, caracterizada pela cor amarelada da pele e dos olhos.

Diante desse desconforto, decidi procurar ajuda médica e fiz alguns exames que detectaram vários cálculos na vesícula. Ao fazer o procedimento para retirá-los, o médico constatou alterações no meu abdômen.

Passei por uma investigação com especialistas e então veio a confirmação do diagnóstico de linfoma não-Hodgkin de grandes células B, um tipo raro, frequentemente encontrado no baço, no sangue e na medula óssea.

Fiz alguns ciclos de quimioterapia de primeira e segunda linha, segui para o transplante de medula e, por fim, sessões de radioterapia. Ao completar 124 dias do transplante, fiz o exame PET Scan e foi constatado o que mais temia: a recidiva do tumor.

Mesmo seguindo os protocolos de tratamento, os resultados não foram positivos e a doença persistia.

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Uma nova possibilidade

Já sem esperanças, pedi para a minha médica me colocar em cuidados paliativos exclusivos porque não aguentava mais toda essa rotina de tratamentos. Contudo, ela disse que não me deixaria tomar essa decisão e me falou de uma nova possibilidade de tratamento, a terapia celular CAR-T, que vinha apresentando resultados cada vez mais promissores no combate aos cânceres de sangue.

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Os resultados realmente eram impressionantes e foi dessa forma que a minha médica me convenceu a continuar a lutar pela vida, apostando nessa novidade.

A terapia celular utiliza células de defesa modificadas geneticamente em laboratório (no meu caso, de uma companhia farmacêutica especializada nesta tecnologia) e infundidas novamente no organismo do paciente para atacar as células cancerosas.

O desafio passou a ser, portanto, o acesso à terapia celular.

Consegui me submeter a este tratamento por intermédio do hospital onde trabalho, que arcou com os custos. No final do ano passado fiz a coleta das minhas células T e, em janeiro de 2024, fiz a infusão de suas versões modificadas para combater o linfoma.

O resultado

Após 35 dias da infusão das células, boa parte deles passados em recuperação no hospital, eu já estava bem. Em julho, repeti o PET Scan, que revelou que estou há dois meses em remissão completa da doença.

Hoje o meu maior sonho é alcançar a cura do câncer. E, por ter passado por toda esta jornada, me juntei à Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), para seguir lutando pelo acesso ao tratamento adequado dos pacientes.

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Sigo defendendo as causas das pessoas diagnosticadas com câncer e espero contribuir, por meio destas articulações, na promoção da melhoria e ampliação do acesso às terapias avançadas no Brasil. E, como enfermeira pediátrica e oncológica, posso apoiar ainda mais meus pacientes que também enfrentam essa jornada.

Meus planos para o futuro são continuar estudando, formar uma família, ser mãe e desfrutar da alegria de ter mais uma chance de viver.

O diagnóstico de câncer não é mais uma sentença de morte. E o acesso à terapia celular vai, seguramente, mudar a história de muitos pacientes, assim como mudou a minha.

*Ana Carolina Gil Tunussi é enfermeira pediátrica e oncológica

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