Assine VEJA SAÚDE por R$2,00/semana
Imagem Blog

Com a Palavra Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Blog
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

O papel da dieta no controle das doenças inflamatórias intestinais

Está cada vez mais clara a relação entre a alimentação e o tratamento adequado da doença de Chron e da colite ulcerativa

Por Verenna Melo, nutricionista*
Atualizado em 23 nov 2023, 17h10 - Publicado em 23 nov 2023, 09h59

As doenças inflamatórias intestinais (DIIs), são condições autoimunes que afetam hoje, no Brasil, quase 250 mil pessoas. Classificam-se em doença de Crohn e colite ulcerativa. Elas costumam exigir o uso de medicamentos pelo resto da vida do paciente, mas a alimentação também é relevante no controle das DII.

Os cuidados com a dieta podem minimizar sintomas — como dores, diarreia, prisão de ventre, sangramentos, falta de apetite, vômitos etc. —, melhorar a resposta a medicamentos alvo e o prognóstico de cirurgias, reduzir o uso de corticoides, diminuir o risco de obesidade e, especialmente, manter a doença em remissão.

Não sabemos a causa específica das DIIs. Existe uma predisposição genética, mas é inegável que o estilo de vida dos últimos 100 anos e as mudanças nos hábitos alimentares também têm uma contribuição forte, sendo este um possível mecanismo de prevenção das DII.

A má alimentação, por outro lado, é associada ao pior prognóstico dessas doenças, que têm taxas de incidência de cirurgia de, em média, 30%.

+ Leia também: Dores abdominais: o que são e como identificar cada uma delas

Dieta para pacientes com DIIs

Enquanto os medicamentos fazem o seu trabalho, ajustes no cardápio são bem-vindos.

Continua após a publicidade

A dieta deve priorizar carnes magras de vários cortes, aves, peixes, vegetais de todo tipo, ovos, leite, iogurtes e queijos, frutas, sementes, grãos e um aporte adequado de água. Tudo livre de corantes, aromatizantes, espessantes ou antioxidantes.

Alimentos ultraprocessados com muitos aditivos químicos devem passar longe do dia a dia destes pacientes. Eles são pró-inflamatórios nas DIIs.

O modelo ideal seria o estilo de vida da dieta mediterrânea, mas nem sempre os pacientes toleram todos os alimentos propostos. É aí que entra o nutricionista com expertise em DII. Quando o paciente recebe a orientação de um profissional que não é realmente especializado, tende a fazer exclusões de alimentos que não têm relação com os seus sintomas.

+ Leia também: Leite não faz mal à saúde, concluem autoridades da medicina e da nutrição

Os mitos alimentares propagados nas redes sociais e entre grupos de pacientes levam a um terror nutricional que pode afetar até a saúde mental do indivíduo.

Continua após a publicidade

Exclusões de lácteos, lactose, glúten ou adoção de dietas low carb, FODMAP, sem orientação de um nutricionista especializado podem levar à desnutrição, que já é inerente ao processo inflamatório das DII.

Quando esse quadro se ativa em forma máxima, pode diminuir a resposta a certos tratamentos e trazer outras complicações, como o maior tempo de internações e a antecipação de cirurgias que poderiam até ser evitadas.

Vale alertar ainda que não há suplementação mágica e universal para todos os doentes. A individualidade do caso precisa ser analisada para permitir que a pessoa mantenha sua autonomia alimentar e a vida social o mais próximo do normal possível.

O medicamento é a principal arma de controle das DII, mas quem “ajusta a mira” é a alimentação.

*Verenna Melo, nutricionista especialista em DII,  membro do European Crohn´s and Colitis Organisation (Ecco) e paciente com Doença de Chron 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.