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A importância do acompanhamento psicológico na rinoplastia

Procura por cirurgia plástica no nariz explodiu com a pandemia. Médico reflete sobre a necessidade de avaliar também a saúde mental do paciente

Por Mário Ferraz, otorrinolaringologista e cirurgião da face*
Atualizado em 24 ago 2021, 12h36 - Publicado em 24 ago 2021, 10h02
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  • O Brasil é o país que mais realizou cirurgias de rinoplastia, de acordo com o último censo da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS). Durante a pandemia, houve um aumento de 4 800% na demanda por esse tipo de procedimento. As pessoas passaram a se expor cada vez mais nas telas digitais e a notar insatisfações que antes passavam despercebidas. Ferramentas de busca online e maior tempo para pesquisar sobre o assunto também influenciaram a demanda.

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    No entanto, o interesse nem sempre é reflexo da necessidade real de operação, e o que pude perceber no meu atendimento foi um aumento do número de pacientes incertos que, repentinamente, optaram pela cirurgia com urgência desmedida.

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    O que as pessoas desconhecem é que a tela nem sempre expõe a realidade. Os celulares e as câmeras podem gerar uma distorção de até 40% da área em que se localiza o nariz. Assim, mesmo um nariz bem operado e proporcional, vai parecer alterado. Cria-se, então, uma sensação de frustração no paciente.

    Com essa demanda expressiva e repentina por rinoplastia, fica evidente que o trabalho de cirurgia plástica da face não exige apenas um esforço de avaliação física, mas também uma análise cuidadosa da saúde mental de cada paciente.

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    Com 15 anos de experiência na área, identifiquei que aproximadamente 23% dos casos apresentam expectativa irreal durante a primeira consulta e, para a segurança dos pacientes, não indico o procedimento. Mas há aquelas pessoas que, por mais bem avaliadas que sejam, podem se sentir frustradas após a operação, a despeito do seu sucesso. Elas são incapazes de sentir a mudança ou o êxito da técnica.

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    Percebendo essa dinâmica, optei por incorporar um sistema de avaliação em conjunto com um profissional da saúde mental e acolhimento psicológico em minha rotina. Em outras cirurgias catalisadoras de mudanças, como a lipoaspiração, a parceria entre médicos e psicólogos não é uma novidade. No entanto, na cirurgia plástica facial, principalmente na rinoplastia, esse é um trabalho recente.

    O papel da equipe de psicólogos começa após a primeira consulta, provendo um acolhimento e balizando as expectativas. Eles avaliam se o paciente está preparado para realizar o procedimento e o orientam sobre a seriedade de cada etapa.

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    Esse momento é fundamental para definir se a cirurgia pode prosseguir, se será adiada ou cancelada. O paciente precisa entender quando não podemos operar e o motivo. Com os pacientes aptos, o acompanhamento segue mesmo após a intervenção, pois, em alguns casos, essa pessoa tende a procurar novos “defeitos”.

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    Esse tipo de serviço é uma demanda que passava despercebida no campo da rinoplastia e que vai exigir o esforço de profissionais interdisciplinares na transparência com o paciente em realizar a intervenção estética ou transmitir a real situação quando não houver tal necessidade. Os cuidados vão muito além da cirurgia em si.

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    * Mário Ferraz é otorrinolaringologista e cirurgião crânio-maxilo-facial e presidente da Academia Brasileira de Cirurgia Plástica da Face (ABCPF)

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