Olho vivo nos filtros para fotos
Pesquisa mostra que brasileiros usam e abusam dos efeitos nos retratos nas redes sociais. Mas é preciso ter cautela
É cada vez mais incomum ver posts nas mídias sociais de pessoas ao natural, sem os famosos filtros. Essas lentes virtuais afinam o rosto, aumentam os lábios, mudam a cor dos olhos… Criando imagens irreais.
Atenta ao fenômeno, a Allergan Aesthetics decidiu investigar com 650 brasileiros os motivos e os impactos do uso dos filtros em suas fotos. E descobriu que 98% do público acha que as redes sociais afetam a autoestima e 94% concordam que o uso exagerado dos filtros pode fazer com que deixemos de gostar da nossa imagem autêntica.
“Aumentar a autoestima de uma maneira fake, apenas nas redes, não resolve essa demanda. Usar um filtro um dia ou outro tudo bem, mas tentar criar uma versão que não existe de você mesmo não é saudável”, avalia a médica Patrícia Ormiga, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
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Alguns dados da pesquisa:
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Efeito da exposição
Muita gente não gosta do resultado das próprias selfies (aquele autorretrato tirado pelo celular), e esse é um motivo para o uso de filtros.
Mas essa estranheza é normal, e diz mais sobre a mente do que sobre a aparência. É o “efeito da mera exposição”, teoria do psicólogo polonês Robert Zajonc que explica que gostamos mais das coisas com que temos familiaridade.
A nossa imagem mais conhecida é a dos espelhos, não a das selfies. Por isso a última foto é sempre a melhor: depois de vários cliques, nosso cérebro já se acostumou.