Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Com a Palavra

Por Blog Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

Obesidade: a desinformação também é problema de saúde pública

Especialista conta como a prevenção e o tratamento dessa doença (e o seu controle na população) esbarram em mitos e preconceitos

Por Bruno Halpern, endocrinologista*
Atualizado em 22 mar 2024, 12h16 - Publicado em 20 mar 2024, 10h12
  • Seguir materia Seguindo materia
  • No mês dedicado à causa, a Federação Mundial de Obesidade escolheu, como tema de sua nova campanha, a mensagem “Vamos falar sobre obesidade e…”, abrindo diversas frentes para refexão. Afnal, o excesso de peso repercute não apenas na esfera da saúde de cada um.

    Para fcar em um robusto exemplo, recentemente uma análise estimou que os impactos econômicos diretos e indiretos da doença — sim, obesidade é uma doença crônica! — podem chegar a 3% do PIB nas próximas décadas. Isso é puxado pelo crescimento alarmante em sua incidência: se nada for feito, em 2035 41% dos brasileiros terão obesidade.

    Números epidêmicos que abrem as portas para o aumento no risco de mais de 200 outras doenças — de problema no coração a câncer. Mesmo assim, a obesidade ainda é vista como mera consequência de “escolhas individuais erradas”.

    Quem vive com ela sofre preconceito em casa, no trabalho, na escola e até nos consultórios. Uma pesquisa nacional revelou que 85% dessas pessoas já sofreram com a gordofobia. Quem está acima do peso deveria ser estimulado a buscar orientação e tratamento, só que até nessas horas esbarra em estigmas.

    Não raro, qualquer medida além do “coma menos, exercite-se mais” — que tem baixos índices de sucesso isoladamente — é alvo de críticas. Assim, há discriminação por estar com excesso de peso e também por ir atrás de ajuda — um absurdo!

    Continua após a publicidade

    Nesse cenário, o número de pessoas que buscam ou mantêm tratamentos sérios, baseados em evidências científicas, é irrisório perto do montante que se trata por conta própria ou apela a abordagens não respaldadas.

    Vemos críticas à cirurgia bariátrica por “ser um caminho fácil”. Uma ironia se pensarmos que é um tratamento bem estudado e que mostra redução de doenças e aumento na expectativa de vida, quando bem indicado.

    A desinformação também reina quando falamos em medicamentos para obesidade. Embora alguns tenham sido proibidos no passado, hoje dispomos de novas opções seguras e com eficácia acima da média. Seu uso tropeça, porém, no custo mais elevado, pensando na realidade brasileira, e no uso sem receita médica, muitas vezes por pessoas que não têm indicação clínica, apenas “o desejo social de emagrecer”.

    Continua após a publicidade

    Aí a má utilização sabota um bom recurso. Para esclarecer a população, a Abeso e a Sbem publicaram um documento que reforça a importância de falarmos em “medicamentos para obesidade”, e não “remédio para emagrecer”. Afinal, esse é o objetivo: o que tem tudo a ver com melhorar a saúde e a qualidade de vida.

    +Leia também: 10 amarras para o emagrecimento

    Agora, tratamentos para obesidade não têm como meta reduzir a curva ascendente de obesidade no mundo. Para isso, são necessárias estratégias de prevenção. Parece básico, mas poucos percebem a grande diferença entre esses dois conceitos, o que culmina na reprodução de mensagens e conselhos sem fundamento.

    Estamos diante de dois problemas de saúde pública: a obesidade e o preconceito contra a obesidade. E a solução para o primeiro passa inevitavelmente pelo combate ao segundo.

    Continua após a publicidade
    Compartilhe essa matéria via:
    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY
    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês

    ou
    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 10,99/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.