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Você pode (ou melhor, deve) se preparar para um envelhecimento saudável. A geriatra Maisa Kairalla, da Universidade Federal de São Paulo e da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, ensina como
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Precisamos falar sobre etarismo, o preconceito por causa da idade

O assunto veio à tona devido ao caso das alunas que hostilizaram a colega de sala da faculdade por ela ter mais de 40 anos de idade

Por Maisa Kairalla
Atualizado em 16 mar 2023, 16h15 - Publicado em 16 mar 2023, 15h50

Você já ouviu falar sobre etarismo? Derivado do termo em inglês aging, etarismo significa preconceito por idade, que também pode ser chamado de ageísmo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ageísmo se refere “aos estereótipos (como pensamos), ao preconceito (como nos sentimos) e à discriminação (como agimos) dirigida a pessoas com base em sua idade”.

Esse tema veio à tona com força devido ao caso das alunas que hostilizaram a colega de sala da faculdade por ela ter mais de 40 anos e estar estudando – no vídeo, as alunas dizem que a mulher deveria estar aposentada.

Esse é só mais um entre tantos outros casos que já vimos reportados pela grande imprensa. Até a cantora Madonna foi vítima de etarismo – escrevi sobre isso aqui na coluna, em 2019.

+ Leia também: Os 9 segredos das regiões do planeta em que se vive mais

Preconceito começa na infância

Em relatório global sobre preconceito de idade da Organização Mundial da Saúde, é descrito que o ageísmo começa na infância e é reforçado ao longo do tempo.

Segundo o material, as crianças captam dicas das pessoas ao seu redor sobre estereótipos e preconceitos da sua cultura, que logo são
internalizados.

O preconceito de idade geralmente se cruza e interage com outras formas de discriminação, incluindo capacitismo, sexismo e racismo.

Verdade é que o etarismo é onipresente em nossa sociedade e pode atingir qualquer pessoa, independentemente da faixa de idade, mas acaba sendo mais recorrente entre idosos.

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Zombar do envelhecimento, fazendo piadas com pessoas mais velhas, só tende a desempoderar o ato de envelhecer, que deveria ser considerado uma grande conquista da humanidade, visto que, antes, a população vivia menos tempo do que na atualidade.

+ Leia também: Quer viver mais e melhor? Cuide das suas relações sociais

Não estamos preparados para o envelhecimento

Em resumo, é o que esse cenário demonstra.

Como se vê, há muitos estigmas sobre o “ser idoso” que podem distanciar as pessoas da perspectiva de se prepararem para chegar bem à velhice.

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Ainda é comum os olhos da sociedade se voltarem para a velhice com preconceitos e rótulos que não representam mais essa parcela de nossa população.

Mesmo que o envelhecimento faça parte de um processo natural do ser humano, que tem início na juventude – estudos falam que ele começa ao redor de 27 anos –, ainda é acompanhado por estigmas que precisam ser quebrados, tais como associar a idade à improdutividade, ao adoecimento, etc.

Olhar a idade com negativismo pode inclusive impactar em como se irá envelhecer.

Afinal, devemos nos preparar para essa fase ao longo da vida. Todos os nossos hábitos influenciam na forma como iremos chegar à velhice.

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O que costumamos dizer na geriatria é que o ser humano deve poupar na juventude para gastar na velhice.

É errado, portanto, pensar no “ser idoso” apenas aos 60 anos de idade. É como fazer a manutenção de um carro quando o automóvel já rodou 30 mil quilômetros.

É preciso compreender que só 30% do envelhecimento é genético. O restante (ou seja, 70%) é consequência de nossas atitudes e do meio externo – me refiro a aspectos como qualidade da dieta, prática de exercícios, controle de estresse e por aí vai.

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Questões vão além da saúde

À medida em que a população envelhece, mais recorrente se torna a abordagem dos desafios dessa nova realidade.

O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial, que traz impacto não apenas na esfera da saúde (física e mental), mas também na economia, na educação, na política e em aspectos sociais.

+ Leia também: Memes escancaram preconceito a idoso na pandemia de Covid-19

Acredito que é preciso investir em educação sobre a velhice desde cedo, ainda no período escolar. Assim, os jovens podem se preparar para alcançar um envelhecimento saudável e também aprendem a tratar com respeito aquele que envelhece.

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Se rimos de uma pessoa por ir atrás do sonho de estudar aos 40 anos de idade, o que se fará com um indivíduo que decide aprender a andar de bicicleta aos 60?

Sempre é tempo de aprender coisas novas. Aliás, essa é uma das ferramentas para se chegar bem à velhice, assim como ter um propósito de vida.

Precisamos realmente falar sobre a velhice e extirpar o etarismo em nossa sociedade.

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