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Para sermos felizes, é preciso reter o que nos nutre e descartar o resto

Assim como o nosso corpo o faz, nossa mente precisa saber filtrar aquilo que a fortalece e descartar superficialidades, defende psicóloga da Unicamp

Por Vanessa Rodrigues, psicóloga*
4 dez 2024, 09h03
felicidade-livro
Saber identificar o que nos fortalece é uma habilidade que deve ser cultivada para o bem da nossa saúde mental (Pedro Costa/Veja Saúde)
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Assim como o corpo seleciona e retém o que o alimenta e descarta aquilo que não lhe serve, é aconselhável que as pessoas adotem, em sua vida cotidiana, o mesmo princípio que a natureza ensina de forma tão sensata. Até porque essa lição revela um delicado paralelo entre a busca da saúde e a construção da felicidade.

Ambas estão conectadas, pois dependem de uma necessidade inadiável de consciência e atitude para que possam ser plenamente alcançadas.

A saúde, em sua essência, é o resultado de um processo contínuo que envolve esforço, escolha e cuidado consciente para manter um estado equilibrado nas dimensões física, mental, social e espiritual. Uma vida saudável não se resume a prática de atividade física e a boa alimentação; inclui também satisfação pessoal e harmonia emocional.

+ Leia também: Por que ficamos tristes mesmo quando tudo vai bem?

Todo movimento que se faz em direção a uma nova perspectiva requer esforço, especialmente os primeiros passos, que são os mais desafiadores. Essas etapas demandam o rompimento com hábitos antigos, o enfrentamento de resistências mentais e a superação das influências do ambiente ao redor.

Contudo, é com essa ruptura que surgem experiências, descobertas e a compreensão de que um novo caminho é possível — e passível de ajustes e aprimoramentos. De forma semelhante, esse é o percurso que se deve trilhar para uma vida feliz.

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A mente, assim como o corpo, precisa aprender a reter o que é bom, utilizar isso a seu favor e se desfazer dos excessos — de pensamentos negativos, desejos incontroláveis, carências superficiais, prioridades vazias e tudo aquilo que distrai as pessoas de serem autênticas e conscientes.

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A existência humana é ambígua: não é possível viver neste mundo sem, em algum momento, machucar outras pessoas. Assim como todos são feridos ao longo de sua passagem por aqui. Viver é estar exposto a alegrias e sofrimentos. Nos resta percorrer esse caminho com leveza, cientes da imperfeição humana e dedicados a trazer menos miséria e mais amor ao mundo.

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Pessoas significativas vão embora, algumas por circunstâncias da vida, outras porque não quiseram ficar, e é necessário deixá-las ir e seguir sem ressentimentos. As dores e os momentos difíceis sempre oferecem ensinamentos.

Avançar na busca de sonhos sem olhar para os lados nem dar as mãos aos outros não faz sentido. Caminhar desacompanhado é como perder a viagem. As palavras são poderosas, e pequenos diálogos e gestos abastecem uma vida.

+ Leia também: O impacto dos hábitos de bem-estar dos adultos nas crianças

No fim das contas, educar a sensibilidade do olhar e enxergar as delicadezas do dia a dia é o que também permitirá nos nutrir melhor. Ter consciência do valor de uma conversa fiada, regada a café, em uma tarde qualquer, na companhia de alguém que potencializa o sentido das coisas… Estar disposto a trocar e ouvir…

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Além disso, devemos ter ambição: a ambição de trabalhar nós mesmos com entusiasmo e disciplina para sermos pessoas melhores. Se o organismo se renova e se mantém retendo o que o nutre, uma vida plena e feliz só floresce se descartarmos o que não nos agrega de fato e cultivarmos aquilo que alimenta a alma.

Vanessa Rodrigues é psicóloga, professora convidada do curso de felicidade da Unicamp e coautora do livro Vamos Conversar sobre a Felicidade? (Papirus 7 Mares – clique aqui para comprar)

Vamos conversar sobre a felicidade?

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