O período de férias é, sem dúvida, um momento de quebra de rotina, tanto para as crianças quanto para os pais. Entre trocar aulas e atividades extracurriculares por ócio criativo, brincadeiras e passeios, um ponto que nem sempre chama a atenção dos responsáveis é a alimentação da garotada.
Duas situações costumam dar as caras aqui: a falta de planejamento para as refeições e a maior permissividade para petiscos, guloseimas e afins. Sair da rotina faz parte das férias (e da vida) e não há motivos para neuras e preocupações excessivas. É natural que os horários e o padrão das refeições mudem nessa época.
No entanto, como é um período de tempo considerável, é importante buscar certo equilíbrio. E é perfeitamente possível se divertir bastante sem deixar de lado os bons hábitos alimentares e a saúde.
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Tudo começa com planejamento. Durante o ano letivo, a criança faz algumas refeições e lanches na escola, e é normal perder o hábito de preparar e oferecer opções mais saudáveis em casa.
Só que, por pura praticidade, isso pode nos levar a partir para alimentos prontos ultraprocessados ou fast-food via delivery. E não é recomendável que isso vire rotina.
Embora os horários sejam diferentes nas férias, é essencial manter as refeições principais (café da manhã, almoço e jantar) e programar lanches intermediários, principalmente em passeios e viagens — frutas e castanhas são ótimas opções.
Não é que as guloseimas estão proibidas, mas precisamos evitar que elas sejam a base da alimentação durante as férias. Dá para bolar inúmeros lanchinhos atrativos e mais balanceados, incluindo receitas caseiras de pipoca, minipizza, torta, bolo…
O que me leva a outro conselho: que tal cozinhar em família? Sim, chamar as crianças para colocar literalmente a mão na massa. Preparar pratos e lanches, priorizando ingredientes frescos e saudáveis, é uma forma de garantir uma comida mais nutritiva e boas memórias.
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Fora de casa, sugiro ter atenção nos passeios. Sempre que der, leve lanches prontos embalados na sua residência em bolsas térmicas que evitem deterioração ou contaminação. Exemplos: frutas, cookies integrais, bolo caseiro etc.
Quando não for possível, evite comprar alimentos de procedência e manipulação desconhecidas para não correr o risco de intoxicações alimentares. Planejando com antecedência e pesquisando na internet estabelecimentos bem avaliados, dá para desfrutar de um lanche mais seguro.
Sobretudo com o calor do verão, tente ao máximo passar longe de alimentos que dependem de muita manipulação ou não são refrigerados adequadamente.
Por último, lembre-se de que nada precisa ser proibido. Enquanto puder manter a rotina alimentar o mais próximo possível do habitual, fica mais tranquilo liberar as guloseimas vez ou outra quando estiver passeando em família. Afinal, as férias servem para isso, não é mesmo?
* Gi Belarmino é nutricionista, pós-doutora pela Faculdade de Medicina da USP, coordenadora científica do congresso Ganepão e fundadora da plataforma De Mãe em Mãe