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Os 6 maiores dramas vividos pelas mães durante o puerpério

É fundamental para a mulher identificar os maiores desafios e receber apoio para passar por esse período com mais saúde mental

Por Carolina Sales, psicóloga*
22 abr 2023, 18h18
puerpério-emocional
Nessa fase, a mãe imagina coisas que ela mesma considera terrível, que a sociedade condenaria, pensamentos que não tem coragem de compartilhar (Foto: Hollie Santos/Unsplash/Divulgação)
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Solidão, culpa, amamentação, privação do sono, baixa autoestima e volta ao trabalho são seis dramas que geram medo e angústia nas mães durante o puerpério, fase conhecida por começar no primeiro dia após o parto e durar cerca de 60 dias (em alguns casos, esse período pode ser maior).

Há 22 anos atuando como psicóloga clínica, acompanhei inúmeras puérperas e percebi esses desafios e a necessidade de cuidado à mãe, oferecendo suporte ao seu estado emocional.

Em parceria para o projeto Canções de Despertar, de Protex Baby, ajudei a criar seis cantigas que, por meio da melodia, estimulam o sono do bebê e dão voz ao que a mãe está sentindo.

As músicas levam apoio e conforto e contribuem para aumentar a confiança e a autoestima das mulheres. Todas as composições estão disponíveis no YouTube.

O projeto

Ele aborda as dores sentidas pelas mães durante os primeiros meses de vida dos bebês com toda a delicadeza e o carinho que o momento pede.

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Na maioria dos casos, as mulheres não compreendem a dimensão de todos os sentimentos que surgem nesse momento, nem como eles vão impactar a sua vida e a de sua família.

Reconhecer cada um dos maiores desafios desse período pode ajudar mães a lidarem com a angústia, controlá-la e até buscar ajuda. Vamos a eles:

Culpa

A mãe imagina coisas que ela mesma considera terrível, que a sociedade condenaria, pensamentos que não tem coragem de compartilhar.

Na sequência, diz para si mesma que é um absurdo cogitar aquilo, se culpa e tenta se convencer do contrário. Ao mesmo tempo, acredita não estar fazendo o suficiente, cobra-se e culpa-se por isso.

Um exemplo: a mulher pensa coisas como “por que eu resolvi ser mãe?”. Em seguida, ela rebate “nossa, não posso pensar nisso, filho é uma benção”.

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Ou, ainda, imagina assim: “Se eu soubesse que seria desse jeito, não teria tido”. É algo que gera reações como “que horror, olha o que estou falando.”

Também é comum a mulher achar que deveria estar mais atenta ao bebê.

Se está nessa situação, saiba: você é humana e tem todo o direito de pensar e sentir. Não há nada de errado. Talvez esteja sobrecarregada e, mesmo assim, querendo fazer mais e melhor.

Pare de se julgar. Pare de se cobrar tanto!

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Solidão

Na calada de noite, ela vem sorrateira e toma conta da mulher, que está com sono e cansada.

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A casa dorme, o mundo dorme, menos as puérperas. Não há com quem falar naquela solidão a dois. É triste.

A noite se torna um momento desesperador.

Lembre-se de que, no mundo, milhares de mulheres estão passando a madrugada como você.

Isso não tira a sua dor, claro, mas te abre a possibilidade de se conectar com outras puérperas. Compartilhar cura.

Amamentação

Aquela cena da criança mamando tranquilamente não acontece nos primeiros dias.

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Para o leite “descer” há um processo doloroso. O peito inflama, sangra, forma ferida. A mãe sente muita dor e se cobra por uma obrigação da qual sente que não pode se esquivar.

+ Leia também: 9 sacadas para garantir uma amamentação perfeita ao bebê

“Será que meu leite está sustentando o bebê?” “Está doendo demais, está em carne viva, mas eu tenho que conseguir.” “É tanta dor que quando vai chegando a hora da mamada fico angustiada.”

Isso é um processo e, em breve, a dor vai passar. E se você não quiser mais amamentar no peito, tem o direito de optar por isso.

Privação do sono

Não dormir afeta o humor e aumenta a irritação, a instabilidade e a impaciência.

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Dá medo de não aguentar, de cochilar e derrubar o bebê…

Seja flexível consigo e priorize o seu sono ao invés de outros afazeres também importantes.

Peça, se possível, para alguém ficar com a criança por algumas horas durante o dia, enquanto você dorme. Aliás, pedir ajuda é essencial.

Autoestima

A mãe renuncia a si mesma, e isso acontece em diversos aspectos. Não consegue tomar banho ou comer, quanto mais cuidar de si, arrumar-se, relaxar…

Às vezes, ganha peso na gestação e tem dificuldade para emagrecer. Tudo isso impacta na autoestima.

Muitas se sentem feias, sem ânimo para se arrumar, têm vergonha do corpo e acham que deveriam fazer mais por si.

+ Leia também: Como deveriam ser as primeiras horas do recém-nascido

Por mais desafiador que seja, coloque espaço para você na sua agenda. Permita-se ser mulher e ter vaidade, isso vai te fazer bem.

Volta ao trabalho

Normalmente, aqui há quatro tipos de situações: medo de ser demitida no retorno ao emprego; desejo de não voltar ao trabalho; conflito entre voltar ou não; se voltar, vem a dúvida: com quem a criança ficará?

São comuns pensamentos assim: “Como vai ser quando eu voltar? Meu lugar estará garantido? Será que serei demitida?”; “Estou sofrendo a cada instante que penso que ficarei longe do meu bebê.”; “Se eu voltar a trabalhar perco o momento da primeira papinha, os primeiros passos… E se eu parar, vou estagnar minha carreira.”

Imagine seu futuro: o que te orgulharia em contar sobre si mesma? Fazer esse exercício de imaginar o futuro te auxilia na escolha do presente.

E lembre-se: ainda que esses desafios sejam comuns para a maioria das puérperas, não hesite em buscar apoio profissional se houver muita dificuldade em lidar com eles.

*Carolina Sales tem mestrado em Psicologia Clínica na área de Terapia Familiar sistêmica e pós-graduação em Psicologia Positiva.

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