Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Com a Palavra

Por Blog Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

Dia Mundial da Artrite: uma doença antiga, mas com novos tratamentos

Novos medicamentos melhoram e muito o controle das dores, devolvendo qualidade de vida e mobilidade aos portadores desta condição

Por Fábio Jennings, reumatologista*
12 out 2024, 10h34
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Uma doença que causava dor e inchaço crônicos em várias juntas, especialmente nas mãos, foi descrita no século XIX por médicos franceses e ingleses e já batizada como artrite reumatoide.

    O nome foi dado porque se acreditava que a inflamação das articulações era causada pelo acúmulo de fluidos densos (do grego rheuma). Apesar da denominação se manter a mesma até os dias atuais, o diagnóstico e o tratamento da doença evoluíram admiravelmente.

    Em 1947, com a descoberta dos glicocorticoides, dava-se um passo inicial importante no tratamento ao aliviar os sintomas. Posteriormente, os estudos sobre os mecanismos autoimunes que perpetuam a inflamação nas juntas levaram a utilização de medicamentos com efeitos imunossupressores e anti-inflamatórios para o controle da doença.

    Assim, medicamentos como metotrexate, sulfassalazina e leflunomide foram incorporados no arsenal terapêutico da artrite, permanecendo até hoje como terapias convencionais efetivas.

    +Leia também: Artrose: saiba como desemperrar de vez

    A era dos tratamentos biológicos

    No final dos anos 90, surgiram os tratamentos biológicos, que vieram mudar paradigmas no tratamento das artrites autoimunes. Esses agentes são anticorpos reproduzidos em laboratório, que se direcionam a neutralizar as células ou moléculas envolvidas na inflamação, como as citocinas inflamatórias.

    Continua após a publicidade

    Esse raciocínio é eficaz contra a artrite reumatoide e em outras doenças autoimunes, como as espondiloartrites, psoríase e doença de Chron.

    Por serem materiais biológicos, a via de utilização destes remédios é endovenosa ou subcutânea, uma vez que via oral os anticorpos são neutralizados pelas enzimas do tubo digestivo.

    Os primeiros medicamentos biológicos a serem liberados para uso na artrite reumatoide foram o infliximabe, etanercept e adalimumabe que são direcionados contra o fator de necrose tumoral (TNF), uma potente molécula que causa inflamação. Do mesmo grupo, foram lançados o golimumabe e o certolizumabe.

    Na sequência, outros agentes biológicos comprovaram eficácia e segurança como o rituximabe (contra células B), abatacept (inibidor da estimulação de células T) e o tocilizumabe (contra a citocina inflamatória interleucina 6).

    Continua após a publicidade

    O advento da terapia biológica marcou o início de uma nova era no tratamento da artrite reumatoide, proporcionando melhora expressiva dos sintomas, controle da progressão da doença e com bom perfil de segurança. Nos dias atuais, esses agentes permanecem em todos os guias internacionais para o tratamento da artrite reumatoide e outras artrites auto-imunes como as espondiloartrites.

    Inibidores das Janus quinases

    Há cerca de uma década, mais uma classe de medicamentos foi aprovada para o uso em pacientes com artrite reumatoide. Tratam-se dos inibidores das Janus quinases (JAK), uma família de enzimas que controlam a sinalização dentro das células para a produção de inflamação.

    São medicamentos usados via oral, que atingem um alvo específico do processo inflamatório, com eficácia e segurança comprovadas. Os inibidores da JAK aprovados para uso no Brasil são o tofacitinibe, upadacitinibe e baricitinibe.

    Vale a pena ressaltar que, apesar do potente efeito positivo das terapias biológicas e dos inibidores da JAK, o tratamento não medicamentoso é fundamental nas artrites. Ele inclui reabilitação, exercícios físicos, mudança dos hábitos de vida (evitar fumar) e alimentação saudável.

    Continua após a publicidade

    Essas intervenções têm comprovação robusta da melhora dos sintomas, da capacidade funcional e até no controle da inflamação em indivíduos com artrite reumatoide.

    A principal perspectiva para o futuro no tratamento da artrite reumatoide e outras doenças auto-imunes é a medicina de precisão. Por meio da avaliação de banco de dados (big data) com as características gerais e genéticas populacionais, pretende-se traçar tratamentos que sejam individualizados mais precisos para cada pessoa levando a um controle mais completo e eficaz da doença.

    *Fábio Jennings é reumatologista, coordenador da Comissão de Mídias da Sociedade Paulista de Reumatologia (SPR) e supervisor da Residência em Reumatologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) 

    Compartilhe essa matéria via:
    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY
    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 10,99/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.