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Epstein-Barr: quem é esse vírus e o que ele pode causar?

Recentemente, a cantora Anitta revelou ter sido diagnosticada com Epstein-Barr, gerando curiosidade sobre o tema. Médico faz um perfil do vírus

Por Paulo Louzada Junior, reumatologista*
Atualizado em 1 mar 2023, 13h57 - Publicado em 22 dez 2022, 09h07

O que é o vírus Epstein-Barr

O vírus Epstein-Barr (EBV, da sigla em inglês) é um herpes vírus que tem movimentação pelos gânglios linfáticos, sendo o agente causador da mononucleose infecciosa, conhecida como “doença do beijo”.

O EBV possui várias linhagens, com diferentes propriedades de replicação, sendo que uma pessoa pode se infectar com duas ou mais linhagens. Estima-se que 90% da população mundial já foi infectada pelo EBV antes dos 30 anos.

Como ele é transmitido?

Sua transmissão ocorre por contato oral íntimo, especialmente com a saliva – por isso é conhecido como a “doença do beijo”. Afeta especialmente adolescentes e adultos jovens, sendo comum também em crianças.

Além da saliva, o Epstein-Barr pode ser transmitido por transfusão sanguínea, sêmen e transplante.

A primeira infecção geralmente ocorre nos primeiros anos de vida, podendo reaparecer durante a vida adulta. O período entre o contágio e o início dos sintomas é de seis semanas (ou 42 dias).

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+ Leia também: Vírus Epstein-Barr pode estar por trás da esclerose múltipla

O diagnóstico

Exames de sangue para detectar a presença de anticorpos anti-EBV estão acessíveis a toda população, inclusive pelo SUS.

A pesquisa de carga viral do Epstein-Barr (por PCR) no sangue pode ser usada para diagnóstico e monitoramento em pacientes imunocomprometidos.

A pesquisa da carga viral na cavidade oral não deve ser utilizada para o diagnóstico da infecção aguda, devido à alta probabilidade de falso positivo.

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Sintomas comuns

75% dos infectados apresentam dor de garganta, aumento de gânglios cervicais (no pescoço), fadiga e febre. Mas 10% podem ser assintomáticos.
Os sintomas podem durar até três semanas, especialmente a fadiga e o aumento ganglionar.

Não se sabe exatamente como, mas o quadro pode ter recorrência em algumas pessoas. Acredita-se que isso se deve a causas de caráter genético, ambientais e presença de outras doenças associadas.

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O que ele pode causar?

Como o EBV infecta as células endoteliais (que ficam na parte interna dos vasos sanguíneos) e os linfócitos B (que fazem parte do sistema imunológico, ou seja, a defesa do organismo), ele está associado à maior ocorrência de neoplasias (linfomas, leucemias e câncer de laringe).

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Nos indivíduos que possuem o quadro de infecções recorrentes por Epstein-Barr, há maior risco de desenvolvimento de doenças autoimunes, especialmente esclerose múltipla, artrite reumatoide, síndrome de Sjögren e lúpus eritematoso sistêmico.

Mas é importante reforçar que, em muitos dos casos, os sintomas em crianças e adultos são leves.

A doença é multifatorial, e os casos mais graves dependem de aspectos ambientais, do sistema imunológico e da predisposição genética de cada paciente.

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Como ele atua nas doenças autoimunes?

A participação do EBV no desenvolvimento de doenças autoimunes não está plenamente esclarecida.

No entanto, acredita-se que partes do vírus teriam semelhanças com componentes do nosso corpo. Assim, quando o sistema de defesa (imunológico) fosse ativado para combater a infecção pelo EBV, ele também atacaria o próprio indivíduo, causando lesão e, consequentemente, a doença autoimune.

Fatores genéticos e ambientais podem contribuir para que esta “quebra de tolerância imune” ocorra. A Sociedade Paulista de Reumatologia recomenda o acompanhamento de um reumatologista.

Como é o tratamento?

Apesar dos estudos envolvendo vacinas profiláticas contra infecção pelo EBV existirem há mais de 20 anos, poucos progressos foram alcançados.

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E ainda não existe uma medicação específica para o tratar a mononucleose infecciosa. O uso de medicamentos contra herpes (aciclovir ou valaciclovir) não trouxe o benefício esperado.

O tratamento se resume em aliviar os sintomas causados, com o uso de antitérmicos e analgésicos, além de hidratação e repouso.

*Paulo Louzada Junior é reumatologista, membro da Sociedade Paulista de Reumatologia, professor titular de reumatologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP e pesquisador do CRID-FAPESP

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