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Esse é o blog de Patricia Julianelli, jornalista especialista em nutrição, esporte e qualidade de vida, além de apaixonada por comida e corrida de rua. Ela é autora do livro "Boca Livre - Comida e Boa Forma com Prazer e sem Neura" e apresentadora do quadro "Saúde em Movimento", da rádio CBN

Em tempos de IA, vale lembrar que a verdadeira beleza está no real

Se rejeitamos a artificialidade de conteúdos gerados pela inteligência artificial, por que buscamos enquadrar nossos corpos em padrões inalcançáveis?

Por Patricia Julianelli
17 jun 2025, 16h00
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Padrões de beleza irreais são fomentados pelas redes sociais  (Peter Dazeley/Getty Images)
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Assim que o nome era a anunciado, começava a espera. Às vezes, ela durava meses. Quando a revista chegava às bancas, finalmente era revelada a nudez da artista. Uma revelação sempre parcial. Antes daquele exemplar ir para a gráfica, aquelas imagens haviam sido manipuladas por um software de computador.

Qualquer sinal de uma suposta imperfeição era deletado. Estrias, celulite, gordurinhas localizadas. Tudo o que tornava aquelas mulheres reais desaparecia com alguns cliques. Muitas vezes, a coisa ia além: cinturas eram afinadas, corpos, esticados. Era um prelúdio tímido do que os filtros de redes sociais fazem hoje com uma facilidade assustadora.

Por décadas, corremos atrás desse suposto ideal de perfeição: manipulado e irretocável, ou seja, que não careia de mais nenhum retoque.

Mas o mundo dá voltas. E hoje, com o avanço da inteligência artificial, o jogo virou. As pessoas começaram a reclamar que as imagens estão artificiais, perfeitas demais. Irreais. É isso mesmo: o ideal que perseguimos por tanto tempo, agora rejeitamos. De tão impecável, ficou difícil de acreditar.

+Leia também: Seríamos vítimas da Matrix? As redes sociais e a nossa saúde mental

E o que a tecnologia fez? Nos ouviu. Para gerar imagens que nos convençam, as IAs precisaram aprender a ser… imperfeitas. E fomos surpreendidos por vídeos e fotos hiper-realistas. E a hiper-realidade, veja só, precisa de rugas para existir. De sulcos, linhas, poros, furinhos, manchas.

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Então, que tal olharmos para essa recente rejeição do plastificado? Ela pode ser uma luz, um novo norte. Reflita comigo: se rejeitamos o artificial e o irreal na tela do celular ou computador, por que seguimos buscando por ele em nossos corpos?

Que essa lucidez digital transborde para o mundo real. Quando formos em busca de um estilo de vida mais saudável, que ele passe por comer melhor, sim, mas aquilo que nos faz bem e faz sentido para a nossa rotina. E, olha que coincidência: isso geralmente significa comer comida de verdade.

Quando a gente buscar um esporte, que seja um que nos dê prazer e nos faça envelhecer com autonomia, e não apenas o corpo da influenciadora. Quando decidirmos ampliar nosso círculo de amizades, que seja em busca de trocas e conexões verdadeiras, e não do clique mais instagramável.

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Chega de perseguir ideal de beleza. Vamos perseguir a nossa melhor versão, aquela que não nos obriga a caber numa caixinha, em um padrão que deixa de fora o que mais nos dá prazer.

Hábitos mais saudáveis devem fazer sentido para a gente. Ter conexão com as nossas verdades. Não faz sentido vivermos a realidade de uma pessoa que nem sabe que a gente existe. E que, aqui entre nós, nem deve existir na vida real…

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