Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Com a Palavra

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

Aliada inesperada: tratamento usa própria bactéria da acne contra a doença

Pesquisadores modificam geneticamente o principal micro-organismo envolvido na acne para reduzir a oleosidade da pele, o que ajudaria a controlar o quadro

Por Paola Pomerantzeff, dermatologista*
8 fev 2024, 08h45
saude-dermatologia-estetica-pele-acne-espinha
Há um grande arsenal terapêutico para o controle da acne (Foto: Dulla/Veja Saúde)
Continua após publicidade

Em estudo publicado na revista Nature, pesquisadores relataram o desenvolvimento de um possível novo tratamento para acne que utiliza uma versão modificada da bactéria Cutibacterium acnes (C. acnes), também chamada de Propionibacterium acnes (P. acnes).

Principal agente envolvido no desenvolvimento da acne, a C. acnes é naturalmente encontrada na microbiota da pele. Ela consome o sebo produzido pelas glândulas sebáceas.

Até por isso, em situações de oleosidade exacerbada, essas bactérias se multiplicam, causando um desequilíbrio na pele e levando à inflamação e ao aparecimento de espinhas.

Atualmente, o tratamento de casos severos da acne é realizado por meio da prescrição de antibióticos, que atacam essas bactérias, ou isotretinoína, que reduz as glândulas sebáceas e, consequentemente, a produção de sebo. Mas ambas as opções têm efeitos colaterais importantes, o que faz com que esses casos mais graves sejam desafiadores ainda hoje.

+ Leia também: Luzes contra a acne: o uso de lasers no tratamento

A nova abordagem proposta pelos pesquisadores surge como uma possível alternativa para o tratamento desses casos severos. Isso porque a versão geneticamente modificada da C. acnes produz a proteína NGAL, que também tem seus níveis aumentados na pele pela isotretinoína.

Continua após a publicidade

Dessa forma, o tratamento com a bactéria atuaria de maneira semelhante ao medicamento, controlando a produção de sebo ao reduzir as glândulas sebáceas.

Testes em camundongos foram bem-sucedidos e a bactéria, ao ser aplicada na pele, conseguiu se multiplicar e fabricar essa proteína. Mas a pele de camundongos e humanos têm diferenças importantes, então mais testes são necessários.

+ Leia também: Acne não tem idade

Ainda assim, os pesquisadores estão otimistas quanto ao uso em humanos no futuro, principalmente porque as modificações realizadas na bactéria foram feitas de modo a manter sua segurança.

Continua após a publicidade

Outro destaque do estudo está na modificação do genoma da C. acnes, antes considerada uma bactéria intratável, para que produzisse o que era necessário para o controle da acne.

Isso pode ter implicações importantes para o tratamento de outras doenças ao possibilitar a edição genética de bactérias antes consideradas não tratáveis. Os pesquisadores, por exemplo, agora estudam a possibilidade de editar a C. acnes para ser usada no tratamento da dermatite atópica.

*Paola Pomerantzeff é dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).

Continua após a publicidade
Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.