Assine VEJA SAÚDE por R$2,00/semana
Imagem Blog

Em primeira pessoa Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Numa parceria com o CDD (Crônicos do Dia a Dia), esse espaço dá voz a pessoas que vivem ou viveram, na própria pele, desafios e vitórias diante de uma doença crônica, das mais prevalentes às mais raras
Continua após publicidade

Esperançar e agir com neuromielite óptica (NMO)

No Março Verde, um homem com essa doença traz esse conceito como uma forma de motivar a busca por qualidade de vida entre pessoas com doenças crônicas

Por Ayran Aravéquia, diagnosticado com NMO*
27 mar 2024, 08h46

Qual o sentido disso? Por que comigo? Essas e outras perguntas me vieram à cabeça quando eu estava descobrindo a neuromielite óptica, ou NMO – uma doença até hoje muito confundida com a esclerose múltipla, e que traz sintomas como perda de movimentação e de visão. Depois de quatros anos de diagnóstico, posso responder para vocês que eu ainda não tenho essas respostas.

Não porque não façam mais sentido, ou por não serem importantes. No entanto, resolvi olhar para dentro de mim mesmo e mudar a pergunta: “o que está ao meu alcance a partir de agora?”

Meu nome é Ayran Aravéquia dos Santos, tenho 25 anos e hoje, além de professor de educação física, faço parte da Associação Brasileira de Neuromielite Óptica (ABNMO), e responsável pela mesma em toda região Sudeste do Brasil.

Um breve histórico

Fevereiro de 2020: exame de anti-aquaporina 4 com o resultado positivo. A partir dessa data e do diagnóstico que veio a partir dessa avaliação, tudo mudou.

Continua após a publicidade

Eu posso imaginar que, ao ler isso, você pode estar esperando apenas notícias ruins. E é mesmo absolutamente normal e necessário que tenhamos uma reação difícil depois de receber uma notícia dessas.

Digo “necessário”, porque o ser humano precisa de uma fase de luto para, depois, entrar na aceitação. Eu me lembro de cada fase e entendo o quanto essa “reação difícil” foi necessária. Porém, ela deve passar, assim como tudo na vida.

Mesmo antes do diagnóstico fechado eu já esperançava e nem sabia. Esperançar, aliás, é uma atividade ativa e otimista diante de um contexto qualquer. É fazer o que for possível.

Continua após a publicidade

Enfim, os profissionais me deram algumas possibilidades de diagnóstico – todos os nomes muito difíceis e assustadores. E eu apenas queria que fosse o melhor deles e que tivesse ao menos tratamento.

Sabe como eu esperançava? Por mais assustado que estivesse, não abaixei a cabeça. Se tinha exame para fazer, eu ia atrás e fazia o quanto antes. Quando o hospital errou na guia da minha ressonância, fui correndo literalmente até a sala do plantonista às 3 da madrugada para arrumar.

Eu e minha família estávamos lutando para ter o melhor cenário possível dentre as possibilidades apresentadas. Muito mais forte que a dor no meu peito era minha vontade de cuidar da saúde, e isso é esperançar. Ou seja, esperar que tudo dê certo e fazer de tudo para dar certo (dentro das minhas possibilidades).

Continua após a publicidade

+Leia também: Banco de dados dá suporte a estudos sobre esclerose múltipla

Voltar a viver

Todo esse turbilhão um dia passa e nós precisamos, muito mais do que sobreviver, voltar a viver. Independentemente se meu corpo hoje é diferente do de quatro anos atrás por conta da NMO, vou fazer o que está ao meu alcance para dentro da minha nova realidade.

Precisamos agir com a NMO – e hoje as redes sociais possibilitam muito isso. O famoso “fazer barulho” ajuda nossa causa e precisamos ser atendidos: nós temos direitos e precisamos garanti-los.

Continua após a publicidade

Mas, para isso, precisamos de visibilidade. Quando eu falo o nome completo da NMO, até profissionais da saúde de outra área fazem cara de dúvida.

É uma doença realmente pouco falada. Hoje já estamos melhor que ontem, mas quero o amanhã melhor que hoje!

Não tem o mínimo sentido que uma pessoa lutando pela vida ainda precise batalhar com os convênios de saúde, ou esperar longos dias nos hospitais públicos.

Continua após a publicidade

Já existem remédios para nossa patologia e não precisamos mais tomar altas doses de corticoides para mascarar a doença. O que precisamos é de visibilidade e de protocolos corretos de tratamento em hospitais de todo o Brasil.

*Ayran Aravéquia é professor de educação física e faz parte da Associação Brasileira de Neuromielite Óptica (ABNMO). Foi diagnosticado com a doença em 2020.

Compartilhe essa matéria via:

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.