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A prevenção do câncer colorretal deve se estender o ano inteiro

No encerramento do Setembro Verde, pautado pela conscientização sobre o câncer de intestino, enfermeira elenca atitudes bem-vindas à prevenção

Por Maria Angela Boccara de Paula, enfermeira*
Atualizado em 30 set 2020, 17h46 - Publicado em 30 set 2020, 10h06
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  • O câncer colorretal é um dos tumores mais frequentes na população brasileira. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), até o fim deste ano mais de 40 mil novos casos da doença devem ser diagnosticados. A distribuição do problema é praticamente igualitária entre os sexos: são 20 520 casos projetados em homens e 20 470 em mulheres. Apesar dos avanços científicos e tecnológicos no tratamento, o número de mortes pela doença ainda é alto. Em 2018, de acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer do Inca, foram 19 603 óbitos.

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    Fica clara, assim, a importância de buscarmos a prevenção, tema do Setembro Verde, que reúne profissionais de saúde de diversas especialidades em prol dessa causa. Precisamos esclarecer a população sobre a enfermidade e orientar medidas preventivas. E esse trabalho, aliás, deve se estender pelo ano todo.

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    Como enfermeira estomaterapeuta, especializada no cuidado de pessoas com estomias (como bolsas coletoras), muitas vezes resultado de tumores desse tipo, deixo aqui meu apelo pela maior atenção à doença.

    O câncer colorretal, como sua denominação indica, é um tumor maligno que acomete o intestino grosso e o reto. A predisposição familiar contribui para aumentar sua ocorrência. A presença de pólipos também é fator a ser considerado, uma vez que essas formações podem ser precursoras de um câncer.

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    Exames como a colonoscopia são fundamentais para que o diagnóstico aconteça mais precocemente, de forma a garantir a opção terapêutica mais adequada e tranquila ao paciente. De acordo com o estágio do diagnóstico, os resultados do tratamento podem ser mais ou menos promissores.

    Os principais fatores de risco para o câncer colorretal são idade (com maior incidência em pessoas acima de 50 anos) presença de pólipos intestinais, doenças inflamatórias intestinais (como Crohn e retocolite ulcerativa), história familiar de câncer intestinal e antecedentes pessoais de outros tipos de tumor. Um estilo de vida pouco equilibrado (dieta desregrada, sedentarismo, tabagismo…) também influencia a propensão ao problema.

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    É muito importante que políticas públicas sejam implementadas para que a detecção precoce do câncer colorretal seja, de fato, ampliada. Iniciativas como a indicação do exame de sangue oculto nas fezes, que pode ajudar na triagem de pacientes que realmente necessitariam de uma colonoscopia para investigar um tumor, seriam uma opção mais simples, menos invasiva e mais acessível.

    Infelizmente, no Brasil, os exames mais complexos não são tão facilmente acessíveis à população e o atraso do diagnóstico e do tratamento implicam em encontrar pacientes com estágios avançados da doença. Estes requerem cuidados e tratamentos complexos, dispendiosos, demandam internações prolongadas e associadas a altos índices de mortalidade.

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    Assim, é fundamental amplificar a conscientização sobre o câncer colorretal para que as pessoas tenham informações sobre essa realidade, se cuidem e busquem fazer seus exames de rotina, quando indicados. Lutando juntos por essa causa, esperamos que, num futuro próximo, a prevenção da doença faça parte efetiva das nossas políticas públicas de saúde.

    * Maria Angela Boccara de Paula é enfermeira estomaterapeuta, doutora em enfermagem e presidente da Associação Brasileira de Estomaterapia (Sobest)

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