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A jornalista Ingrid Luisa discute temas quentes sobre autoestima, estética e dermatologia. Confira resenhas de produtos, tendências e esclarecimentos sobre polêmicas envolvendo o mundo da beleza.

Testei o segredo da pele coreana. Funciona mesmo?

A radiofrequência monopolar é a tecnologia mais popular na Coreia do Sul, e já está nas mãos de médicos brasileiros

Por Ingrid Luisa Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 17 mar 2025, 12h23 - Publicado em 17 mar 2025, 11h38
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Cuidados com a pele vindos da Coreia do Sul fazem sucesso na internet  (Plan Shooting 2 / Imazins/Getty Images)
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Antes de tudo, vale esclarecer: nunca, nem eu nem você, vamos ter uma pele absolutamente igual a das coreanas. Infelizmente.

A real é que a pele delas resulta de um conjunto de fatores bem específicos: genética, baixíssima exposição solar e um cuidado extremo com a pele, incluindo um skincare bem completo e diversos procedimentos estéticos regularmente. Ah, claro, boa alimentação e estilo de vida saudável são bem importantes também.

Por aqui, a realidade é outra. Além de nos expormos mais ao sol, nossa genética também contribui para uma maior oleosidade, o que não é comum na pele coreana.

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Enfim, somos bem diferentes delas, mas, claro, dá pra tentar pegar o que tem de melhor por lá e adaptar pra cá.

E esse é o caso da famosa radiofrequência monopolar, mais conhecida pelos nomes comerciais Volnewmer, Oligio X, Coolfase ou TenTherma.

Ela é uma tecnologia vendida como “o segredo da pele das coreanas” e é capaz de estimular o colágeno, melhorar linhas finas e redensificar a pele (promovendo mais espessura, qualidade, firmeza) sem dor ou efeitos colaterais. Após o procedimento, você pode ir direto para uma festa se quiser.

Mas essa tecnologia é para todo tipo de pele? Se adequa bem a todo formato de rosto? Demora para dar resultado? Vale o investimento?

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Testei pessoalmente para esclarecer todas essas dúvidas.

K-Lift: uma nova forma de aplicar a radiofrequência monopolar

Quem montou meu protocolo, baseado nas minhas necessidades, foi o médico dermatologista Renato Soriani. Um expert em tecnologias e medicina regenerativa, como a injeção de gordura para melhora da pele, ele desenvolveu uma técnica para tirar um melhor resultado da radiofrequência monopolar.

Chamada de K-Lift, essa técnica visa tratar a camada superficial, média e ligamentos do rosto para melhorar a sustentação do rosto e redefini-lo.

Dr. Renato explicou que, quando envelhecemos, perdemos coxins de gordura da face, e isso resulta em falta de uniformidade no rosto. “Rejuvenescer é atenuar sombras”, resume o dermatologista, segurando um livro do pintor renascentista holandês Rembrandt, um mestre no manejo de luz e sombra.

É verdade: com a perda de sustentação, vem o bigode chinês, a formação da ruga do bulldog (quando dobras de pele que se formam nas laterais da boca, aparentando bochechas caídas), marcações na testa e ao redor dos olhos, dentre muitas outras.

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Todas essas rugas geram relevos que formam sombras e dão um aspecto mais envelhecido ao rosto. E é para evitar que isso ocorra que surgem tecnologias como a radiofrequência monopolar.

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Usando a técnica K-Lift, um médico habilitado consegue entregar bons resultados em apenas uma sessão da tecnologia.

Soriani, que é mestre em dermatologia pela USP e ex-coordenador do Departamento de Laser e Tecnologias da Sociedade Brasileira de Dermatologia (2017-2021), desenvolveu esse protocolo junto aos também médicos dermatologistas Rubens Pontello, Isabelle Wu e Mariana Muniz.

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Indicações para radiofrequência monopolar

Minha maior dúvida sobre testar ou não a tecnologia era quanto a indicação.

A radiofrequência monopolar ficou famosa justamente por ser um tratamento para peles finas e rostos magros, porque ela é capaz de “desamassar” a pele, retirando linhas finas (ruguinhas) de locais bem delicados como pálpebras.

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Ela também vai muito bem para flacidez de pescoço, outro local com uma pele bastante fina e delicada. Além disso, ela estimula o colágeno sem consumo de gordura, o que é ideal para um rosto magro.

Mas eu sou diametralmente o contrário: tenho 28 anos, minha pele é firme, mais grossa, e meu rosto é redondo. A radiofrequência monopolar teria algum benefício para mim?

“Com toda certeza”, cravou Soriani. “Sua pele é boa, jovem e firme, melhor ainda para o estímulo de colágeno. Como seu rosto é pesado, e a gravidade pode contribuir para uma queda, o ideal é deixar a pele ainda mais firme e suavizar algumas sombras que já existem, como no seu bigode chinês”, explicou o dermatologista.

Renato também ressaltou que a radiofrequência monopolar vai muito bem associada a outras tecnologias.

E foi exatamente isso que ele bolou para mim: one day shot, com a aplicação de diversas tecnologias, visando uma melhora global e um rejuvenescimento natural da pele do meu rosto.

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Protocolo personalizado

Após fotos numa máquina super tecnológica, que detalhou profundamente minha pele, recebi um protocolo personalizado que envolvia 4 tecnologias para o rosto:

  • Hydrafacial (limpeza tecnológica)
  • Liftera 2 (ultrassom microfocado)
  • Oligio X (radiofrequência monopolar)
  • Laser Red Touch Pro

Tudo começou com o Hydrafacial justamente porque ele é uma espécie de skincare tecnológico: limpa profundamente, infunde ativos benéficos (como alguns ácidos fracos), retira os cravos e ainda nutre a pele com uma infusão final de peptídeos.

Ter a pele bem limpa, zerada, melhora bastante o resultado dos procedimentos. Por isso eu recomendo essa tecnologia antes da aplicação de outras máquinas”, explica Soriani.

Após uma espera com um anestésico tópico no rosto, fomos para a segunda tecnologia do protocolo: Liftera 2.

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O ultrassom microfocado é uma tecnologia que emite ondas ultrassônicas microfocalizadas que podem atingir camadas profundas da pele (derme, fáscia muscular ou gordura), criando pontos de coagulação e contração na região.

As lesões provocadas pela tecnologia imediatamente geram uma retração no tecido. Resultado: uma levantadinha imediata na pele. A longo prazo, células chamadas fibroblastos são convocadas para produzirem mais colágeno, deixando o tecido mais firme, mas esse efeito completo só começa a ser visto após meses do procedimento.

Como meu rosto é redondo, eu tenho bastante bochecha. Então, para o meu caso é, sim, interessante perder um pouco de gordura nos lugares certos, como o meio das bochechas.

Outra região ótima de se tratar com ultrassom microfocado é a papada. Soriani usou uma ponteira profunda (4,5mm) para matar gordurinhas chatas daquela região.

Aqui, é importante lembrar: o conhecimento da anatomia da face e do processo de envelhecimento é essencial para que qualquer tecnologia seja aplicada corretamente.

É o que os dermatos sempre dizem: mais importante que a Ferrari é o piloto. Só faça procedimentos com médicos especialistas.

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Oligio X: a radiofrequência monopolar que eu fiz

O grande segredo das radiofrequências monopolares é que elas aquecem a derme de forma uniforme e controlada, sem os pontos de coagulação do ultrassom microfocado.

A tecnologia age em camadas mais superficiais, entre 1 e 2mm, melhorando rugas menos profundas, mas estimula o colágeno justamente onde interessa: a sua pele visível. Muitos dermatos afirmam que é um bioestimulador de colágeno tecnológico.

O Oligio X, a máquina que Soriani utiliza, possui um resfriamento a gás (cada radiofrequência monopolar resfria de uma maneira) e possui dois padrões de entrega de energia: o Modo X e o Modo G, que atuam em diferentes profundidades da pele.

“Preferi o Oligio porque consigo personalizar mais a entrega de energia”, alega o dermatologista.

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O médico também usou uma outra ponteira bem pequena e delicada para aplicar a tecnologia nas minhas pálpebras. Isso ajuda a reduzir a flacidez dessa região, que possui uma pele ultrafina e é a que mais se move do rosto.

Minha percepção do procedimento foi: não senti nada. Zero dor ou desconforto. Eu apenas sentia uma vibração, que também fazia parte da entrega de energia dessa máquina, e um aquecimento bem levinho. É algo que faria de novo, sem dúvidas.

Finalização com laser exclusivo para colágeno

Para arrematar meu tratamento, o Dr. Renato ainda aplicou no meu rosto Laser Red Touch Pro.

A tecnologia da marca italiana DEKA, é considerada “revolucionária” pelos experts, por se tratar do primeiro laser com comprimento de onda de 675 nanômetros, o único que atua diretamente na produção de colágeno.

Explico: laser é um termo genérico para uma ferramenta à base de luz que pode tratar muitas queixas na dermatologia.

Os lasers lançam no rosto uma radiação eletromagnética e atingem um alvo específico, que antes eram basicamente três: melanina (pigmento natural), hemoglobina (proteína no sangue) ou água (que compõe o tecido).

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A água está em todo a pele, então lasers com afinidade por essa moléculas são usados para melhorar a produção de colágeno. A lógica é a seguinte: ao esquentar a água, as células adjacentes também recebem estímulo e trabalham produzindo suas proteínas.

Já oRed Touch Pro consegue atingir diretamente o colágeno e os fibroblastos, estimulando a produção da proteína de uma forma muito mais direta e precisa.

“Ele também pega um pouco melanina e hemoglobina, melhorando vasos e manchas. Mas sua seletividade única é por colágeno, estimulando sua produção de forma mais eficaz, sem doer ou deixar a pele vermelha”, explica o dermatologista.

Resultados após um mês dos procedimentos

Minha queixa principal, que era a sombra do meu bigode chinês, já reduziu.

Também percebo claramente minha pele mais calma, uniforme, viçosa e macia. Agora, me sinto segura para usar bem menos maquiagem e o protetor solar virou meu melhor amigo.

Todos os procedimentos também estimularam muito o colágeno, mas o pico dele só chega de 2 a 4 meses depois.

Tenho rosácea, pele sensível, acneica. Enfim, sempre tive uma pele difícil. Já usei todo tipo de ácido, tomei isotretinoína (Roacutan) 4 vezes e sofri bastante. Hoje, entendi que o que funciona para mim é um skincare gentil (focado na hidratação e iluminação, sem muitos ativos que agridem), muito protetor solar e os procedimentos certos.

Dependendo do seu tipo de pele e indicação, você pode precisar de mais sessões de radiofrequência monopolar. Consulte sempre um dermatologista atualizado acerca do assunto.

Quanto custa a radiofrequência monopolar?

Sobre investimento, tecnologias do tipo não são baratas, mas são, segundo os dermatologistas, uma das poucas ferramentas que de fato estimulam a produção de colágeno (junto a bioestimuladores injetáveis).

Uma sessão de Oligio X nas pálpebras custa por volta de R$3 500, e no rosto inteiro, como eu fiz, entre R$5 500 e R$8 000. A aplicação do Coolfase sai por volta desses mesmos valores.

Usando Volnewmer, a mais cara de todas as radiofrequências, os valores de uma sessão variam entre 10 a 20 mil reais.

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