Outubro Rosa: Revista em casa por 9,90
Imagem Blog

Com a Palavra

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

Fadiga crônica pode aparecer após a Covid-19

Especialista explica o elo entre a infecção por coronavírus e essa síndrome que causa cansaço físico, dores e até perda de memória

Por José Roberto Provenza, reumatologista*
Atualizado em 25 abr 2023, 11h39 - Publicado em 29 set 2020, 12h19
covid-19 causa cansaço?
Síndrome da fadiga crônica pode aparecer em pessoas que tiveram quadros mais severos de Covid-19. (Foto: Gustavo Arrais/SAÚDE é Vital)
Continua após publicidade

Cerca de 8% dos pacientes acometidos por uma infecção viral estão propensos a desenvolver a síndrome da fadiga crônica, também chamada de neuromielite miálgica. A condição se caracteriza por sintomas como cansaço, dores musculares e articulares, febre baixa e perda de memória. E vem sendo identificada após um quadro infeccioso grave provocado pelo novo coronavírus, principalmente em pacientes que foram hospitalizados e tiveram comprometimento no coração.

Os estudos mostram que essas pessoas podem apresentar uma alteração imunológica associada à produção de anticorpos que, em última instância, afeta a frequência cardíaca e a pressão arterial, assim como a força muscular. Em razão da formação e atuação anormal desses anticorpos, ocorrem mudanças na circulação do sangue para o cérebro e os músculos — daí os sintomas relatados.

O diagnóstico da síndrome da fadiga crônica é 100% clínico, porque não há marcadores e exames específicos para detectar a doença. É por isso que ela pode ser confundida com a fibromialgia. Mas os sintomas associados à infecção viral e o surgimento de gânglios no pescoço, axilas e na região inguinal ajudam a diferenciar a síndrome da fadiga crônica da fibromialgia. Além disso, a duração dessas duas enfermidades é diferente. A fadiga crônica se estende, em média, entre oito e 12 meses. Já pessoas com fibromialgia têm de conviver anos ou mesmo a vida toda com a doença.

Continua após a publicidade

O tratamento da síndrome da fadiga crônica é feito com analgésicos como paracetamol e dipirona. Como a dor crônica traz problemas emocionais, os médicos podem prescrever medicamentos antidepressivos classificados de inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina. Esses remédios melhoram o humor do paciente e sua percepção da dor.

Paralelamente, o paciente deve fazer atividade física. Exercícios aquáticos, pilates, caminhada e alongamento são bem-vindos. Devido ao cansaço, aconselhamos que o indivíduo comece com atividades de baixa intensidade e aumente o ritmo ao longo do tempo.

A síndrome da fadiga crônica não acomete apenas quem foi infectado pelo coronavírus. Pode se manifestar em pessoas que tiveram hepatite, gripe H1N1, mononucleose, toxoplasmose ou foram infectadas pelo citomegalovírus. O grupo mais suscetível à doença é formado por pessoas entre 35 e 60 anos. Em idosos, principalmente a partir dos 70, o médico precisa avaliar se a queixa de fadiga está associada à perda rápida de peso, falta de apetite e queda de energia, o que pode indicar a existência de outra doença, como um câncer.

Continua após a publicidade

Nesses tempos de Covid-19, o recado a reforçar é: em caso de fadiga e dor persistentes, consulte um médico.

* José Roberto Provenza é presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês*

ou

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.