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Dá para prevenir a infecção hospitalar?

Especialista discute algumas medidas, como uso de tecidos alternativos, para diminuir o número de infecções hospitalares no Brasil

Por Michele Louise*
Atualizado em 29 Maio 2018, 09h14 - Publicado em 29 Maio 2018, 09h14

Ir ao hospital não costuma ser uma situação agradável. Na maioria das vezes, buscamos esses locais para tratar problemas de saúde ou realizar algum procedimento médico. Além disso, a realidade de uma boa parcela dos hospitais do país é de longa espera para ser atendido, superlotação, falta de médicos e de infraestrutura e risco de contaminações. Infelizmente, não é raro que um local que deveria se prestar a cuidados de saúde possa oferecer alguns riscos.

A infecção hospitalar é um desafio de saúde pública e um dos maiores temores entre os pacientes que vão se submeter a um procedimento ou a uma internação prolongada — seja numa instituição pública, seja em uma privada. É um medo que tem fundamento. As estatísticas apontam que parte expressiva das pessoas hospitalizadas vão a óbito por causa de infecções adquiridas ali.

Por se tratar de um ambiente com alta circulação de pessoas (algumas delas doentes), diversos micro-organismos ganham o ar e as superfícies nesses locais. Não é por menos que uma das metas mais importantes nesse contexto é manter equipe e equipamentos seguros e estéreis contra contaminantes e germes. E isso buscando não aumentar o custo orçamentário da instituição.

A falta de medidas de prevenção, como o simples ato de higienização das mãos dentro desses estabelecimentos, é apontada hoje como um dos principais motivos por trás das infecções hospitalares. Todo o ambiente e os acessórios exigem cuidados especiais a fim de evitar a propagação dos micro-organismos.

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Novas tecnologias vêm ajudar nesse sentido. Hoje existem produtos de uso único tão eficientes quanto os de uso prolongado, porém com maior eficácia na prevenção de infecções. O uso de “nãotecido” — material têxtil concebido e fabricado de maneira não tradicional — na paramentação cirúrgica é um exemplo dessa tendência.

As medidas vão além. Com estudos e análises técnicas podemos comparar quais produtos e soluções funcionam melhor contra a contaminação sem perder de vista a sustentabilidade. Por meio de metodologias como a Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) conseguimos determinar os impactos ambientais potenciais ao longo do uso de um produto ou serviço, desde a extração da matéria-prima até sua destinação final. São formas de buscar eficiência agregando vantagens sociais, ambientais e econômicas.

Um recente estudo de ACV de equipamentos médicos mostrou que, ao comparar itens e vestes hospitalares feitos de “nãotecido”, que são de uso único, com os de algodão reutilizáveis, o primeiro modelo apresentou melhor resultado na barreira física e de fluidos. Mais: teve um desempenho ambiental superior, promovendo redução de ao menos 80% no gasto de água. Existem dados de que a paramentação de algodão perde seu poder de barreira depois de usada e lavada seis vezes. Sem falar que nesses itens são empregados produtos químicos para desinfecção do tecido, os quais são descartados depois no meio ambiente.

O algodão utilizado no Brasil não atende os requisitos da NBR 16064/16, que buscam conceito de garantia e proteção para os pacientes e profissionais de saúde. Precisamos rever algumas práticas. Estamos longe de viver um cenário ideal dentro dos hospitais, mas devemos buscar saídas para minimizar esse número tão elevado de infecções, proporcionando ao paciente segurança e uma boa recuperação.

Michele Louise é coordenadora do Comitê Técnico Hospitalar da Associação Brasileira das Indústrias de Nãotecidos e Tecidos Técnicos (Abint)

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