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Você pode (ou melhor, deve) se preparar para um envelhecimento saudável. A geriatra Maisa Kairalla, da Universidade Federal de São Paulo e da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, ensina como

O etarismo no mercado de trabalho

Será mesmo que envelhecer deve ser considerado sinônimo de inaptidão profissional?

Por Maisa Kairalla
1 Maio 2023, 10h06
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A idade em si não é um fator limitante quando se trata de condições para permanecer no mercado de trabalho.  (Foto: Beth Macdonald/Unsplash/Divulgação)
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Um dos espaços em que mais podemos vivenciar situações de etarismo, ou seja, preconceito com a idade, é o ambiente corporativo. Nesse contexto, predomina a percepção de que a idade avançada enfraquece as capacidades intelectuais e físicas.

Mas será que a velhice significa que o colaborador não apresenta as habilidades necessárias para desenvolver as funções de uma vaga de emprego?

Crenças limitantes – como incompatibilidade com a evolução tecnológica e uso de ferramentas digitais ou adoecimento constante – podem levar ao desemprego nessa faixa etária da população. Ou ao menos dificultar a contratação destes indivíduos.

O envelhecimento da população brasileira

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é considerado idoso todo aquele com 60 anos ou mais.

Entretanto, a idade em si não é um fator limitante. É preciso compreender que há pessoas nessa faixa de idade em melhor condição do que as mais jovens para exercer uma determinada vaga de trabalho.

+ LEIA TAMBÉM: Precisamos falar sobre o etarismo, o preconceito por causa da idade 

Portanto, o que vale é a idade biológica (ou seja, como ele se apresenta física, mental e emocionalmente), e não apenas a idade cronológica (aquela que está em nosso RG).

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Um cenário que se contrapõe à realidade da demografia populacional brasileira. Já ultrapassamos os 30 milhões de pessoas acima dos 60 anos em nosso país, conforme dados do IBGE.

Além disso, a expectativa é que, a partir de 2039, tenhamos mais idosos do que crianças em toda a configuração populacional do país.

A perspectiva é que nos tornaremos a sexta nação com a população mais velha do mundo, o que deve nos classificar como “uma nação envelhecida”, conforme preconiza a OMS.

Mesmo com esta realidade batendo à nossa porta a passos largos, ainda negligenciamos o potencial dos idosos como força de trabalho.

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+ LEIA TAMBÉM: Os segredos das regiões do planeta onde se vive mais

Entre os idosos, a falta de trabalho saltou de 18,5% em 2013 para 40,3% em 2018, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua.

O desemprego pode impactar muito além da saúde financeira. A falta de um trabalho às vezes favorece o adoecimento físico, mental e emocional dos idosos. Isso porque manter-se ativo e produtivo gera senso de pertencimento e de contribuição com a sociedade.

Como reverter essa situação

Para que os idosos consigam se manter ou se recolocar no mercado de trabalho – se assim o desejarem ou necessitarem –, é preciso haver uma mudança de mentalidade.

Observamos hoje um envelhecimento com maior qualidade e uma longevidade mais ativa. Nossa expectativa de vida aumentou. Isso se deve a fatores como vacinação, melhores escolhas alimentares e adoção de hábitos saudáveis, como a prática de atividades físicas.

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Em um estudo de 2013 realizado pela Fundação Getúlio Vargas, foi levantado que 57% dos trabalhadores brasileiros terão mais de 45 anos em 2040, porém poucas empresas estão se preparando para acolher o envelhecimento dos colaboradores como deveriam.

Mas eu acredito que esse indicador, mesmo que ainda tímido, aponta para um movimento inicial de transformação da visão do mercado frente aos idosos.

Espero que possamos experimentar uma nova onda, em que a competência de um empregado seja mensurada por suas aptidões, e não limitada pela idade.

Pensemos nisso!

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