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Cuidar da saúde mental das gestantes é investir no futuro

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada cinco mulheres passa por problemas de saúde mental na gravidez ou no ano seguinte ao parto

Por Eduardo A. Amaro, psicólogo*
27 set 2024, 10h30
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    Gravidez pode ser período de maior risco de sofrimento emocional (Freepik/Reprodução)

    A saúde mental da gestante não apenas é importante para seu próprio bem-estar, mas para o crescimento saudável do bebê.

    Durante a gravidez, as mulheres passam por um período de grande vulnerabilidade devido às transformações biofisiológicas, emocionais e sociais que podem influenciar significativamente em seu estado psicológico. Esses fatores, se não forem adequadamente tratados, podem ter repercussões significativas no recém-nascido e em seu desenvolvimento ao longo da vida.

    Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada cinco mulheres passa por algum problema de saúde mental durante a gravidez ou no ano seguinte ao nascimento do bebê. Os casos mais comuns envolvem ansiedade, depressão, transtorno de estresse pós-traumático, psicose pós-parto, transtorno de pânico e fobias.

    Entre eles, a depressão continua a ocupar a primeira posição entre os transtornos mais diagnosticados e é duas vezes mais comum em mulheres do que em homens. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), entre 10% e 15% das mulheres nos países industrializados e 20% e 40% das mulheres nos países em desenvolvimento têm depressão durante a gravidez ou no período pós-parto.

    + Leia também: Depressão pós-parto: sinais, sintomas e como é o tratamento

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    O peso da expectativa

    Da gestação ao nascimento, a mulher cria várias expectativas em relação ao bebê e o papel que assumirá. Isso pode resultar em um processo de super idealização da maternidade, de tal forma que pode transformar esse momento em um período estressante e propenso a crises, sobretudo quando ocorrem complicações ao longo da gravidez.

    A depressão pode ser um indicador de sentimentos ambivalentes em relação ao feto, à gestação e ao próprio corpo, fragilizando o vínculo entre a mãe e o bebê. Ainda de acordo com a literatura, o desânimo e os sentimentos de desesperança e desinteresse típicos dos quadros depressivos tendem a inibir, de modo geral, comportamentos e emoções que contribuem para a formação do vínculo.

    Portanto, embora ainda pouco valorizado, o acompanhamento psicológico pode ser considerado um pilar fundamental no período pré-natal e no puerpério. Programas e grupos de apoio psicológico e terapia são extremamente benéficos para aquelas gestantes que podem estar em sofrimento neste processo de tornar-se mãe.

    Além disso, educar as gestantes sobre a importância da saúde mental e fornecer informações sobre como lidar com o estresse e a ansiedade podem ser vitais para garantir uma gestação saudável.

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    Os efeitos do bem-estar

    Quando a gestante está emocionalmente bem, ela tende a cuidar melhor de si mesma, adotando hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, exercício físico moderado e acompanhamento médico regular. Essas práticas contribuem para o bem-estar físico da mulher e também para o ambiente intrauterino, onde o bebê se desenvolve.

    A redução dos níveis de estresse e ansiedade da mãe contribui para diminuir a produção de hormônios, como o cortisol, que podem atravessar a placenta e impactar o desenvolvimento fetal.

    Outro ponto positivo é a redução do risco de transtornos psicológicos pós-parto, como a depressão pós-parto, que pode prejudicar a ligação mãe-bebê e afetar o desenvolvimento cognitivo e emocional da criança. Ao cuidar da cabeça na gravidez, há uma melhor preparação emocional para enfrentar os desafios trazidos pela chegada do filho.

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    A rede de apoio e sua importância para a saúde mental

    As mães que recebem apoio psicológico e constroem uma rede de suporte social e emocional antes do nascimento são mais propensas a experimentar uma transição mais suave para a maternidade, fortalecendo sua confiança e capacidade de cuidar do recém-nascido.

    O envolvimento do parceiro, da família e de amigos pode fazer grande diferença na experiência da gestante. Criar um ambiente positivo e acolhedor, onde a mãe se sinta segura para expressar suas emoções, é essencial.

    Encorajar as gestantes e familiares sobre a importância da saúde mental e fornecer informações sobre como lidar com a tensão, dissipando tabus e promovendo uma cultura de cuidado e apoio podem contribuir para uma gestação saudável.

    Vínculos fortes e saudáveis

    Durante a gravidez, a mulher tem a oportunidade de começar a estabelecer uma conexão emocional com o bebê. Essa relação precoce é mantida por pensamentos positivos, expectativas felizes e a visualização de um futuro saudável para o filho. Tal vínculo ajuda a reconhecer melhor as necessidades do bebê após o nascimento, bem como facilita as práticas de cuidado e promoção do desenvolvimento saudável.

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    Além disso, a capacidade de se conectar influencia na capacidade do bebê de desenvolver relações sociais ao longo da vida. Da mesma forma, o suporte adequado durante a gravidez e puerpério contribui para a construção de uma família mais harmoniosa e resiliente.

    O bem-estar materno facilita a comunicação e a cooperação dentro do lar, promovendo um ambiente seguro e amoroso para o bebê. Ainda, mães emocionalmente saudáveis são mais propensas a se engajar em redes de apoio comunitário, compartilhando experiências e aprendizados que beneficiam outras famílias.

    Por fim, reconhecer e cuidar da saúde mental das gestantes é um investimento no futuro. Bebês que nascem de mães bem assistidas têm uma probabilidade maior de desenvolver habilidades sociais e emocionais sólidas, o que contribui para seu sucesso educacional e profissional ao longo da vida.

    A promoção da saúde mental desde o início da vida pode quebrar ciclos de vulnerabilidade e criar uma sociedade mais resiliente e saudável.

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    *Eduardo A. Amaro, psicólogo e coordenador do núcleo de Saúde Mental do Grupo Santa Joana

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