Ao ver flores delicadas e um fruto revestido de casca felpuda, a professora Mary Isabel Fraser (1863 – 1942) recolheu algumas sementes da planta e levou ao seu país, a Nova Zelândia. Isso no início do século 20.
Assim começou a disseminação e a história de sucesso do alimento pelo mundo, que, antes de ser notado pela educadora, crescia naturalmente em florestas chinesas e era devorado por animais – daí o apelido “pêssego de macaco”.
Foi só nos idos de 1960 que passou a ser chamado pelo nome kiwi. A escolha veio da ave símbolo neozelandesa com seu corpo redondo e penugem marrom.
Apelo visual
Se essa embalagem do fruto, com jeito de pássaro, não apetece tanto, a beleza de seu interior enche a boca de água. A polpa translúcida, de centro branco, contém centenas de sementinhas pretas. Fatiado, enfeita pratos e copos.
Embora exista um tipo dourado, a variedade mais comum (a Actinidia deliciosa) tem recheio verde devido à presença de clorofila que, mesmo com o amadurecimento, não se degrada. Trata-se de uma característica rara em vegetais.
É por causa da oxidação dessa substância que, em forma de suco, apresenta coloração oliva pouco atraente para alguns.
Melhor usar em outras receitas ou saborear in natura, até porque, sem passar pelo calor, dá para aproveitar melhor sua riqueza – caso da abundância de vitamina C.
Aliás, no ranking de alimentos mais ricos nesse nutriente badalado pela ação em prol da imunidade, o kiwi, junto da goiaba e da acerola, aparece nas primeiras colocações.
Também concentra potássio e vitamina K, aliados da saúde cardiovascular.
Vale destacar ainda um mix de substâncias que mexem com a cuca. Nessa conta entram o magnésio, o ácido fólico e as fibras, que atuam em sinergia e dão um chega-pra-lá no mau humor.
Merece menção honrosa a presença de compostos envolvidos na melhora do sono. Há estudos apontando o elo entre o consumo do alimento no jantar com uma noite tranquila.
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Só não vale optar por uma caipirinha de kiwi como esse intuito. O álcool compromete o verdadeiro descanso, avisam especialistas.
Então, para poder sonhar com os anjos, a dica é escolher outra maneira de degustar o azedinho.
A música escolhida para essa coluna é “Fallen Fruit”, da neozelandesa Lorde, que traz reflexões sobre a destruição da natureza. Nessa versão, é cantada na língua dos Maoris, povo nativo daquele país.