Assine VEJA SAÚDE por R$2,00/semana
Com a Palavra Por Blog Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

Alimentação faz diferença no tratamento da doença renal crônica

Orientação e terapia nutricional ajudam a conter problema, mas acesso a profissionais e serviços especializados ainda é barreira pelo mundo

Por Thays Mortaia, nutricionista*
23 fev 2022, 10h57
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Embora nem sempre seja devidamente ressaltado, o cuidado nutricional é parte fundamental no tratamento de indivíduos com doença renal.

    Publicidade

    O acompanhamento com nutricionista e a adequação do planejamento alimentar de acordo com as necessidades do paciente ajudam a estabilizar o quadro, melhorar o controle metabólico e minimizar fatores de risco como obesidade, desnutrição e hipertensão.

    Publicidade

    Não à toa, dá para dizer que a alimentação equilibrada e orientada pode retardar a progressão da doença renal e a dependência futura de diálise ou de um transplante de rim.

    Apesar disso, uma nova pesquisa internacional, publicada no periódico da Sociedade Americana de Nefrologia, alerta para a escassez global de cuidados e profissionais especializados em nutrição para a doença renal crônica.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Infelizmente, a realidade é que muita gente não conta com monitoramento nem recebe terapia nutricional. O estudo, capitaneado pela Universidade de Hong Kong, evidencia que nem todos os pacientes têm acesso a um nutricionista, principalmente em países de baixa renda. Na maioria das vezes, esse acesso só ocorre quando o indivíduo está internado ou após o início da diálise.

    + Leia também: Receitas para quem tem doença renal

    Publicidade

    O trabalho aponta que apenas 48% dos 155 países mapeados possuem profissionais habilitados a fornecer cuidados de nutrição para pacientes renais. O aconselhamento dietético não está disponível em 65% dos países de média e baixa renda e nunca esteve disponível em 23% das nações mais pobres.

    Continua após a publicidade

    Outro ponto levantado é que, em mais de 60% dos países em todo o mundo, há falta de comunicação entre nefrologistas e nutricionistas. Mesmo nos países de alta renda e com profissionais de nutrição especializados em doença renal, apenas 49% dos médicos encaminham pacientes ao nutricionista.

    Publicidade

    Um problema adicional é a falta de dados, exames e avaliações nutricionais em boa parte das nações examinadas. A disponibilidade de suplementos nutricionais orais varia globalmente e não é fornecida gratuitamente em países de renda baixa e média baixa nos ambientes de internação e ambulatório.

    Outro desafio que enfrentamos é a busca deliberada por dietas e curas milagrosas na internet, sem orientação profissional. É um comportamento que pode ter sérias consequências, como intoxicações, lesões em órgãos, desnutrição ou hipernutrição, crises de ansiedade, entre outras.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    É importante lembrar que cada corpo apresenta necessidades energéticas diferentes e as porções de fósforo, potássio e proteína devem ser monitoradas e calculadas de acordo com o estágio da doença.

    Compartilhe essa matéria via:

    O acompanhamento nutricional é, portanto, uma ferramenta estratégica essencial para evitar a evolução da enfermidade, tanto no tratamento conservador como na terapia renal substitutiva.

    Continua após a publicidade

    A orientação especializada aumenta a qualidade e a expectativa de vida e, por meio dos ajustes nutricionais, permite que o paciente não fique refém de dietas tão rigorosas. Além disso, auxilia na adesão ao tratamento e na resolução de dúvidas corriqueiras no processo.

    No longo prazo, a solução para o problema abordado pela nova pesquisa passa por fornecer treinamento e suporte a nutricionistas para que tenhamos um número suficiente de profissionais qualificados a implementar os cuidados e o atendimento a pacientes e familiares.

    A integração desse profissional junto ao nefrologista e à equipe médica também é essencial para que a comunicação com o paciente, a adesão às intervenções e o tratamento mais humanizado ocorram como o esperado.

    Continua após a publicidade

    Nas clínicas de diálise e internações hospitalares, tal entrosamento já é comum. Falta expandi-lo para outros contextos. Segundo a Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplantes, cerca de 140 mil pessoas com insuficiência renal aguda ou crônica grave realizam diálise no país.

    Em suma, o avanço e a disseminação dos cuidados nutricionais são fundamentais para individualizar a assistência ao paciente com doença renal, respeitar suas restrições e aprimorar o controle do problema. Alimentar-se de forma consciente também é uma forma ativa de participar do tratamento e ganhar mais qualidade de vida.

    * Thays Mortaia é nutricionista e coordenadora de Nutrição da DaVita Tratamento Renal

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 12,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.