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A silenciosa e ameaçadora doença da gordura no fígado

A esteatose hepática, mais conhecida pela sigla do inglês Nash, virou um desafio de saúde pública. Por que precisamos ficar de olho nela

Por Sidney Klajner
Atualizado em 8 Maio 2023, 11h41 - Publicado em 9 jun 2022, 12h43

Estamos próximos do dia de conscientização sobre a esteatose hepática não alcoólica, mais conhecida pela sigla  Nash, que vem do inglês non-alcoholic steatohepatitis. A data de 12 de junho é o Nash Day, uma iniciativa internacional para chamar a atenção sobre o acúmulo excessivo de gordura no fígado.

A esteatose hepática sem relação com o consumo de bebidas alcoólicas pode, assim como a ingestão exagerada de álcool, levar à cirrose e ao câncer no fígado. Fora isso, está associada a maior risco cardiovascular.

A pessoa pode ficar com o fígado gorduroso (a tal da esteaotose) mesmo sem beber demais nem ter hepatite. É o que nós, médicos, chamamos de doença hepática gordurosa não alcoólica. Quando o depósito de gordura no órgão se soma a alterações nas enzimas hepáticas visualizadas por exames de sangue, temos o quadro de inflamação e danos às células do fígado característico da Nash.

Trata-se de uma doença silenciosa, ou seja, ela não costuma apresentar sintomas. O diagnóstico vem após exames de sangue e ultrassom. Depois, para avaliar o grau de problemas no fígado, podemos recorrer a um método de imagem não invasivo, a elastografia, ou à biópsia, quando se retira uma amosta de tecido para análise em laboratório.

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A esteatose hepática não alcoólica está interligada à obesidade e à elevação dos níveis de colesterol e triglicérides no sangue. Há, porém, alguns casos que não têm relação com o excesso de peso e, sim, com uma predisposição genética ou outros fatores.

Mas o que tem sido observado globalmente com o número cada vez maior de pessoas acima do peso é também um número crescente de pessoas com esteatose e doença no fígado. Nos Estados Unidos, a Nash já é a segunda principal indicação de transplante de fígado, atrás apenas da hepatite C crônica.

Esses dados deixam clara a importância de manter um estilo de vida saudável, com dieta equilibrada, prática regular de atividade física e controle do peso. Quem já tem o problema instalado precisa investir na mudança de hábitos e tratar, com orientação médica, questões como o colesterol alto.

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Para pessoas obesas que não respondem ao tratamento clínico, o caminho pode ser a cirurgia bariátrica. Um artigo da Sociedade Americana de Cirurgia Metabólica e Bariátrica, baseado na revisão de 12 estudos, mostra uma prevalência de Nash de 36,7% entre os pacientes com indicação para o procedimento. A taxa de resolução com a cirurgia foi de 87,4% num período de seguimento de 14 meses e meio.

Outro estudo, realizado por uma equipe da Cleveland Clinic e publicado no periódico Jama Surgery, apontou que a cirurgia bariátrica em pacientes obesos com esteato-hepatite não alcoólica reduz de maneira significativa a ocorrência de eventos adversos no fígado e de problemas cardiovasculares.

Um bom conselho a ser disseminado no mês do Nash Day é o mesmo que vale para a saúde de forma geral: faça check-ups para identificar alterações ou doenças ainda no início, movimente-se, coma de forma balanceada e não abuse do álcool. Em resumo, a receita para todos e que não tem contraindicação é o autocuidado.

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