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Pele de bebê é sensível: como escolher produtos de higiene para eles

Médica destrincha formulações que são bem-vindas nessa fase da vida e os componentes que merecem ser evitados entre xampus e sabonetes líquidos

Por Vânia Oliveira de Carvalho, pediatra*
10 ago 2023, 09h57
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Substâncias como álcool e parabeno nas fórmulas são contraindicadas para crianças.  (Foto: GI/Getty Images)
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A pele é um órgão que desempenha várias funções essenciais, incluindo a proteção mecânica, a regulação da temperatura corporal, a vigilância imunológica e a prevenção da perda de fluidos corporais.

É importante entender que a pele do bebê é ainda mais complexa e merece atenção especial por estar em desenvolvimento e ser cerca de 30% mais fina comparada com a pele de um adulto.

Antigamente, acreditava-se que a função de barreira cutânea atingia sua maturidade por volta da 34ª semana de gestação. No entanto, estudos recentes mostram que esse processo continua a se desenvolver até 12 meses após o nascimento.

Isso indica a necessidade de cuidados específicos com a pele do recém-nascido, no período de transição para o ambiente externo, e nos primeiros anos de vida.

A pele nessa fase é sensível, fina e frágil. Essas características reduzem sua capacidade de defesa contra a proliferação excessiva de micro-organismos e aumentam o risco de infecções, toxicidade e dificuldades na regulação dos fluidos corporais – facilitando a permeabilidade e a perda de água.

Existe, ainda, risco de toxicidade pela maior penetração de substâncias oriundas de produtos.

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Sendo a primeira barreira de contato com o mundo exterior, é fundamental tomar cuidados adequados para manter a integridade e a saúde da pele, utilizando fórmulas adequadas para higiene e proteção, que permitam um desenvolvimento saudável da barreira cutânea.

Para manutenção dos aspectos fisiológicos da pele, um ponto frequentemente discutido é o pH dos produtos de higiene pessoal.

A pele dos bebês apresenta um pH ligeiramente ácido e, de acordo com a literatura e com um documento científico publicado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), é recomendável que os produtos utilizados durante o banho respeitem esse pH, mantendo-se na faixa de 4,2 a 5,6, também ligeiramente ácido.

Prezar por esse intervalo de pH é crucial para preservar a integridade da barreira cutânea e permitir sua maturação saudável.

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Além disso, é aconselhável optar por produtos hipoalergênicos, que não contenham ingredientes que possam ser irritantes para a pele do bebê e dermatologicamente testados. Os produtos hipoalergênicos passaram por testes de segurança detalhados para avaliar o potencial alergênico da formulação como um todo, incluindo ingredientes como fragrâncias.

E é crucial ficar atento aos rótulos! Ingredientes nocivos à pele dos bebês devem ser evitados. Existem algumas substâncias que não são adequadas e seguras para as necessidades específicas dessa pele fina e sensível, podendo causar danos, alergias e irritações.

+ LEIA TAMBÉM: Como saber se o bebê está com um desenvolvimento adequado?

O álcool, presente em algumas formulações de sabonetes líquidos, pode ser prejudicial para esse tecido em desenvolvimento. A pele pode ser comparada a uma parede de tijolos, onde os lipídeos, que são a gordura, atuam como o cimento.

O álcool tem a capacidade de remover esses lipídeos da pele, causando ressecamento, coceira e vermelhidão. Ao ler os rótulos dos produtos, evite termos como “álcool”, “álcool etílico” ou “alcohol” (nomenclatura internacional).

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Agentes de limpeza são necessários nos produtos cosméticos. No entanto, os sulfatos, presentes em alguns sabonetes, não são adequados para a pele delicada dos bebês.

Esses ingredientes têm potencial de remover os lipídeos essenciais para a hidratação e penetram nas camadas superficiais da pele, comprometendo a integridade da barreira cutânea e causando ressecamento e irritação, com potencial de provocar alergias. Fique de olho, portanto, em termos como “Sodium Laureth Sulfate”, “Sodium Lauryl Sulfate”, “Sodium Trideceth Sulfate” e afins.

Um componente completamente desnecessário é o corante. Ele é utilizado apenas para conferir cor aos produtos. Assim como evitamos corantes na alimentação dos pequenos, devemos também evitá-los em cosméticos, uma vez que podem causar irritações.

Opte por sabonetes transparentes ou brancos que, em geral, possuem formulações mais puras. Observe nos rótulos dos produtos a presença de corantes identificados pelas iniciais “CI”, seguidas de números, como CI 15510, CI 19140, CI 16185…

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Os conservantes são importantes para prolongar a vida útil dos produtos de higiene e evitar a proliferação de bactérias e fungos. No entanto, alguns conservantes como os parabenos e os MITs possuem alto potencial de causar alergias e irritações na pele.

Embora muitas empresas tenham abandonado o uso desses componentes, é importante seguir alerta.

Os parabenos podem ser identificados como “Propylparaben”, “Methylparaben” e “Ethylparaben”, enquanto os MITs são denominados como Methylchloroisothiazolinone (CMIT) e Methylisothiazolinone (MIT).

Leia também: Como prevenir e controlar assaduras em bebês?

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Em resumo, é crucial selecionar com cuidado os sabonetes líquidos para bebês, evitando ingredientes como álcool, corantes, sulfatos, parabenos e MITs em sua composição.

Essa escolha consciente auxilia na preservação da barreira cutânea, contribuindo para o desenvolvimento saudável da pele delicada dos bebês.

É bom lembrar que, além dos produtos utilizados, outros fatores, como a temperatura da água do banho e a frequência de banhos, também devem ser considerados para manter a pele do seu bebê saudável e protegida. O mesmo cuidado deve ser mantido quando utilizados hidratantes e outros produtos cosméticos nos pequenos.

Como médica que atua na área da dermatologia pediátrica, reforço a importância de consultar um profissional de saúde ou pediatra para obter orientações personalizadas sobre os cuidados com a pele do bebê. Cada criança é única, com necessidades específicas que devem ser respeitadas ao escolher produtos adequados.

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* Vânia Oliveira de Carvalho é pediatra, professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR),  coordenadora do Curso de Especialização em Dermatologia Pediátrica da UFPR, membro do Departamento Científico de Dermatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e consultora médica da Kenvue

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