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Câncer colorretal: 45% das pessoas desistem de fazer exame vital

O teste de sangue oculto nas fezes, capaz de flagrar esse tumor precocemente, é ignorado até quando os pacientes recebem indicação para fazê-lo

Por André Biernath
Atualizado em 7 Maio 2019, 17h22 - Publicado em 16 mar 2018, 18h39
exame para câncer de intestino
Se flagrado cedo, a chance de cura de um câncer colorretal é de 95% (Ilustração: Jonatan Sarmento/SAÚDE é Vital)
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Ele é o segundo tipo de tumor letal com maior incidência nas mulheres e o terceiro entre os homens. Por ano, mata mais de 15 mil indivíduos em nosso país. Apesar de números e fatos tão gritantes, saiba que é possível detectar o câncer colorretal em seus estágios iniciais, quando a possibilidade de cura chega a 95%.

Para isso, basta realizar um exame de rotina, que avalia a presença de sangue oculto nas fezes. Ele é simples, barato, está indicado para todas as pessoas entre 50 e 75 anos e deve ser feito uma vez ao ano. Se o resultado der negativo, não precisa se preocupar.

Porém, caso o teste seja positivo, o médico indica um segundo método diagnóstico, a colonoscopia, que envolve introduzir uma pequena câmera pelo ânus para analisar as paredes do reto e do intestino grosso. Por meio de uma tela, o especialista consegue visualizar e diagnosticar inflamações, verrugas (pólipos) e até a presença de massas cancerosas.

Para saber mais detalhes sobre o comportamento das pessoas em relação a esse checkup de rotina, o A.C. Camargo Cancer Center, em São Paulo, realizou um estudo com 1 200 pacientes que tinham indicação de realizar o exame de sangue oculto. Primeiro dado que assusta: 540 participantes (45% do total) simplesmente não retornaram ao hospital sequer para entregar a amostra de cocô que seria analisada no laboratório.

Os males da vida corrida

“Percebemos que a desistência foi maior na faixa dos mais jovens, entre 50 e 60 anos, e naqueles com um trabalho formal. A falta de tempo para voltar ao médico é um dos fatores que mais contribuem para essa baixa adesão”, raciocina o oncologista Samuel Aguiar Junior, líder do Núcleo de Tumores Colorretais da instituição.

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Entre os 660 restantes (55% da amostra) que levaram o potinho com as fezes de volta ao A.C. Camargo, 33 (5%) tiveram um resultado positivo, ou seja, possuíam gotas de sangue coagulado no cocô. Como essa informação não é suficiente para fechar o diagnóstico de câncer colorretal, eles foram orientados a fazer a tal da colonoscopia.

“Nessa etapa, 3 indivíduos (10%) não voltaram para fazer o exame de imagem e infelizmente estão sob risco de descobrir a doença numa fase mais avançada e até com metástase, quando a taxa de cura cai para apenas menos de 20%”, lamenta Aguiar Junior.]

Resultado final

Entre os 30 que passaram pelo segundo estágio do rastreamento, 18 encontraram algum problema na porção final do intestino. Na esmagadora maioria dos casos (90%), eram apenas pólipos, lesões iniciais que são retiradas na hora mesmo e não apresentam grande ameaça. Somente dois foram diagnosticados com câncer colorretal mesmo.

Para reverter a doença, geralmente é preciso recorrer às cirurgias. “Elas são o pilar fundamental do tratamento”, destaca Aguiar Junior. Em situações mais complicadas, o profissional também indica o uso de quimioterapia ou radioterapia.

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