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Check-up com Sidney Klajner O cirurgião e presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein levanta e debate as tendências e os desafios que interferem em nosso dia a dia e na saúde pública do país
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Afinal, o que é medicina de precisão?

Essa é uma expressão cada vez mais usada no meio médico e científico. Nosso colunista esclarece de vez a que ela se refere (e seus ganhos para todos nós)

Por Sidney Klajner
Atualizado em 17 nov 2021, 10h25 - Publicado em 17 nov 2021, 10h25
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  • Quando descobriu que tinha uma mutação genética no gene BRCA-1, a atriz Angelina Jolie decidiu retirar as duas mamas e, algum tempo depois, os ovários. Foram cirurgias preventivas, porque a alteração nesse gene está associada a um alto risco de câncer nesses órgãos.

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    Esse é um exemplo prático e emblemático da medicina de precisão, que personaliza o cuidado com a saúde. Para isso, ela utiliza não só mas principalmente aquilo que há de mais individual e único em cada ser humano: o seu genoma. Foi esse tipo de informação que permitiu a Angelina projetar a chegada da doença no futuro e mudar seu destino.

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    É importante deixar claro que nem todas as providências a partir desses dados são drásticas, como as tomadas pela atriz americana. É possível fazer muito pela saúde com bons hábitos de vida ou exames de acompanhamento. Como isso funciona na prática?

    Com base numa amostra de sangue ou de saliva, é possível explorar o que está escrito em todos os nossos mais de 20 mil genes, e esse conhecimento permite predizer se a pessoa tem risco de desenvolver câncer, infarto, diabetes, artrite reumatoide e muitas outras ameaças à saúde.

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    Olha só que interessante: até 15% dos indivíduos têm alterações ou condições genéticas que predispõem a algum tipo de doença. Se um homem tem mutações relacionadas ao surgimento do câncer de pulmão, ele pode parar de fumar, intensificar a rotina de exercícios e melhorar a alimentação. O mesmo vale para quem tem maior propensão a doenças cardiovasculares, como infarto ou AVC.

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    + LEIA TAMBÉM: “Em um futuro ideal, todos terão seus genes mapeados”, afirma médico

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    Uma mulher com alto risco de câncer de mama pode começar a fazer mamografia aos 25 anos, e não aos 40 ou 50, e incluir nessa rotina também o exame de ressonância magnética das mamas.

    Estudos genéticos podem nos trazer várias outras informações, como o diagnóstico rápido de doenças raras (o que pode levar meses ou anos em outras circunstâncias) e os medicamentos que são mais ou menos eficazes para cada paciente.

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    Foi com base em um exame desses que o jornalista Jorge Pontual, depois de 40 anos, finalmente encontrou um antidepressivo que era adequado ao funcionamento do seu organismo, por meio do chamado teste farmacogenético.

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    Agora, pense no caso de um paciente que tem câncer e que faz uma biópsia (retirada de amostra do tumor) ou exame de biópsia líquida (análise de moléculas e células do tumor presentes no sangue). Dá para descobrir qual tratamento tem mais chance de funcionar!

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    Em vez da tradicional quimioterapia, uma terapia-alvo (que afeta apenas células tumorais com certas características) pode obter mais sucesso. É como se a gente soubesse não só o primeiro nome do tumor, mas o sobrenome e toda sua árvore genealógica – e assim fica mais fácil caçar o bandido.

    A lógica é que cada vez mais as pessoas tenham acesso à medicina de precisão. Os avanços tecnológicos estão reduzindo os custos dos exames e progressivamente haverá reflexos positivos mais amplos e palpáveis para o Brasil, inclusive diminuindo os gastos no sistema de saúde, já que ficamos mais capacitados a fazer prevenção, além de diagnóstico e tratamento precoces.

    Uma atuação preventiva e mais assertiva gera economia para o país. De um ponto de vista previdenciário, as pessoas, que poderão continuar produtivas por mais tempo, viverão mais e melhor. E por aí vai. A sociedade só tem a ganhar. A mensagem que tem que ficar clara é a seguinte: cada um de nós é único, e o cuidado com a saúde também tem que ser.

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